O mercado de eventos no Brasil segue em ritmo acelerado e deve alcançar um volume de R$ 141,1 bilhões em 2025, segundo projeções da Abrape (Associação Brasileira de Promotores de Eventos). Esse crescimento representa um aumento de 8,4% em relação a 2024 e reforça o papel dos grandes festivais como alavancas para o setor.
Eventos como Lollapalooza Brasil, The Town, Coala Festival, João Rock e Festival de Verão de Salvador são exemplos de como os festivais vêm movimentando cidades e fortalecendo tanto o mercado interno quanto o turismo internacional. Com a recuperação do setor pós-pandemia, o impacto econômico já ultrapassa os níveis pré-crise, beneficiando diversos segmentos além dos eventos em si, como hospedagem, alimentação e transporte.
Os festivais e o impacto econômico
Os grandes eventos têm mostrado um potencial de geração de empregos e movimentação econômica que vai além das bilheterias. Em 2024, o Lollapalooza Brasil, realizado em São Paulo, atraiu 240 mil pessoas em três dias, criando mais de 14 mil empregos diretos e indiretos. O festival também teve reflexos positivos no consumo local, principalmente em setores como hotéis, restaurantes e transporte.
Outro exemplo é o Warung Day Festival, programado para 2025 em Curitiba, na Pedreira Paulo Leminski. Em sua décima edição, o evento é esperado para receber cerca de 20 mil pessoas, incluindo um público internacional. Hoje, 60% dos ingressos são comprados por pessoas de fora de Curitiba, e isso ajuda a movimentar vários setores da economia local. Patrik Cornelsen, um dos organizadores do festival, comenta:
“Tivemos um crescimento orgânico, sem pressa, sentindo a necessidade de aumentar, aos poucos, a estrutura do evento, de acordo com a demanda, como quando decidimos abrir mais uma pista de dança. Hoje, temos mais de mil pessoas trabalhando diretamente no evento e cerca de 500 indiretamente”.
A força dos eventos regionais
Enquanto os festivais de grande porte chamam atenção pelo volume, eventos regionais têm conquistado espaço e público fiel. Um exemplo é o Coolritiba, também em Curitiba. Para a edição de 2025, mais de 40% dos ingressos foram vendidos nas primeiras 24 horas, mostrando o apelo crescente desses eventos fora do eixo tradicional.
Segundo a Abrape, essa diversificação é um reflexo da expansão do setor, que deve contar com 103,1 mil empresas em 2025. Doreni Caramori, presidente da associação, acredita que o momento é positivo tanto para as grandes produções quanto para os eventos menores.
“Com o setor consolidado em um patamar cerca de 60% acima dos níveis pré-pandemia, 2025 promete ser um ano de novas conquistas e oportunidades para todos os envolvidos no mercado de eventos”
Turismo e economia local em alta
De acordo com a Abrape, o crescimento do mercado de eventos também reflete no turismo, especialmente nas cidades que sediam festivais. Curitiba, por exemplo, é considerada um polo de música eletrônica no Brasil, atraindo turistas nacionais e estrangeiros. Isso impacta diretamente a economia local, ampliando a ocupação hoteleira e o consumo em bares e restaurantes durante os eventos.
Festivais como João Rock, realizado em Ribeirão Preto, e o Festival de Verão de Salvador têm características semelhantes. Ambos trazem um impacto relevante para suas regiões, fomentando não apenas o turismo, mas também a geração de empregos e a valorização cultural.
Projeções da Abrape para 2025
A recuperação do setor, que já opera em níveis bem acima do período pré-pandemia, reforça as expectativas de um 2025 ainda mais movimentado. A Abrape aponta que, além do aumento de consumo, o número de empregos diretos e indiretos também deve crescer, consolidando o setor de eventos como um dos mais dinâmicos da economia criativa no Brasil.
Com festivais se diversificando e um público cada vez mais interessado em experiências culturais, o mercado tem tudo para manter o ritmo de expansão nos próximos anos. A movimentação financeira gerada pelos eventos e o impacto nas cidades que os recebem mostram que o setor continua se reinventando e criando oportunidades para toda a cadeia produtiva.