Nos últimos dias, o mercado da música foi marcado por histórias que vão de escândalos a novas oportunidades. A prisão de um cantor sertanejo revelou um esquema de fraudes no streaming, enquanto o Spotify caminha para os seus 20 anos com alvos totalmente diferentes do que quando começou. Já, a EMESP Tom Jobim abriu inscrições para cursos gratuitos, e Maria Morais anunciou seu novo selo independente, o 777 Music Group.
O objetivo desta coluna é ajudar quem faz o “Mundo da Música” girar a se atualizar rapidamente sobre os principais acontecimentos. Em poucos minutos, você fica por dentro das histórias que impactaram o setor, seja com novidades sobre eventos, estratégias das plataformas de streaming ou lançamentos que estão desenhando o futuro da música.
Prisão de sertanejo por fraude expõe submundo das “fazendas de streams”
A prisão de Ronaldo Torres, conhecido como Alex Ronaldo, expôs o funcionamento das chamadas “fazendas de streams”, esquema que utiliza bots e perfis falsos para inflar números de reproduções em plataformas digitais. A operação “Desafino”, conduzida pelo Ministério Público, revelou que o cantor usava músicas roubadas e faixas geradas por inteligência artificial para gerar lucros ilícitos, estimados em milhões de reais. O caso, considerado o primeiro do tipo no Brasil, trouxe à tona a fragilidade dos controles das plataformas e das empresas agregadoras que distribuem músicas no streaming.
Com mais de 30 anos de carreira no sertanejo, Ronaldo chegou a operar um sistema sofisticado que simulava até 2.500 usuários reproduzindo suas faixas simultaneamente, direcionando os royalties para contas pessoais. A investigação identificou prejuízos para compositores, como Murilo Huff, e reforçou a necessidade de maior fiscalização no setor. Embora o cantor aguarde julgamento em liberdade, especialistas apontam que o problema é sistêmico, com estimativas de que 10% dos plays globais sejam artificiais, prejudicando artistas legítimos e desviando bilhões de dólares no mercado mundial de streaming.
EMESP Tom Jobim abre inscrições para cursos gratuitos em 2025
A EMESP Tom Jobim abriu inscrições para os Cursos Livres de 2025, oferecendo mil vagas gratuitas em 84 opções de aprendizado musical. Os cursos abrangem práticas instrumentais, canto, regência, trilhas sonoras e até musicografia Braille, com modalidades presenciais em São Paulo e remotas. As inscrições seguem abertas até 27 de janeiro e incluem atividades para iniciantes e experientes, com aulas que começam em fevereiro.
O processo seletivo inclui avaliações entre 3 e 8 de fevereiro, e os aprovados serão anunciados no dia 13 do mesmo mês. Com mais de 30 anos de história, a escola é reconhecida por promover acesso gratuito ao ensino musical, além de apresentações e workshops que ampliam a vivência prática dos alunos. Informações detalhadas sobre os cursos e o cronograma estão disponíveis no site oficial da EMESP.
Conheça alguns dos principais eventos do mercado da música nacional
O mercado musical brasileiro segue em expansão, com faturamento de R$ 2,864 bilhões em 2023 e o streaming dominando 87% da receita. Esse crescimento reflete no aumento de eventos voltados ao setor, que em 2025 se consolidam como espaços de formação e networking para profissionais como músicos, produtores e empresários. Conferências como SIM São Paulo e Rio2C conectam o mercado a áreas como tecnologia e empreendedorismo, enquanto festivais como Porto Musical e CoMA promovem debates sobre circulação artística e novos mercados.
A descentralização do setor ganha destaque em eventos como a Feira Internacional da Música do Sul (FIMS), em Curitiba, e o Formemus, no Espírito Santo, que ampliam o acesso a oportunidades fora dos grandes eixos. Já iniciativas como o Trakto Show e o Blockchain Rio Festival exploram inovações tecnológicas, evidenciando a transformação constante da indústria. Esses encontros fortalecem o mercado como espaço de aprendizado e conexão, essenciais para acompanhar as mudanças de um setor em pleno movimento.
Spotify chega a 2025 como uma empresa completamente diferente da que começou
Nos últimos 20 anos, o Spotify passou por transformações para se adaptar às mudanças no mercado musical. Lançado em 2008 como uma solução para combater a pirataria, o serviço de streaming começou focado exclusivamente em músicas licenciadas, mas evoluiu para incluir podcasts, audiolivros e ferramentas como o Discovery Mode. Essas mudanças buscaram diversificar as receitas e reduzir a dependência de gravadoras, marcando a transição para o modelo “Spotify 2.0”, que prioriza algoritmos e conteúdos personalizados para os usuários.
Agora, em 2025, o Spotify parece entrar em uma nova etapa, batizada de “Spotify 3.0”. Com aquisições de startups de inteligência artificial, a empresa de streaming explora a produção de conteúdos automatizados e músicas personalizadas, enquanto enfrenta críticas sobre a remuneração de artistas e o impacto de seus algoritmos na diversidade musical. Com desafios vindos de concorrentes como YouTube Music e Amazon Music, o Spotify busca manter sua relevância, equilibrando inovação, lucratividade e a experiência dos usuários e criadores.
Exclusivo: Maria Morais, ex-Baguá Records, lança selo ‘777 Music Group’
Maria Morais anunciou o lançamento do selo 777 Music Group, focado em fortalecer a nova cena da MPB e a World Music Brasileira. O selo estreia gerenciando as carreiras de Agnes Nunes e Mari Froes, artistas já reconhecidas por seus trabalhos autorais. A iniciativa marca uma nova fase na trajetória de Maria, que acumula experiências em agenciamento, produção de festivais e gestão de eventos ao longo de mais de uma década no mercado musical.
Com o 777 Music Group, Morais busca valorizar a nova geração de músicos brasileiros e expandir a visibilidade da música nacional. Além de gestão de carreiras, o selo combina produção musical e distribuição para conectar artistas a novos públicos e mercados. Segundo Maria, o projeto reflete sua crença no potencial da música brasileira e no fortalecimento de estilos como MPB, bossa nova e World Music.