Spotify e Warner Music Group firmam acordo voltado ao modelo de royalties ‘artist-centric’; saiba mais
Entre as premissas do acordo, Spotify e Warner Music Group prometem "trabalhar para moldar o futuro do streaming audiovisual e aumentar o valor da música"
Láisa Naiane
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Spotify e Warner Music Group firmam acordo voltado ao modelo de royalties 'user-centric'; saiba mais. Foto: Divulgação
O Spotify e o Warner Music Group (WMG) anunciaram nessa quinta-feira (6) um novo acordo plurianual, que abrange tanto a música gravada quanto as obras musicais. Por meio do acordo, as duas empresas prometem “fortalecer seu compromisso conjunto com artistas, compositores e fãs, bem como o crescimento do ecossistema musical por meio de colaboração inovadora.”
De acordo com o comunicado, o WMG e o Spotify trabalharão juntos para moldar o futuro do streaming audiovisual e aumentar o valor da música. O novo acordo ajudará a oferecer novas experiências aos fãs, um catálogo de música e vídeo mais profundos, além de mais níveis de assinaturas pagas e pacotes de conteúdo diferenciados.
A parceria também se baseia no alinhamento existente das empresas em torno do modelo de royalties “artist-centric”(centrado no artista) que busca recompensar e proteger o poder dos artistas em atrair e envolver o público.
“Este importante acordo oferece novos benefícios para artistas, compositores e fãs, ao mesmo tempo em que desbloqueia mais colaboração que expande o ecossistema musical”, disse Robert Kyncl, CEO do WMG.
Robert Kyncl, CEO do Warner Music Group. Foto: Divulgação
O CEO do WMG acrescenta: “É um grande passo à frente em nossa visão de maior alinhamento entre detentores de direitos e serviços de streaming. Junto com o Spotify, esperamos aumentar o valor da música, à medida que impulsionamos o crescimento, o impacto e a inovação.”
“Para o Spotify, 2025 é um ano de execução acelerada, e nossos parceiros no Warner Music Group compartilham nosso compromisso com a inovação rápida e o investimento sustentado em nossas principais ofertas musicais”, disse Daniel Ek, fundador e CEO do Spotify. “Juntos, estamos expandindo os limites do que é possível para o público em todo o mundo, tornando as assinaturas de música pagas mais atraentes e, ao mesmo tempo, apoiando artistas e compositores.”
Daniel Ek, CEO do Spotify. Foto: Divulgação
Além disso, o novo acordo de edição musical introduz um modelo de licenciamento direto com a Warner Chappell Music em vários países adicionais, incluindo os EUA, reforçando o benefício dos compositores neste ecossistema em evolução.
Além do Spotify: o Modelo de royalties Artist-Centric no mercado musical
Em 2023, o Universal Music Group (UMG) e a Deezer lançaram o modelo de streaming que prioriza e melhor recompensa os artistas e as músicas de maior engajamento. A Deezer lançou o formato na França durante o último trimestre de 2023 e depois expandiu para outros mercados.
O novo modelo – também chamado de Artist-Centric – foi desenvolvido a partir da análise de dados de ambas as empresas com o objetivo de ter uma remuneração que refletisse da melhor maneira o relacionamento entre os fãs e seus artistas.
O lançamento fez parte do reconhecimento de que o modelo atual de streaming de música, apesar de ter sido um dos avanços tecnológicos mais significativos para o mercado da música nos últimos anos, precisava ser redesenhado.
Isso porque as plataformas tiveram que lidar com uma avalanche de uploads de conteúdos e sons não-artísticos e de baixo engajamento, que exigiu uma reavaliação das plataformas, gravadoras e artistas para promover um ecossistema musical mais próspero.
Baseado nisso, e na análise feita pela Deezer e UMG, as principais melhorias propostas no novo modelo de streaming que prioriza os artistas, incluem:
1. Foco nos Artistas – Incentivo em dobro para os chamados “artistas profissionais” (aqueles que têm um mínimo de 1000 streams por mês, vindo de um mínimo de 500 ouvintes), para recompensá-los de forma mais justa pela qualidade e dedicação que trazem às plataformas e aos fãs.
2. Recompensar conteúdo por engajamento – Incentivar e destacar hits que tem engajamento ativo dos fãs, reduzindo o impacto econômico do algoritmo na programação.
3. Desmonetização de sons não-artísticos – A Deezer pretende transferir os conteúdos não-artísticos para uma nova categoria, que não será incluída na distribuição de royalties.
4. Antifraude – Continuar impulsionando um sistema proprietário de detecção de fraudes atualizado e rigoroso, capaz de remover o incentivo a atividades maliciosas e proteger os direitos autorais dos artistas.
Além disso, o tamanho do catálogo disponível em plataformas digitais explodiu nos últimos anos. Na Deezer, por exemplo, cresceu de 90 para mais de 200 milhões de faixas entre 2021 a 2023. Como parte desse modelo de negócios, a Deezer passou a aplicar uma política mais rigorosa para garantir qualidade e uma melhor experiência do usuário, o que inclui medidas para limitar o conteúdo não-artístico.