Rio2C: Palco Soundbeats III by Mundo da Música encerra com debates sobre fé, mercado, influência digital e conexão emocional

Último dia do palco Soundbeats III by Mundo da Música no Rio2C reuniu artistas, especialistas e gestores em cinco encontros sobre criação, finanças e espiritualidade.
Foto de Nathália Pandeló
Nathália Pandeló
Soundbeats III by Mundo da Música no Rio2C
Palco Soundbeats III by Mundo da Música (Crédito: Igor Ventura)

O terceiro e último dia de programação do palco Soundbeats III by Mundo da Música no Rio2C, nesta quinta-feira (30), marcou o encerramento de uma série de conversas que atravessaram diversos aspectos do mercado musical e seus impactos sociais e simbólicos. 

Da interseção entre fé e dramaturgia ao poder das composições de alcance emocional, os encontros reuniram artistas, especialistas e representantes da indústria para refletir sobre os caminhos e as contradições do setor.

Profissão de fé

Láisa Naiane, Marcos Almeida, Rosane Svartman, César Belieny e Mila Ventura (Crédito: Igor Ventura)
Láisa Naiane, Marcos Almeida, Rosane Svartman, César Belieny e Mila Ventura (Crédito: Igor Ventura)

A manhã começou com o painel “Música, dramaturgia e o viver evangélico”, que reuniu o cantor e compositor Marcos Almeida, o músico e consultor musical da TV Globo César Belieny e a diretora de dramaturgia Rosane Svartman. Os três discutiram como a fé cristã aparece nas produções audiovisuais e nas trilhas sonoras, muitas vezes de forma mais simbólica do que propriamente ligada ao gospel. 

A conversa evidenciou que a música cristã ultrapassa o rótulo de gênero musical e exerce influência direta sobre o cotidiano de milhões de brasileiros, gerando tensionamentos entre mercado, vivência espiritual e representação artística.

Mão no bolso

Laura Manzonís, Láisa Naiane, Ian Bueno e Nathália Pandeló (Crédito: Igor Ventura)
Laura Manzonís, Láisa Naiane, Ian Bueno e Nathália Pandeló (Crédito: Igor Ventura)

Na sequência, o painel “Financiando uma carreira musical de forma responsável” reuniu Ian Bueno (Symphonic Brasil), Laura Monzonís (Snafu Records) e Nathália Pandeló (Mundo da Música) para debater práticas sustentáveis de financiamento na carreira musical. O trio falou sobre a importância de compreender a estrutura dos adiantamentos, a diferença entre investimento e dívida e os cuidados que artistas devem ter ao negociar contratos. 

Também foram abordados os modelos híbridos de monetização, o impacto do acesso a dados no planejamento financeiro e a relação entre autonomia criativa e responsabilidade na gestão de carreira.

Influência e construção de imagem

Mari Gomiero, Mila Ventura, Naldo, Rafa Ventura e Kamilla Fialho (Crédito: Igor Ventura)
Mari Gomiero, Mila Ventura, Naldo, Rafa Ventura e Kamilla Fialho (Crédito: Igor Ventura)

Abrindo os debates da tarde, o painel “Case Naldo e a convergência entre música, influência e publicidade” trouxe o artista Naldo, a publicitária Mari Gomiero (9aocubo/MG8) e a jornalista Rafa Ventura (Mundo da Música) para analisar como a imagem pública do cantor foi ressignificada a partir de sua atuação nas redes sociais. 

A conversa explorou como campanhas com marcas como Bob’s e Piraquê, além de participações em podcasts populares, foram decisivas para reposicionar Naldo como figura viral. O artista compartilhou bastidores de estratégias que misturam humor, autenticidade e timing digital para impulsionar a visibilidade de sua obra musical em novos públicos.

Novos caminhos

Mila Ventura, Rubel e Láisa Naiane (Crédito: Igor Ventura)
Mila Ventura, Rubel e Láisa Naiane (Crédito: Igor Ventura)

Em seguida, Rubel subiu ao palco ao lado da editora-chefe da Mundo da Música, Láisa Naiane, no painel “O case Rubel: entre o indie e o mainstream”. O artista falou sobre os bastidores do novo disco “Beleza. Mas agora o que a gente faz com que isso?”, destacando as parcerias que moldaram a estética do projeto e a decisão de abrir mão do controle criativo total para fomentar colaborações artísticas. 

Rubel também comentou os desafios de manter um discurso autêntico no atual cenário musical, a importância da conexão com o público e os dilemas entre a exposição digital e a manutenção de sua identidade artística.

Conexão e sensibilidade na criação

Láisa Naiane, Aya, Lary e Mila Ventura (Crédito: Igor Ventura)
Láisa Naiane, Aya, Lary e Mila Ventura (Crédito: Igor Ventura)

Fechando o palco Soundbeats III by Mundo da Música no Rio2C 2025, o painel “Tecnologia humana: o diálogo sobre composições que alcançam multidões” reuniu as artistas e compositras Lary e Aya à sócia do Mundo da Música e head de Comunicação da UBC, Mila Ventura, em uma conversa sobre o poder emocional das músicas que marcam gerações. 

As compositoras compartilharam experiências de criação baseadas em vivências pessoais, falas íntimas e sentimentos universais, revelando como a vulnerabilidade pode se tornar matéria-prima de sucesso comercial. A discussão também abordou a construção de narrativas musicais que despertam identificação e o papel do coletivo na consolidação de hits contemporâneos.

Um hit no Rio2C

Com uma curadoria que transitou entre identidade, espiritualidade, mercado e emoção, o palco Soundbeats III by Mundo da Música consolidou-se como um espaço de trocas relevantes e olhares diversos sobre o presente e o futuro da música no Brasil. 

Encerrando sua participação no Rio2C 2025, a iniciativa reforça a importância de refletir sobre o ecossistema musical para além dos bastidores e contratos — também nas subjetividades, nas conexões humanas e nas múltiplas formas de presença no mundo.

  • Leia mais: