Travis Scott assume 2º lugar entre os rappers mais ouvidos da história no Spotify após o lançamento de “JACKBOYS 2”

Novo álbum colaborativo da Cactus Jack, protagonizado por Travis Scott, estreou em primeiro lugar na Billboard 200, com o equivalente de 232 mil unidades vendidas.
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Nathália Pandeló
Travis Scott
Travis Scott (Crédito: Divulgação)

O lançamento de JACKBOYS 2, projeto colaborativo da gravadora Cactus Jack, reposicionou Travis Scott em um novo patamar de consumo digital. O álbum estreou no topo da Billboard 200 com o equivalente de 232 mil unidades vendidas nos Estados Unidos e impulsionou o artista ao posto de segundo rapper mais ouvido da história no Spotify, atrás apenas de Drake. A conquista é reflexo de uma estratégia combinando formatos físicos, múltiplas versões e presença nas plataformas de streaming.

Com 160 mil cópias vendidas entre formatos digitais e físicos, o disco registrou a maior semana de vendas de um álbum de rap desde “Days Before Rodeo”, também de Scott, lançado em 2024. As faixas começaram a circular em 13 de julho, mas o planejamento em torno do projeto vinha desde março, com pré-venda de edições limitadas, combos com merchandising e versões exclusivas.

A Cactus Jack é o selo fonográfico fundado por Travis Scott em 2017, com foco em lançar artistas emergentes e desenvolver projetos colaborativos dentro do universo do rap e do trap. Mais do que uma gravadora, a Cactus Jack funciona como uma plataforma criativa que une música, moda e experiências visuais, ampliando o alcance de seus lançamentos. 

O álbum “JACKBOYS 2” segue esse conceito coletivo: não é um projeto solo de Travis, mas uma compilação que reúne diferentes vozes do selo e convidados estratégicos, funcionando como vitrine para novos talentos e reafirmação da identidade sonora e estética da marca.

Vendas físicas sustentam desempenho no chart

A decisão de lançar o álbum em diversas edições, como CDs com capas alternativas, vinis colecionáveis e downloads com faixas bônus, elevou o ticket médio e impactou diretamente o volume de unidades equivalentes. Mesmo com uma janela reduzida de cinco dias úteis na semana de contagem da Billboard, “JACKBOYS 2” superou Swag, álbum surpresa de Justin Bieber, que concentrou sua performance no streaming e teve 6 mil unidades físicas vendidas.

Enquanto Bieber atingiu quase 200 milhões de reproduções com o novo álbum, a força comercial de Travis veio do engajamento direto com os superfãs dispostos a comprar produtos físicos em vez de apenas ouvir as faixas. A tática reflete uma tendência observada entre artistas com forte base de seguidores: transformar o consumo em receita por meio de produtos exclusivos, algo que a Cactus Jack tem explorado com consistência.

Participações e estrutura do álbum

Capa de Jackboys II Travis Scott
Capa de Jackboys 2 (Crédito: Divulgação)

O álbum reúne colaborações com Playboi Carti, Future, Tyla, GloRilla, YoungBoy Never Broke Again, 21 Savage, Kodak Black, Don Toliver, Sheck Wes e outros nomes ligados ao universo de Travis. As faixas foram liberadas em fases: uma primeira versão com 7 músicas, uma segunda com 17 e, por fim, a edição final com 20 faixas no último dia do período de rastreamento.

O single 2000 Excursionfoi a principal aposta inicial, com videoclipe produzido por Cardo e participação de Don Toliver e Sheck Wes. No Hot 100 da Billboard, seis músicas do projeto estrearam na mesma semana, entre elas “Kick Out”, “Champain & Vacay” e “Shyne”. A presença simultânea de múltiplas faixas reforça o alcance da compilação, tanto entre ouvintes ocasionais quanto entre o público mais engajado.

Estratégia prolongada e reaproveitamento de catálogo

JACKBOYS 2” não é um álbum solo tradicional, mas uma extensão da proposta coletiva iniciada com “JACKBOYS”, lançado em 2019. A continuidade desse formato permitiu que Travis testasse diferentes combinações de repertório, artistas e formatos de lançamento sem depender de uma única identidade autoral. Com isso, o projeto consegue manter a presença do artista nos rankings e abrir espaço para nomes vinculados ao selo.

O desempenho nas vendas físicas também revela uma orientação de mercado: enquanto o streaming garante volume e visibilidade, os produtos físicos seguem sendo ferramentas para conversão de receita direta. A Cactus Jack investiu em edições limitadas com tiragens pequenas, criando uma escassez planejada para gerar urgência na compra e escoar rapidamente as versões premium.

Quem comprou, comprou; quem não comprou, não compra mais.

Dados recentes e presença no Brasil

Travis Scott no Chartmetric
Travis Scott no Chartmetric (Crédito: Reprodução)

Além do desempenho nos charts e das estratégias comerciais, os dados da plataforma Chartmetric reforçam o crescimento recente de Travis Scott nas plataformas digitais. Em 24 de julho, o artista ganhou 33.227 novos seguidores no Spotify, uma alta de 81,8% em relação ao seu ritmo médio. No Instagram, o aumento também foi expressivo: 14.867 novos seguidores em 22 de julho, o que representa 54,2% acima do crescimento usual. Não por acaso, os dados coincidem com a semana de lançamento de “JACKBOYS 2.

Os números também confirmam que o Brasil é hoje o segundo maior mercado de Travis Scott, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Essa presença sólida no país explica a escolha por incluir o Brasil nas últimas turnês e reforça o papel do público brasileiro no desempenho global do artista. 

Projeções e próximos passos

A movimentação em torno de “JACKBOYS 2” também reacende a projeção internacional de Travis. O rapper retorna ao Brasil em 6 de setembro como headliner do The Town, em São Paulo, repetindo o posto ocupado no Rock in Rio em 2024. A agenda de shows funciona como desdobramento do ciclo do álbum e reforça a presença do artista em mercados estratégicos.

O lançamento ocorre exatamente 2025 dias apósUtopia, álbum que marcou uma transição na sonoridade e na gestão de carreira de Travis Scott. A distância entre os dois projetos não comprometeu a relevância do artista, que manteve sua base ativa com participações em faixas de terceiros, colaborações em moda e ações de marca.

O sucesso de “JACKBOYS 2” não dependeu apenas da música, mas de uma engrenagem bem calibrada de distribuição, engajamento e formatos múltiplos. O resultado amplia a presença do rapper nas plataformas, reforça o modelo de negócios da Cactus Jack e sinaliza que o investimento em superfãs continua sendo uma via eficiente para sustentação comercial no atual cenário da música.

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