Spotify escolhe as melhores músicas de 2025 até o momento

Com critérios como inovação e composição, playlist do Spotify reúne destaques nacionais de janeiro a agosto.
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Nathália Pandeló
Spotify escolhe as melhores músicas de 2025 até agora
Crédito: Divulgação

O Spotify apresentou pela primeira vez no Brasil a playlist “Escolha dos Editores: Melhores do Ano Até Agora”, reunindo 50 músicas que, segundo a curadoria editorial, representam o que a produção nacional trouxe de mais marcante em 2025 até agosto. Ao contrário das paradas tradicionais baseadas em números de streams, a seleção leva em conta critérios como originalidade, composição e impacto artístico.

Rodrigo Azevedo, líder de programação editorial e insights no Spotify Brasil, disse: 

“A playlist ‘Escolha dos Editores: Melhores Músicas do Ano até Agora’ é resultado de uma escuta que vai além das métricas da plataforma, buscamos reconhecer aqui a potência de letras, originalidade e inovação nos beats. Apresentamos as músicas que acreditamos que trouxeram um frescor à música brasileira esse ano – até agora”.

O que guia a escolha dos editores

A criação dessa lista é resultado de um trabalho contínuo do time editorial do Spotify, que acompanha de perto os lançamentos nacionais. Essa equipe atua analisando métricas e vivenciando a cena musical: participando de shows, observando reações do público e acompanhando movimentos emergentes. A intenção é traduzir o que está acontecendo no Brasil em um recorte sonoro que combine relevância artística e diversidade cultural.

Mais do que uma vitrine de sucessos, a playlist se propõe a ser um documento do momento atual da música brasileira, registrando tendências, fusões de gêneros e mudanças de formato. A personalização da ordem das faixas para cada usuário reforça o equilíbrio entre curadoria humana e tecnologia.

Duração das músicas: o padrão dos 3 minutos

Comparação de duração de músicas na playlist de melhores de 2025 do Spotify
Comparação de duração de músicas na playlist de melhores de 2025 do Spotify

Um dado que salta aos olhos é a duração média das faixas. A análise mostra que a maioria está em torno dos 3 minutos, confirmando uma tendência global que favorece canções mais curtas, adaptadas a hábitos de consumo rápidos e ao formato de playlists. O título mais curto é “Apedido”, de SHURY e LARINHX, com 1min59s. No extremo oposto, “Harém”, de Luedji Luna, Liniker e Zudizilla, chega a 5min41s.

Há também faixas que se destacam pela longa duração, como “Só Rock 3” (5min12s) e “100% Molho” (4min51s). A presença dessas exceções sugere que, mesmo em um cenário de consumo rápido, ainda há espaço para obras que exigem mais tempo de imersão. Essa diversidade de formatos contribui para uma experiência de escuta menos previsível e mais rica.

A presença feminina na seleção

As mulheres aparecem de forma consistente na lista, seja liderando seus projetos, como Marina Sena em “Coisas Naturais” e DUDA BEAT em “Nossa Chance”, seja em colaborações, como Rachel Reis em “Tabuleiro” e Marvvila em “Cancelado – Ao Vivo”. Essa participação reforça um movimento de fortalecimento das vozes femininas em diferentes gêneros, incluindo segmentos historicamente dominados por homens, como o trap e o pagode.

Artistas como LARINHX (“PQ VC BRIGA CMG?”) e Jadsa (“Sol na Pele”) exemplificam uma geração que transita entre linguagens e estilos, expandindo o alcance feminino no mercado. Embora a presença seja relevante, ainda se nota que boa parte das participações femininas acontece em faixas colaborativas, o que abre espaço para um futuro com mais projetos solo nesse tipo de curadoria.

Gêneros representados e ausências

Spotify escolhe as melhores músicas de 2025
Crédito: Reprodução

A diversidade de gêneros é uma das marcas da playlist. O funk e o trap estão fortemente presentes, com nomes como MC Marks (“Sol Nascer”) e Brandão85 (“100% Molho”). O sertanejo surge com força em “Escondendo o Ouro – Ao Vivo”, de Zé Neto & Cristiano, e “DNA do Mato”, parceria de Zé Vaqueiro, Wesley Safadão e NATTAN. O pagode também tem espaço, com Grupo Menos é Mais (“Aquele Lugar – Ao Vivo”) e Cleber Augusto com Péricles (“Imã”).

A MPB aparece renovada em vozes como Marina Sena, DUDA BEAT, Lou Garcia e Luedji Luna. O pop se mistura a influências urbanas em faixas como “Coisas Naturais” e “Nossa Chance”. Uma ausência perceptível é a de faixas de rock. O gênero não figura na seleção, o que pode refletir uma menor presença nas principais conversas culturais e editoriais do período analisado.

A playlist como termômetro do ano

Mais do que uma simples lista, “Escolha dos Editores: Melhores do Ano Até Agora” funciona como um termômetro da música brasileira. O equilíbrio entre artistas já consolidados e novos nomes aponta para um mercado onde o sucesso comercial não é o único critério de visibilidade. Essa abordagem amplia a chance de descobertas e incentiva a circulação de propostas inovadoras.

Ao destacar faixas que talvez não estivessem nas paradas mais populares, o Spotify estimula um diálogo mais amplo sobre o que significa “melhor” no contexto musical. E, para quem acompanha a cena, a playlist serve como guia para entender os sons, os temas e as narrativas que estão dando o tom de 2025.

Confira a lista completa (em ordem alfabética por artista):

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