O Spotify divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025, superando as projeções do mercado e consolidando mais um período de crescimento de dois dígitos. A plataforma ultrapassou a marca de 700 milhões de usuários ativos mensais (MAU) e 281 milhões de assinantes pagos, um aumento de 11% e 12% em relação ao mesmo período de 2024, respectivamente. O desempenho, descrito pela empresa como parte de seu “Ano de Execução Acelerada”, reflete o impacto de novos recursos e estratégias de produto.
A receita total do trimestre alcançou €4,27 bilhões (R$ 25,1 bilhões), crescimento de 7% em euros ou 12% em moeda constante. O lucro operacional subiu para €582 milhões, um aumento de 43% em relação ao ano anterior, enquanto a margem bruta chegou a 31,6%. O resultado líquido foi positivo em €899 milhões, revertendo o prejuízo de €86 milhões registrado no mesmo período de 2024.
Crescimento sustentado em todas as regiões
A América Latina continua sendo um mercado estratégico para o Spotify, representando 23% da base global de assinantes pagos e 21% dos usuários ativos. A região teve desempenho acima da média global tanto em crescimento anual quanto trimestral, acompanhada pela América do Norte. A empresa também registrou aumento nas horas de escuta e no número de playlists criadas, impulsionadas por novas ferramentas de interação e personalização.
O CEO Daniel Ek afirmou que o foco permanece na eficiência operacional e na expansão sustentável da plataforma.
“O negócio está saudável. Estamos lançando novidades mais rápido do que nunca. E temos as ferramentas de que precisamos — precificação, inovação em produto, eficiência operacional e a eventual virada positiva em anúncios — para impulsionar tanto o crescimento de receita quanto a expansão do lucro. Tudo se resume aos fundamentos da nossa base de usuários, e é aí que estamos: 700 milhões de pessoas que continuam voltando, com níveis recordes de engajamento. Estamos construindo o Spotify para o longo prazo.”
Inovação em produto e uso de inteligência artificial
Durante o trimestre, o Spotify lançou mais de 30 novos recursos para usuários nos planos gratuito e Premium. Entre eles estão o áudio sem perdas (lossless), a ferramenta de mixagem de playlists, uma experiência gratuita aprimorada, novas opções de mensagens dentro do aplicativo e a integração com o ChatGPT, que permite receber recomendações de músicas e podcasts a partir de comandos de texto. Segundo a empresa, o objetivo é facilitar a descoberta de conteúdo e aumentar o tempo de permanência na plataforma.
Outro destaque foi a expansão do Spotify Jam, recurso de escuta coletiva em tempo real que atingiu 100 milhões de horas mensais. A empresa também anunciou novas parcerias de publicidade programática com Amazon DSP, Yahoo DSP e ID5, que permitem o acesso de anunciantes ao inventário de áudio e vídeo da plataforma. O número de anunciantes ativos aumentou 142% no trimestre.
Resultados por segmento e desafios
A receita com assinaturas premium cresceu 9% em euros (ou 13% em moeda constante), impulsionada por ajustes de preço em mercados como América Latina, Europa e Ásia-Pacífico, onde o valor do plano subiu de €10,99 para €11,99 em agosto.
Já a receita proveniente de anúncios caiu 6% no trimestre, o que a empresa atribuiu à “otimização de inventário” e à pressão sobre preços no setor de podcasts. Mesmo assim, o volume de impressões vendidas cresceu, equilibrando parcialmente a queda.
Entre os novos acordos estratégicos, o Spotify firmou parceria com a Netflix para disponibilizar podcasts originais da plataforma de vídeo a partir de 2026, incluindo “The Bill Simmons Podcast”, “The Rewatchables” e “Serial Killers”. O movimento reforça a integração entre áudio e entretenimento visual dentro do ecossistema digital.
Projeções para o último trimestre do ano
Para o quarto trimestre de 2025, o Spotify projeta receita de €4,5 bilhões e lucro operacional de €620 milhões. A expectativa é encerrar o ano com 745 milhões de usuários ativos e 289 milhões de assinantes pagos.
Apesar das estimativas positivas, o mercado reagiu de forma cautelosa ao balanço, e as ações da empresa caíram cerca de 2% após a divulgação dos resultados, em meio à previsão de crescimento mais moderado no fim do ano.
O trimestre também marcou o anúncio da transição de Daniel Ek para o cargo de presidente executivo a partir de janeiro de 2026. A gestão passará a ser dividida entre Gustav Söderström e Alex Norström, atuais copresidentes da companhia, que assumirão como co-CEOs.
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