O Ministério da Cultura (MinC) recebeu 2.882 propostas culturais para o programa Rouanet Nordeste, que encerrou suas inscrições na última sexta-feira (5). A iniciativa destina R$ 40 milhões para projetos da região Nordeste, além de municípios do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. O número supera outras edições especiais da lei, como o Rouanet Norte (1.074 inscrições), o Rouanet nas Favelas (330) e o Rouanet da Juventude (1.086).
O destaque ficou com a Bahia, que enviou 632 propostas. Pernambuco (550) e Ceará (402) aparecem na sequência, reforçando a força criativa da região. Maranhão (293), Paraíba (276) e Rio Grande do Norte (203) também apresentaram números expressivos.
Diversidade cultural em pauta
O programa é resultado de parceria entre o MinC e instituições como Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Emgea, Petrobras, Serpro e Transpetro. A iniciativa busca ampliar a presença da Lei Rouanet em regiões historicamente menos contempladas pelos mecanismos de fomento.
“Esses números só confirmam a importância e urgência de editais como esse, que expandam o acesso aos recursos da Lei Rouanet para estados onde o fomento não costumava chegar. Precisamos cada vez mais explorar a diversidade cultural e as potencialidades criativas de todas as regiões do Brasil. Assim, garantiremos direitos culturais de forma mais justa e democrática”, afirmou a ministra Margareth Menezes.
Áreas mais representadas

Entre as áreas culturais contempladas, Artes Cênicas lideram com 701 projetos (22%), seguidas de Música, com 674 propostas (23%). O Audiovisual aparece em terceiro lugar, com 553 inscrições (19%). Patrimônio Cultural (325), Artes Visuais (324) e Humanidades (305) somam cerca de um terço do total de registros.
A maioria das propostas (65,6%) busca valores de até R$ 200 mil, enquanto 22,5% se enquadram entre R$ 200 mil e R$ 500 mil. Apenas 11,9% dos projetos solicitam entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão.
Democratização do acesso
Para o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton Menezes, o programa reforça a descentralização do incentivo cultural.
“O Rouanet Nordeste representa uma ação importante na democratização do acesso aos recursos da Lei Rouanet, direcionando o investimento diretamente para esses estados e regiões menos contempladas pelo incentivo à cultura. O objetivo é fortalecer a diversidade da cultura brasileira em sua raiz e consolidar, ainda mais, o setor produtivo cultural como um poderoso vetor de desenvolvimento social e econômico para todo o país”, afirmou.
O diretor de Fomento Indireto, Odecir Prata, também destacou a relevância da iniciativa para incluir novos agentes culturais.
“Os programas Rouanet são iniciativas que visam a nacionalização e desconcentração dos recursos, a democratização de acesso e, principalmente, a inclusão de novos atores no processo. Em sua realização alcançaremos ótimo impacto cultural, social e econômico na Região Nordeste e em municípios selecionados de Minas Gerais e Espírito Santo. É o fazer gigante criando oportunidades para novos talentos e projetos culturais, o que também impulsiona o crescimento e o desenvolvimento da Cultura no Brasil”.
Perspectivas para a região
Os organizadores reforçam que propostas de regiões fora da área de abrangência serão desabilitadas, garantindo o foco territorial do edital. O volume de inscrições registrado aponta para uma adesão inédita, que pode ampliar o impacto econômico e social da cultura nos estados participantes.
Com a Bahia na liderança em número de propostas, a expectativa é que o programa incentive novos modelos de produção cultural, fortaleça a economia criativa local e contribua para a circulação de obras, artistas e expressões que traduzem a diversidade do Nordeste e dos municípios vizinhos. O resultado da seleção ainda será divulgado pelo MinC, com expectativa de movimentar diferentes segmentos do setor cultural. O programa reforça a estratégia de levar os mecanismos de incentivo a territórios que buscam ampliar sua participação nas políticas nacionais de fomento.
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