A marca Fyre Festival, conhecida pelo desastre que virou símbolo de fiasco nos eventos musicais, foi vendida no eBay por US$ 245.300. O leilão marcou o fim das tentativas de Billy McFarland de reviver o festival, que em 2017 prometia uma experiência de luxo nas Bahamas, mas acabou com barracas de emergência e lanches simples no lugar de conforto e glamour. A venda inclui o nome, direitos autorais, redes sociais, domínios e listas de contatos.
Foram 175 lances ao longo de uma semana, envolvendo 42 participantes, até a oferta final ser confirmada no dia 15 de julho, às 12h44 (horário da costa leste dos EUA). McFarland transmitiu tudo ao vivo e comentou o resultado.
“Droga. Isso é péssimo, é muito baixo”, disse quando os lances chegaram à reta final. Ele não revelou quem comprou, mas disse que achou “engraçado” e que era uma marca conhecida.
Tentativas frustradas de trazer o Fyre Festival de volta
Depois de sair da prisão em 2022, onde cumpriu pena por fraude, e ter de devolver mais de US$ 26 milhões a vítimas, McFarland tentou várias vezes dar nova vida ao Fyre Festival.
Primeiro, o dono do projeto tentou organizar uma nova edição em Isla Mujeres, no México, mas as autoridades locais barraram a realização do evento. Depois mudou os planos para Playa del Carmen, mas o festival também foi cancelado quando os órgãos responsáveis disseram não saber de nada.
Antes do leilão, McFarland já havia licenciado o nome Fyre para um serviço de streaming e para um evento pop-up em Honduras. Agora, com a venda no eBay, o novo dono passa a controlar o pacote completo: marca registrada, materiais de marketing, redes sociais, domínios e as listas de e-mails e SMS do festival.
A marca que virou meme e documentário

O Fyre Festival ficou famoso no mundo inteiro não pelo que entregou, mas pelo que prometeu e não cumpriu. A ideia era oferecer um festival exclusivo, com shows e experiências luxuosas, promovido por influenciadores e celebridades. Na prática, quem comprou os ingressos se deparou com alojamentos improvisados e refeições simples. Bandas como Blink-182 chegaram a cancelar a participação pouco antes do evento.
Mesmo com toda a repercussão negativa, McFarland seguiu tentando retomar o projeto. Em postagem no Instagram oficial do festival, ele escreveu:
“Depois de dois anos reconstruindo o Fyre com honestidade, criatividade e esforço incansável, é hora de passar o bastão”.
Também disse:
“Dar o controle da marca a um novo grupo é a maneira mais responsável de seguir adiante no que nos propusemos a fazer: construir uma marca global de entretenimento, sediar um evento seguro e lendário e continuar pagando as restituições devidas do primeiro festival”.
O que vem agora para a marca Fyre
Ainda não se sabe o que o novo dono pretende fazer com o nome Fyre Festival. Nos bastidores do mercado, surgiram rumores sobre novas parcerias e até formatos diferentes de evento, mas nada oficial foi anunciado. O fato é que, mesmo com uma imagem marcada por polêmicas, o nome segue despertando interesse e mostrando que, no mundo digital, notoriedade pode virar um ativo valioso.
Para McFarland, a venda marca um encerramento simbólico.
“O Fyre Festival é apenas um capítulo da minha história, e estou animado para seguir para o próximo”, escreveu ele nas redes sociais depois do leilão.
Ele não deu detalhes sobre os próximos passos, mas deixou claro que pretende deixar o passado para trás e buscar novos projetos.
O caso do Fyre Festival virou parte do folclore da música pop e segue sendo lembrado por fãs, produtores e curiosos. Agora, resta saber se quem comprou a marca vai usá-la para tentar algo novo ou se ela continuará apenas como um nome famoso na internet, sinônimo de eventos desastrosos.
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