O segundo dia do palco Soundbeats III by Mundo da Música no Rio2C, realizado nesta quarta-feira (29), aprofundou o diálogo entre criação musical, estratégias de mercado e identidade cultural.
A programação reuniu artistas, produtores, executivos e especialistas jurídicos para refletir sobre o presente e o futuro da indústria da música — com foco nas interseções entre narrativa audiovisual, internacionalização de carreiras, afrobeats, parcerias com marcas e gestão de pessoas.
Quem não conseguiu acompanhar de perto a programação do palco Soundbeats III by Mundo da Música teve à sua disposição uma transmissão ao vivo ao longo de to do dia, facilitando o acesso a debates imprescindíveis para quem faz o mercado acontecer.
Assunto sério para começar o dia no Soundbeats III

Na abertura do dia, o painel “Beyond Sync – música, produto e narrativa” destacou o papel da música como elemento dramatúrgico e estratégico no audiovisual contemporâneo. A executiva Malu Miranda, a advogada Raquel Lemos e a produtora Viviane Zangrossi discutiram modelos de contratação, desafios autorais e curadoria musical no contexto das produções originais brasileiras.
A conversa teve como foco as interfaces entre música e dramaturgia em obras seriadas e cinematográficas, além dos desafios legais e criativos que envolvem a curadoria musical em produções originais. A mesa abordou também aspectos de licenciamento e modelos de contratação no audiovisual brasileiro, destacando a relevância do tema para produtores, diretores, roteiristas e profissionais jurídicos.
Internacionalização da música brasileira

Na sequência, o painel “Tiago Iorc: un puente con Latino América” trouxe o artista em uma conversa de peito aberto ao lado de seu empresário Carlos Taran (CEO da Music Tour Brasil) e da advogada Flórency Rodrigues (sócia da FR Advocacia e Consultoria).
O encontro no palco Soundbeats III abordou a trajetória de Iorc na música brasileira e os bastidores de seu processo de internacionalização, com ênfase na aproximação com o mercado latino-americano.
Foram discutidas estratégias de gestão e movimentações recentes, como o desenvolvimento de um álbum com versões em espanhol de canções já conhecidas do repertório do artista. O Latin Grammy apareceu como um verdadeiro catalisador em sua trajetória internacional.
Afrobeats como ponte cultural

Durante a tarde, o painel “Afrobeats: o ritmo como tendência que une nações” reuniu o produtor angolano Eugênio Mateus, o compositor e produtor musical baiano Thiago Pugas (Pugah) e a executiva Ana Paula Paulino, gerente de A&R da Warner Music Brasil e sócia da Ubuntu Produções.
O debate partiu da força rítmica do afrobeats e suas raízes ancestrais para discutir como o gênero tem ampliado suas conexões com o Brasil e outros territórios. A mesa também abordou o papel da música afro-brasileira na afirmação de identidade e nas trocas culturais globais, com destaque para iniciativas de fomento a artistas pretos no mercado fonográfico.
O futuro das parcerias entre marcas e artistas

O painel “A nova era das parcerias entre marcas e artistas independentes” tratou das transformações no relacionamento entre músicos e o mercado publicitário.
Com participação do executivo Thiago Hiroshi, da SoundOn (plataforma da ByteDance), da artista Izzy e mediação de Láisa Naiane, sócia e editora-chefe do Mundo da Música, o painel discutiu como plataformas como o TikTok têm influenciado novas formas de distribuição, descoberta e monetização para artistas fora do mainstream.
Foram apresentados casos de campanhas, estratégias de engajamento e a importância das plataformas digitais para ampliar a visibilidade de vozes independentes.
Gestão e liderança na indústria musical

A programação do dia se encerrou com o painel “Liderança na música: o compasso que une pessoas, dedicação e arte”, com a participação da diretora-geral da Universal Music Publishing Brasil, Adriana Ramos, e mediação de Mila Ventura, head de comunicação e marketing da UBC e sócia-fundadora do Mundo da Música.
A conversa abordou as transformações nas dinâmicas de gestão ao longo das últimas décadas, destacando a relevância de líderes com escuta ativa, capacidade de adaptação e visão estratégica. Também foram discutidas as múltiplas camadas de responsabilidade envolvidas na condução de carreiras, equipes e catálogos editoriais em um mercado em evolução constante.
O segundo dia do Soundbeats III reafirmou a potência das conexões entre música, território, linguagem e mercado. Ao colocar em foco vozes diversas e temas emergentes, o palco se consolidou como espaço de escuta e articulação para os profissionais do setor. A programação segue amanhã (30), com mais debates sobre os temas mais importantes no Mundo da Música.
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