A WIN (Worldwide Independent Network), organização que conecta o setor independente da música global, anunciou o novo conselho de diretores para 2025. Em reunião realizada no dia 23 de janeiro, Zena White foi confirmada como presidente pela terceira vez consecutiva, Noemí Planas como CEO e Maria Amato como tesoureira, também no terceiro exercício seguido.
A prioridade da organização este ano será fortalecer o valor da música gravada e apoiar associações comerciais de seus membros ao redor do mundo. A estratégia inclui expandir o alcance da rede em regiões ainda pouco exploradas, além de trabalhar pela criação de associações independentes nos principais mercados musicais.
A presidente Zena White resumiu:
“A WIN desempenha um papel essencial ao conectar o setor independente global para garantir que seus participantes recebam e compreendam atualizações oportunas que impactam seus negócios. Estou ansiosa para colaborar com Noemí e o conselho por mais um ano como presidente da organização.”
Foco em inteligência artificial e transparência
Entre os objetivos definidos pelo conselho, destacam-se a busca por maior retorno financeiro para artistas e gravadoras independentes. Isso inclui iniciativas para criar um mercado funcional de licenciamento de inteligência artificial e para enfrentar a concentração de poder nas mãos de grandes empresas de música e serviços digitais. A WIN também está comprometida em promover a gestão eficiente e transparente de direitos por plataformas de streaming e sociedades de arrecadação.
De acordo com Noemí Planas, a organização seguirá fomentando colaborações globais para garantir condições melhores de acesso, visibilidade e receita para o setor independente. Ela enfatizou que a criação de novas redes e associações será essencial para preparar os independentes para desafios emergentes no mercado.
“A WIN promove a colaboração mundial para fortalecer a posição do setor independente no ecossistema global da música e garantir um futuro sólido e sustentável. Este ano, continuaremos nosso trabalho para assegurar que os independentes possam competir por acesso, visibilidade e receitas nas melhores condições possíveis, enquanto promovemos novas redes e associações que podem ajudá-los a se manter informados e preparados para responder aos desafios emergentes.”
Felippe Llerena e a representatividade brasileira
O conselho de diretores da WIN é renovado anualmente e reflete a diversidade de idiomas, gêneros musicais e culturas de seus membros. Em 2025, a organização deu as boas-vindas a novos integrantes, incluindo Felippe Llerena, representante da ABMI (Associação Brasileira da Música Independente), substituindo Sandra Rodrigues, também da ABMI. Ele assume como diretor, enquanto Cecilia Crespo (ASIAr, Argentina) e Ian Harrison (Hopeless Records, EUA) passam a atuar como observadores.
Llerena traz ao conselho a perspectiva do mercado brasileiro, reforçando a importância da ABMI no contexto global. A presença dele no grupo contribui para fortalecer a posição do Brasil no cenário independente e para ampliar as oportunidades de integração com outros mercados latino-americanos.
Crescimento do mercado independente global
O mercado da música independente tem mostrado um grande crescimento nas últimas décadas. Em 2023, as entidades independentes representaram 46,7% da participação no mercado mundial de música, totalizando cerca de US$ 14,3 bilhões. Esse aumento reflete a ascensão das plataformas de streaming e a diversificação dos canais de distribuição musical.
No Brasil, o cenário não é diferente. Em 2020, o mercado brasileiro de música gerou uma receita estimada de R$ 1,4 bilhão, apresentando um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. Esse avanço destaca a resiliência e a adaptabilidade do setor independente, mesmo diante de desafios como a pandemia.
O Spotify divulgou que, em 2023, os artistas independentes geraram aproximadamente US$ 4,5 bilhões na plataforma. Esse dado evidencia a importância crescente do setor independente no mercado musical global.
Além disso, o número de artistas que geram pelo menos US$ 1 milhão, US$ 100 mil e US$ 10 mil no Spotify quase triplicou desde 2017. Essa ampliação dos ganhos reflete o papel do streaming em impulsionar carreiras de artistas em todos os níveis de receita.
Esses números indicam uma tendência de fortalecimento do mercado independente, impulsionada pela democratização do acesso às plataformas digitais e pela busca dos artistas por maior autonomia na gestão de suas carreiras. O setor, no entanto, continua enfrentando desafios, e alguns deles serão prioridades do novo conselho da WIN para 2025.
Diretoria da WIN para 2025
América do Norte
- Gord Dimitrieff (Aporia Records, Canadá)
- Jason Peterson (GoDigital Media Group, EUA)
- Richard Burgess (A2IM, EUA)
- Tony Kiewel (Sub Pop, EUA)
- Zena White (Partisan Records, EUA)
- Observador: Ian Harrison (Hopeless Records, EUA)
América Latina
- Francisca Sandoval (IMICHILE, Chile)
- Felippe Llerena (Nikita Music / ABMI, Brasil)
- Observadora: Cecilia Crespo (ASIAr, Argentina)
Europa
- Dario Draštata (Dallas Records, Croácia)
- Gee Davy (AIM, Reino Unido)
- Geert De Blaere (N.E.W.S., Bélgica)
- Jörg Heidemann (VUT, Alemanha)
- Mark Kitcatt (Everlasting Records, Espanha)
- Observadora: Helen Smith (IMPALA, Europa)
Ásia
- Marty Ro (Sound Republica / LIAK, Coreia do Sul)
- Takuya Yamazaki (IMCJ, Japão)
- Observador: Sridhar Swaminathan (SIMCA, Índia)
Australásia
- Maria Amato (AIR, Austrália)
- Observador: Dylan Pellett (IMNZ, Nova Zelândia)