RIAA aponta 100 milhões de assinantes pagos de streaming de música nos EUA pela primeira vez

A Associação de Música Gravada da América (RIAA) divulga balanço de 2024 com crescimento do streaming e recorde de assinaturas pagas
Foto de Nathália Pandeló
Nathália Pandeló
RIAA revela que Estados Unidos chegaram a 100 milhões de assinantes pagos de streaming
RIAA revela que Estados Unidos chegaram a 100 milhões de assinantes pagos de streaming (Crédito: Reprodução)

A Recording Industry Association of America (RIAA) divulgou o relatório anual sobre a receita da indústria musical nos Estados Unidos, apontando um crescimento de 3,3% em 2024, totalizando 17,67 bilhões de dólares. O streaming continua sendo a principal fonte de receita, representando 84% do faturamento, enquanto o mercado de vinil segue em ascensão pelo 18º ano consecutivo.

O relatório destaca que o número de assinaturas pagas em plataformas de streaming ultrapassou a marca de 100 milhões, consolidando essa modalidade como o maior motor financeiro do setor. 

Enquanto isso, os formatos digitais de download apresentaram uma queda expressiva, reforçando a mudança no comportamento do consumidor em direção ao acesso contínuo à música em vez da posse de arquivos.

Assinaturas pagas de streaming ultrapassam 100 milhões

O segmento de streaming foi responsável por US$ 14,87 bilhões em 2024, um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior. O número de assinaturas pagas atingiu 100 milhões, consolidando-se como a principal fonte de receita da indústria. Os serviços de assinatura premium arrecadaram US$ 10,68 bilhões, um aumento de 5,3%.

Enquanto as assinaturas completas cresceram, os planos de streaming com restrições – como limitações de catálogo ou de dispositivos – apresentaram queda de 2,3%, arrecadando 998,3 milhões de dólares. 

Já os serviços financiados por publicidade, como as versões gratuitas do Spotify e YouTube Music, tiveram redução de 1,8% na receita, totalizando US$ 1,83 bilhão.

Queda nas vendas de downloads digitais

A venda de músicas digitais continua em declínio. Os downloads permanentes geraram US$ 369,7 milhões em 2024, uma queda de 14,9% em relação ao ano anterior. A comercialização de faixas avulsas caiu 19% em volume e 14,9% em valor, chegando a US$ 162,4 milhões. Os álbuns digitais também registraram uma queda de 18,6%, com uma receita de US$ 166,7 milhões.

Outros formatos de venda digital, como ringtones e ringbacks, sofreram reduções ainda mais expressivas, com uma retração de 47,3% na arrecadação ao longo de 2024. Por outro lado, a categoria “outros digitais”, que inclui formatos alternativos de venda de música online, cresceu 23,1%, atingindo 35,1 milhões de dólares.

RIAA mostra o crescimento do vinil do mercado americano (Crédito: Reprodução)
RIAA mostra o crescimento do vinil do mercado americano (Crédito: Reprodução)

Vinil segue em alta e domina mercado físico

Os formatos físicos continuam relevantes, especialmente os discos de vinil. O mercado de LPs e EPs cresceu 6,9% em valor, arrecadando US$ 1,44 bilhão de e representando quase três quartos da receita do setor físico. Foram vendidos 43,6 milhões de unidades, superando novamente os CDs, que tiveram um leve aumento de 0,7% na receita e atingiram US$ 541,1 milhões.

A categoria “outros formatos físicos”, que inclui itens como fitas cassete e edições especiais, teve um crescimento expressivo de 54,5%, alcançando US$ 21,7 milhões. Já os DVDs e Blu-rays musicais sofreram queda de 17,1%, arrecadando US$ 8,9 milhões.

Receita total impulsionada pelo digital

O balanço final da RIAA indica que os formatos digitais, incluindo streaming e downloads, somaram US$ 15,24 bilhões em 2024, um aumento de 3,1%. Enquanto isso, os formatos físicos cresceram 5,4%, atingindo US$ 2,01 bilhões.

O relatório também aponta que os royalties de sincronização, provenientes do licenciamento de músicas para filmes, séries e publicidade, cresceram 2,5% e chegaram a US$ 412,6 milhões.

Apesar da queda na venda de downloads e na receita de streaming com anúncios, o crescimento das assinaturas pagas e a estabilidade do mercado de vinil garantiram mais um ano positivo para a indústria da música nos Estados Unidos.

Leia mais: