Zeca Pagodinho é o ganhador da 9ª edição do Prêmio UBC

Zeca Pagodinho é o primeiro artista de samba homenageado pelo Prêmio UBC, que existe desde 2017. A cerimônia acontecerá no dia 10 de dezembro, na Casa UBC, no Rio de Janeiro
Foto de Láisa Naiane
Láisa Naiane
Zeca Pagodinho é o ganhador da 9ª edição do Prêmio UBC
Zeca Pagodinho é o ganhador da 9ª edição do Prêmio UBC. Foto: Guto Costa/Divulgação

Zeca Pagodinho será o vencedor e grande homenageado da nona edição do Prêmio UBC, em 2025. Pela primeira vez, o prêmio criado pela União Brasileira de Compositores (UBC) reconhece um artista do samba, gênero que há mais de um século se mantém como símbolo de identidade e resistência cultural no país. A cerimônia acontecerá no dia 10 de dezembro, na Casa UBC, sede da entidade, no Rio de Janeiro.

A UBC, maior sociedade de gestão coletiva de direitos autorais do país, criou o Prêmio UBC em 2017. Na estreia, o homenageado foi Gilberto Gil. Nos anos seguintes, receberam a honraria: Erasmo Carlos, Milton Nascimento, Herbert Vianna, Djavan, Alceu Valença, Caetano Veloso, Rita Lee e Roberto de Carvalho. Agora, a homenagem segue em boas mãos.

“É um orgulho ser o primeiro sambista a ser escolhido para o Prêmio UBC e entrar na galeria de tantos amigos já escolhidos. E viva o Samba!“, celebra Zeca Pagodinho.

Zeca Pagodinho é o primeiro artista de samba homenageado pelo Prêmio UBC que existe desde 2017
Zeca Pagodinho é o primeiro artista de samba homenageado pelo Prêmio UBC que existe desde 2017. Foto: Juliana Coutinho/Divulgação

O Prêmio UBC 2025 terá direção artística de Max Pierre e Victor Kelly. Em um show surpresa até para o próprio Zeca, convidados, artistas e personagens que marcaram sua trajetória irão interpretar ao vivo versões inéditas de seu repertório autoral.

“Zeca Pagodinho é um dos grandes pilares da música popular brasileira. É uma honra imensa celebrá-lo no Prêmio UBC 2025. Sua arte única e sua autenticidade nos presenteiam com memória, resistência e identidade cultural. Com verdade, excelência e amor ao samba, abriu caminhos para novas gerações e consolidou o gênero como expressão fundamental da nossa cultura. Zeca Pagodinho é, e sempre será, um orgulho nacional”, afirma Paula Lima, presidenta da UBC.

Paula Lima, Presidente da UBC
Paula Lima, Presidente da UBC. Foto: Victor Affaro/Divulgação


Zeca Pagodinho: o legado autoral de uma das figuras centrais da música brasileira

Zeca Pagodinho é autor de 143 composições cadastradas e soma 1.156 gravações musicais realizadas. Entre os intérpretes que mais gravaram suas canções estão Arlindo Cruz (1º lugar), Dudu Nobre (2º), Beth Carvalho (3º), Jorge Aragão (4º) e Sombrinha (5º).

Nos últimos cinco anos, as canções de sua autoria mais executadas publicamente foram “Não sou mais disso”, “Camarão que dorme a onda leva”, “Faixa amarela”, “Quem é ela” e “Vou botar teu nome na macumba”. Já as três mais regravadas são “Lama nas ruas”, “Não sou mais disso” e “Judia de mim”.

Marcelo Castello Branco, diretor-executivo da UBC, afirma:

“Ter o Zeca como homenageado representa um aceno carinhoso ao mundo do samba, parte fundamental da música brasileira. Um dos gêneros que mais reverencia e valoriza o trabalho autoral, que credita o compositor antes de cada canção e que mais entende o papel fundamental do autor. Zeca é um pedaço valioso do Brasil autoral, com sua irreverência e autenticidade ímpar, e é um prazer para a UBC aplaudir esta carreira brilhante e transcendente”.

Marcelo Castello Branco, Diretor Executivo da UBC
Marcelo Castello Branco, Diretor Executivo da UBC. Foto: Miguel Sá/Divulgação

Quatro décadas de carreira

No início dos anos 1980, Zeca teve sua primeira música gravada: “Amargura”, composta em parceria com o flautista Claudio Camunguelo, lançada no segundo disco do grupo Fundo de Quintal. A proximidade com o grupo o levou a conhecer Beth Carvalho, a Madrinha do Samba, que também se tornou sua madrinha musical. Foi ela quem gravou, em 1983, o primeiro grande sucesso de Zeca, “Camarão que Dorme a Onda Leva”, em parceria com Arlindo Cruz e Beto Sem Braço.

Pouco depois, o pagode e o partido-alto se preparavam para ganhar o Brasil. Em 1985, a gravadora RGE lançou a coletânea Raça Brasileira, que reuniu Zeca Pagodinho, Mauro Diniz, Jovelina Pérola Negra, Pedrinho da Flor e Elaine Machado. O disco trouxe composições de Zeca como “Mal de Amor”, “Garrafeiro”, “A Vaca” e “Bagaço da Laranja”, e vendeu 100 mil cópias.

Zeca Pagodinho ao lado da Turma do Cacique de Ramos, nos anos 2000. Da esquerda para a direita: Luiz Carlos da Vila, Sombrinha, Beth Carvalho, Zeca, Arlindo Cruz e Almir Guineto.
Zeca Pagodinho ao lado da Turma do Cacique de Ramos, nos anos 2000. Da esquerda para a direita: Luiz Carlos da Vila, Sombrinha, Beth Carvalho, Zeca, Arlindo Cruz e Almir Guineto. Foto: Vera Donato/Divulgação

O sucesso levou, no ano seguinte, ao lançamento de seu primeiro álbum solo, Zeca Pagodinho (1986), que emplacou clássicos como “Coração em Desalinho”, “Quando Eu Contar (Iaiá)”, “Judia de Mim” e “Brincadeira tem Hora”, atingindo a marca de 1 milhão de cópias vendidas.

Nas quatro décadas seguintes, com 25 álbuns lançados, Zeca consolidou-se como um dos maiores representantes do samba, reconhecido internacionalmente como um dos grandes artistas brasileiros. Sua trajetória inclui quatro prêmios Latin Grammy de um total de 12 indicações, além de inúmeros sucessos que se tornaram parte do repertório popular do país. Em 2025, o artista celebrou seus 40 anos de carreira com o lançamento do álbum Zeca Pagodinho – 40 anos (Ao Vivo).

Num país de poucas unanimidades; num país tão dividido; Zeca Pagodinho, sem dúvida, é uma unanimidade. E é uma unanimidade de gerações; é uma unanimidade de estilos; ele é uma unanimidade em tudo. Então, mais que merecido: representando o samba; representando uma carreira vitoriosa, não só de muitos sucessos, mas também de ser porta-voz e, ao mesmo tempo, de ser uma pessoa que sempre se preocupou em trazer os seus parceiros, compositores, músicos; formou tantos músicos incríveis; ajudou; valorizou tantos músicos, músicos geniais. O Zeca, realmente, é uma marca do samba e da música de qualidade do Brasil”, salienta Wilson Simoninha, diretor vogal da UBC.

Simoninha toca o piano de Wilson Simonal (Crédito: Rapha Urjais)
Simoninha toca o piano de Wilson Simonal (Crédito: Rapha Urjais)

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