A obra musical de Viviane Batidão passou a integrar oficialmente o patrimônio cultural imaterial do Pará. A decisão foi aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa do Estado (Alepa), em sessão realizada nesta terça-feira (8), e reconhece a relevância da trajetória da cantora na consolidação e difusão do tecnomelody.
A artista comentou o reconhecimento em declaração divulgada após a votação:
“Gente, recebo essa notícia com muita alegria. Vão se aí 26 anos, 18 de Viviane Batidão, sempre cantando tecnomelody e levantando a bandeira do meu estado do Pará. Sigo nessa missão, viu? Mas reconhecimentos como esse, da Alepa, me dão ainda mais gás pra continuar. Muito obrigada!”.
Novo single lançado no mesmo dia da homenagem
A data também marca o lançamento do novo single da artista, “Eu Te Amo”, disponível nas plataformas digitais. A música aborda a memória de um amor passado, com versos que expressam ausência e a expectativa de ainda ser lembrado: “Fala como anda por aí, diz o que pensa sempre antes de dormir…”.
Segundo Viviane, a faixa parte de um sentimento pessoal.
“Essa música veio de um sentimento guardado, dessas saudades que não passam e que a gente aprende a conviver. Cantar ‘Eu Te Amo’ é como dar voz a um amor que ficou — mesmo quando a pessoa foi. É um desabafo em forma de melodia”, afirmou.
O lançamento acontece em um momento de visibilidade ampliada para a artista, reforçada tanto pelo reconhecimento da Alepa quanto pelas colaborações com nomes do cenário musical nacional. A escolha da data une celebração e lançamento, conectando trajetória e presente artístico.
Trajetória desde a adolescência até a carreira solo

Viviane Batidão é natural de Santa Izabel do Pará e iniciou sua carreira musical aos 15 anos, como vocalista em uma banda local de tecnomelody. O gênero, que mistura tecnobrega, música eletrônica e influências do pop romântico, tornou-se uma das expressões mais representativas da cultura musical paraense nas últimas duas décadas.
Em 2007, já em carreira solo, a artista lançou o primeiro grande sucesso de sua autoria, “Vem Meu Amor”, canção que obteve repercussão nacional e consolidou seu nome como uma das referências no gênero. Foi nesse momento que passou a adotar o nome artístico Viviane Batidão, marcando sua identidade individual no cenário musical.
Desde então, ela tem se mantido ativa em shows, festivais e no ambiente digital, com repertório que combina composições próprias e releituras de clássicos do brega e do pop adaptadas ao tecnomelody. O estilo se mantém fortemente vinculado ao consumo popular no Norte do Brasil, com destaque em festas e aparelhagens.
Reconhecimento público e expansão de alcance
A decisão da Alepa reforça a valorização de expressões culturais locais por parte do poder público estadual. O reconhecimento como patrimônio imaterial não gera benefícios financeiros diretos, mas estabelece um marco oficial sobre a contribuição da artista ao cenário cultural do Pará.
Nos últimos anos, Viviane participou de apresentações e gravações com artistas como Anitta, Ludmilla, Wesley Safadão e Alok, inserindo o tecnomelody em circuitos de maior alcance no país. Em 2024, venceu o Prêmio Multishow na categoria Brasil, em votação aberta ao público.
O acúmulo de colaborações e premiações reforça sua presença no mercado, mesmo que o tecnomelody ainda encontre desafios para expansão nacional. O título conferido pela Alepa pode abrir caminho para políticas públicas voltadas à preservação e promoção do gênero, a partir da atuação de seus principais representantes.
Presente ativo e conexões com o público
A movimentação recente da artista sugere uma fase de renovação e continuidade. O lançamento do single “Eu Te Amo” oferece ao público uma nova produção conectada com temas afetivos, alinhada com o repertório já conhecido de Viviane, que costuma abordar relações, perdas e experiências do cotidiano.
Com presença ativa nas redes sociais e nas plataformas de música, a cantora mantém o diálogo com fãs antigos e novos públicos. A consolidação institucional de sua obra como patrimônio cultural se junta a um momento de circulação ampliada, tanto no Pará quanto em outras regiões do país.
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