A Worldwide Independent Network (WIN), rede internacional que reúne associações e representantes do setor fonográfico independente, anunciou o lançamento da iniciativa BRIDGE, com foco em impulsionar o desenvolvimento digital de profissionais da música em 13 países das regiões Ásia-Pacífico (APAC), América Latina (LATAM) e Oeste Asiático/Norte da África (WANA). A ação está prevista para ocorrer até dezembro de 2025.
A proposta é oferecer ferramentas práticas, espaços de troca de conhecimento e encontros regionais que ajudem artistas, selos e associações a lidar com os desafios impostos pela transformação digital no mercado fonográfico.
Entre as ações previstas estão análises de mercado, webinários temáticos, encontros presenciais e kits de boas práticas adaptados às realidades locais. Um comitê gestor formado por representantes dos três blocos regionais ficará responsável pela condução estratégica do projeto.
Capacitação regional como prioridade

Para a CEO da WIN, Noemí Planas, o projeto é uma resposta às disparidades ainda visíveis no ecossistema musical global.
“A transformação digital da indústria da música apresenta tanto oportunidades quanto desafios para as comunidades independentes, especialmente em mercados emergentes. Com o BRIDGE, queremos fortalecer redes regionais e fornecer ferramentas, conhecimento e conexões que permitam aos profissionais prosperar no ambiente digital atual”, afirmou.
A primeira atividade do projeto será realizada em 6 de maio, durante o evento BIME Bogotá, na Colômbia, com uma reunião presencial da Red LatAm, rede latino-americana da WIN.
Em seguida, no dia 13 de maio, acontece a reunião online da APAC Alliance, grupo voltado para o mercado da Ásia-Pacífico. Na segunda metade do ano, o destaque será a realização do primeiro encontro da WANA Network, reunindo profissionais independentes do Magrebe, Oriente Médio, Turquia e países árabes.
Desafios digitais e novas parcerias
Um dos objetivos principais do BRIDGE é apoiar mercados em transição, como o Japão. Para Brendan Gaffney, da IMCJ (Independent Music Coalition Japan), a iniciativa representa uma oportunidade concreta para enfrentar desafios como a baixa remuneração no streaming.
“Ao abordar a lacuna digital, estaremos mais bem posicionados para ajudar nossos membros a lidar com dificuldades como receitas reduzidas e, ao mesmo tempo, fortalecer a capacidade de formar parcerias internacionais significativas”, explicou.
Na Turquia, a movimentação é acompanhada com atenção. Engin Akinci, vice-presidente da BMYD, destacou a importância do investimento em pesquisa local e atividades regionais.
“Estou animado para contribuir com os esforços globais da WIN para o desenvolvimento de novas regiões. Esta iniciativa é um passo crucial para a evolução da música independente em diferentes partes do mundo”, disse.
Participação em eventos e produção de conhecimento

Entre as ações previstas está a presença de representantes da WIN em eventos internacionais ao longo do ano. Um dos destaques será o painel “As Majors no Controle: a Consolidação do Mercado de Música Independente”, no dia 30 de junho durante o Rio2C, no Brasil, com participação de Noemí Planas (WIN), James Lima (ABMI) e Carlos Mills (Merlin). A WIN também participará de eventos no Japão, Canadá e Chile.
Além disso, a iniciativa prevê a realização de webinários temáticos sobre temas como estratégias de licenciamento e melhores práticas de distribuição digital. Também serão desenvolvidos materiais regionais como fichas de país, diretórios de profissionais e relatórios de mercado.
Colaboração com associações locais

A articulação com entidades locais será um dos pilares do BRIDGE. O projeto conta com a parceria de associações como ABMI (Brasil), ASIAr (Argentina), IMICHILE (Chile), AMI PY (Paraguai), IMCJ (Japão), LIAK (Coreia do Sul), SIMCA (Índia) e BMYD (Turquia).
Para Francisca Sandoval, presidente da IMICHILE, a diversidade de contextos reforça a importância da cooperação internacional.
“À medida que as plataformas digitais moldam a forma como a música é distribuída e consumida, os profissionais independentes das nossas regiões enfrentam desafios específicos, como complexidade de licenciamento e barreiras de acesso a mercado. Ao fomentar a colaboração entre mercados diversos, o BRIDGE contribuirá para comunidades mais resilientes frente à transformação digital”, afirmou.
A WIN reforça que todos os materiais produzidos ao longo do BRIDGE estarão disponíveis em um repositório online, que funcionará como uma base de conhecimento compartilhada. A expectativa é que os conteúdos ajudem a padronizar práticas eficazes e a aumentar a visibilidade do setor independente em seus mercados locais.
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