O violão segue como o principal ponto de partida para quem decide aprender música no Brasil. Dados recentes do GetNinjas, uma das maiores plataformas de contratação de serviços da América Latina, revelam que em 2025 o instrumento aparece em 30% das aulas remotas contratadas. O número mostra como tradição e inovação caminham juntas, mantendo o violão como o favorito de iniciantes e músicos amadores ao mesmo tempo em que se adapta ao ambiente digital.
O levantamento indica que o ensino musical está cada vez mais conectado ao cotidiano digital das pessoas. A facilidade de acessar professores em qualquer lugar amplia o alcance da aprendizagem sem romper com a tradição do contato presencial, ainda valorizado por muitos alunos.
A força cultural do violão
Não é novidade que o violão ocupa um espaço simbólico na música brasileira. Presente em rodas de samba, serestas, na bossa nova e em canções populares de diferentes regiões do país, ele representa tanto acessibilidade quanto identidade cultural. É um dos instrumentos mais vendidos no Brasil e, segundo professores de música, geralmente a primeira escolha de quem decide dar os primeiros passos no estudo musical.
Essa popularidade se reflete no ambiente digital. As aulas online permitem que alunos de cidades menores, antes sem acesso a professores especializados, possam aprender com profissionais de diferentes estilos e formações. Isso gera uma troca de experiências mais ampla, com técnicas e repertórios que transitam entre o clássico e o popular.
Aulas híbridas em crescimento
De acordo com Pedro Nazareth, diretor de Comercial e Novos Negócios do GetNinjas, a digitalização não veio para substituir o contato tradicional, mas para oferecer novas possibilidades de aprendizado.
“O ensino híbrido veio para ficar. Muitas pessoas preferem começar no presencial, mas depois migram para o online pela conveniência. A música acompanha esse movimento, e o crescimento das aulas de canto remotas mostra como as ferramentas digitais já fazem parte do aprendizado artístico”, afirma Pedro Nazareth.
A tendência é que o ensino híbrido se consolide como uma prática cada vez mais comum, com alunos combinando momentos presenciais e virtuais. Essa flexibilidade pode acelerar a evolução técnica, já que permite estudar com diferentes professores, adaptar horários e incluir recursos como gravações e materiais digitais.

Canto também ganha espaço no digital
Além do violão, as aulas de canto também mostram crescimento expressivo no ambiente online. O GetNinjas registrou que 37% das contratações nesse segmento acontecem em formato remoto. Isso demonstra que, assim como o violão, a voz se beneficia da adaptação digital, aproximando professores e alunos de diferentes regiões e estilos.
Essa expansão se conecta a um cenário em que a produção musical caseira se tornou mais acessível, com aplicativos e softwares simples para gravação. O canto, aliado ao violão, continua sendo um dos formatos mais buscados por artistas independentes, que encontram no ensino remoto uma ferramenta para aprimorar repertório e técnica sem grandes barreiras.
Modernização e novas gerações
O violão sempre acompanhou as mudanças da música brasileira. Foi essencial para a bossa nova de João Gilberto, atravessou o rock nacional com Legião Urbana e Titãs, ganhou espaço no sertanejo de Zezé Di Camargo & Luciano e seguiu firme na MPB. Essa trajetória mostra como o instrumento consegue se adaptar a diferentes estilos sem perder relevância.
Nas últimas décadas, ele encontrou novas formas de se conectar com o público. O pop de Anavitória e Vitor Kley, por exemplo, levou o violão para milhões de ouvintes em plataformas digitais. No rap, Emicida já apresentou versões acústicas de suas músicas em lives e programas de TV, aproximando o gênero de uma estética marcada pelo instrumento. No cenário indie, nomes como Tuyo e Rodrigo Alarcon exploram arranjos intimistas de voz e violão que circulam com força nas redes sociais.
Esse movimento também se reflete no consumo digital. O Spotify mostra que playlists de versões acústicas estão entre as mais ouvidas por jovens brasileiros, enquanto aplicativos como o Cifra Club e afinadores digitais seguem entre os mais baixados do país. Isso indica que o violão continua sendo o primeiro passo para muitos iniciantes, agora com o apoio de recursos tecnológicos que facilitam o aprendizado.
Com tutoriais no YouTube que somam milhões de visualizações e apresentações em grandes festivais, o violão reafirma seu lugar como elo entre tradição e inovação.
Tradição e inovação lado a lado
O cenário atual mostra que a tecnologia não afasta os estudantes da tradição musical, mas cria novas formas de contato com ela. O violão continua sendo o primeiro passo de muitos iniciantes, e agora esse caminho pode começar tanto em uma sala de aula quanto em uma videochamada.
Essa convergência também aponta para novas oportunidades de negócios para professores e plataformas digitais, que passam a integrar redes de ensino mais diversificadas. Ao mesmo tempo, reforça o papel do violão como símbolo de um aprendizado acessível, democrático e culturalmente enraizado no Brasil.
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