A revista Time incluiu Alok na lista das cem pessoas mais influentes do mundo no combate às mudanças climáticas. O reconhecimento internacional aponta o artista como um “catalisador”, destacando seu papel na valorização das comunidades indígenas e na defesa da Amazônia.
O texto da publicação ressalta que o DJ brasileiro tem usado sua visibilidade global para ampliar o alcance de causas socioambientais, especialmente por meio de projetos colaborativos e do álbum “O Futuro É Ancestral”, indicado ao Latin Grammy de 2024.
A lista também reúne outros brasileiros: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes e o diplomata André Corrêa do Lago, presidente da COP30, conferência do clima das Nações Unidas que será realizada em Belém. Segundo a revista, os nomes foram escolhidos por ações concretas e influência positiva em temas ambientais, sociais e políticos.
A trajetória que levou Alok ao reconhecimento climático
Mais conhecido como um dos DJs mais populares do mundo, Alok Achkar Peres Petrillo soma mais de 7,3 bilhões de streams no Spotify e 85 milhões de seguidores nas redes sociais. Nos últimos anos, porém, sua carreira ganhou um novo sentido com a aproximação de causas indígenas e ambientais.
O próprio artista contou à Time que essa virada começou em 2014, durante um período de depressão. Ao visitar uma comunidade indígena na Amazônia, ele passou a questionar o papel da música e percebeu que “as comunidades estavam fazendo canções para cura, e não para o sucesso comercial”.
A experiência o inspirou a transformar o que chamou de jornada pessoal de cura em um movimento coletivo, levando as vozes amazônicas para grandes palcos, como a ONU, o Latin Grammy e o Global Citizen Festival.
“Se quisermos co-criar um futuro regenerativo, precisamos buscar a sabedoria e o conhecimento dos povos indígenas”, declarou o artista à publicação.
“O Futuro É Ancestral” e o impacto do projeto

O álbum “O Futuro É Ancestral” foi criado em parceria com oito etnias indígenas brasileiras. Todas as faixas foram desenvolvidas de forma colaborativa e têm seus direitos e royalties destinados diretamente às comunidades participantes. O projeto foi indicado ao Latin Grammy de 2024 na categoria de Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa.
Para Alok, o disco não é apenas uma obra musical, mas uma ferramenta de reconhecimento cultural. A Time observa que o projeto “mudou a forma como os brasileiros enxergam suas populações indígenas”, abrindo espaço para o protagonismo de artistas e lideranças desses povos.
O impacto também se estendeu além da música. Após o lançamento do álbum, alguns colaboradores indígenas passaram a ocupar cargos políticos, como Sônia Guajajara, que se tornou a primeira ministra indígena do Brasil.
“Foi bonito ver o quanto eles estão fortes agora… estão se tornando a liderança”, disse Alok.
Colaborações globais e o projeto da ONU
O trabalho ambiental do DJ brasileiro também se conecta a iniciativas internacionais. Ele é parceiro do projeto NATURE, criado pelo Museu das Nações Unidas (UN Live) para destinar royalties de músicas com sons da natureza a ações de conservação ambiental. A ideia é permitir que artistas e fãs contribuam para a preservação do planeta apenas ouvindo faixas que utilizam esses registros naturais.
“A Amazônia — um dos pulmões da Terra — está perdendo sua voz. Com seu alcance global, Alok está ajudando a fazê-la cantar novamente, unindo-se a jovens músicos indígenas, entrelaçando sons da floresta em sua música e até creditando a própria natureza para que recursos retornem às comunidades e projetos de conservação”, reflete Gabriel Smales, diretor global de programas da UN Live.
Um artista brasileiro no debate climático global
A presença de Alok na lista da revista Time mostra a aproximação entre o universo da música e as discussões sobre meio ambiente. O reconhecimento o coloca entre nomes que atuam em diferentes frentes de resposta às mudanças climáticas, da política à ciência.
A publicação destaca que o artista tem direcionado parte de seu trabalho para iniciativas que conectam criação musical e preservação ambiental, como o álbum “O Futuro É Ancestral” e a parceria com o programa NATURE, da ONU, voltado ao financiamento de projetos de conservação e valorização de comunidades tradicionais.
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