Merchandising: os 5 produtos que não podem faltar na lojinha do artista

Segundo a Bandzoogle, camisetas, moletons, bonés, bolsas e itens de bebida são os mais lucrativos e estratégicos no merchandising musical.
Foto de Nathália Pandeló
Nathália Pandeló
Merchandising de artistas

O mercado global de merchandising de música deve movimentar US$ 16,3 bilhões até 2030, de acordo com a MIDiA Research. Para artistas, essa receita tem peso expressivo: levantamento da atVenu mostra que o faturamento médio por show com venda de produtos chega a US$ 6.342 em apresentações para até 1.500 pessoas, valor até oito vezes maior que o obtido com streaming em um ano.

Mesmo com o domínio do consumo digital, o merchandising segue como fonte de receita estável e previsível. Itens físicos de alta demanda, fáceis de personalizar e com margens saudáveis ajudam a ampliar o vínculo com o público e a divulgar a marca do artista. 

Foi com essa lógica que a Bandzoogle, empresa especializada em lojas virtuais para músicos, listou os cinco produtos que não podem faltar na lojinha de artistas e bandas.

Camisetas

Clássico absoluto, as camisetas têm custo relativamente baixo e amplo apelo. Orçamentos podem ser solicitados a gráficas locais, serigrafistas independentes ou fornecedores especializados em impressão sob demanda, que eliminam a necessidade de grandes estoques. 

É importante confirmar a qualidade da malha e da estampa, pois peças que desbotam ou deformam rapidamente comprometem a imagem do artista. Outro ponto importante é atender a diferentes tipos de corpos, com modelagens variadas e oferta de opções masculinas e femininas, dos menores aos maiores tamanhos.

Em shows, tenha maquininha de cartão e ofereça PIX para evitar perda de vendas; em vendas online, preveja emissão de nota fiscal para reduzir problemas fiscais e dar segurança ao comprador.

Moletons

De ticket médio alto, os moletons funcionam bem em regiões frias e como produto premium. O ideal é negociar com fornecedores que ofereçam diferentes gramaturas e opções de personalização (bordado, silk, patch). O valor de revenda pode ser até três vezes o custo unitário, desde que a qualidade seja compatível.

Por ocuparem mais espaço, é preciso planejar bem a logística: em turnês, leve quantidades menores e use a pré-venda para medir demanda. Sempre peça amostras antes de fechar grandes pedidos e cheque prazos de entrega para não perder datas importantes.

Um lote limitado de alguns modelos pode apelar pela escassez de itens raros, o que ajuda a mover o estoque com mais agilidade. Durante os meses mais quentes, avalie a possibilidade de fazer promoções e combos para não manter os produtos por muito tempo, sujeitos ao acúmulo de poeira, umidade e outros agravantes.

Copo da turnê de Caetano e Bethânia (Crédito: Divulgação)
Copo da turnê de Caetano e Bethânia (Crédito: Divulgação)

Bonés e gorros

Bonés e gorros, geralmente de tamanho único, têm vantagem logística e boa durabilidade. As produções bordadas aumentam o valor percebido, mas também elevam o custo; já os modelos com silk são mais acessíveis e rápidos de fabricar. Fornecedores especializados em confecção promocional podem oferecer prazos curtos e lotes menores.

É recomendável manter embalagens simples, mas que protejam a peça no transporte. Em vendas presenciais, organize os modelos por cor e estilo para agilizar a escolha e reduzir filas na banca de merchandising.

Bolsas

As bolsas reutilizáveis (ecobags) unem funcionalidade e exposição diária da marca. Podem ser feitas em lona, algodão cru ou tecidos reciclados, com custo baixo e bom potencial de lucro. Fornecedores de brindes corporativos e feiras sustentáveis costumam oferecer preços competitivos e opções de personalização a partir de 50 ou 100 unidades.

Por serem leves, facilitam envios pelo correio e podem compor kits promocionais com outros produtos. É importante verificar a resistência das alças e a qualidade da impressão para que o item tenha uso prolongado e sirva como divulgação contínua. Além de todos estes benefícios, o produto é associado à consciência ambiental, o que o torna um ponto extra para a construção da marca de um artista ou banda.

Itens de bebida

O ‘drinkware’, como canecas, copos térmicos e garrafas, são práticos, usados diariamente e funcionam bem para vendas online. Canecas de cerâmica têm custo mais baixo e boa margem; garrafas térmicas e copos de inox, embora mais caros, agregam valor e podem ser vendidos em tiragens limitadas.

No transporte, exigem embalagens reforçadas para evitar avarias. Fornecedores de brindes, gráficas e até plataformas de impressão sob demanda oferecem opções de personalização em pequena escala, permitindo testar a aceitação do público antes de investir em grandes quantidades. Nos shows, são itens de grande aceitação e funcionam como opções colecionáveis.

Organização e operação

Para que o merchandising seja viável e lucrativo, é essencial tratar essa frente como um braço do negócio musical. Isso inclui a emissão de notas fiscais, controle de estoque, definição de margens, negociação com fornecedores e treinamento de equipe para atender fãs de forma ágil. O planejamento adequado de logística e pagamento garante que cada show ou venda online represente não só receita imediata, mas também fortalecimento da marca do artista.

Conheça o público antes de investir em merchandising

Estudo da MIDiA Research aponta que o mercado global de merchandising musical atingirá US$16,3 bilhões até 2030, mas com crescimento anual reduzido para 1,6%.
Crédito: Pexels

Para quem ainda não tem merchandising estruturado, o ponto de partida é reconhecer que não existem fórmulas únicas. Cada artista precisa conhecer profundamente o próprio público para descobrir quais produtos despertam mais interesse. Essa percepção pode vir de pesquisas rápidas nas redes sociais, enquetes em plataformas de streaming, conversas com fãs após os shows ou até observando quais itens eles já usam e compartilham.

O conhecimento sobre o público orienta escolhas mais certeiras e evita desperdícios. Uma banda de rock pode ter mais retorno sobre o merchandising com bonés ou camisetas de modelagem diferenciada, enquanto um artista ligado a causas ambientais pode encontrar mais apelo em ecobags sustentáveis. Essa análise deve vir antes de qualquer investimento em produção.

Estruture a operação e amplie o alcance

Depois de definir quais produtos podem ter mais valor, o próximo passo é organizar a operação. É importante estabelecer um orçamento inicial, selecionar fornecedores confiáveis, solicitar amostras e entender prazos de entrega. Mesmo em uma fase inicial, vale manter um controle básico de estoque e registrar todas as vendas, o que facilita reposições e previne os tão temidos prejuízos.

Embora seja comum concentrar esforços na venda física durante os shows, uma loja online expande o alcance e mantém as vendas ativas entre apresentações. Plataformas de e-commerce voltadas para artistas oferecem integração com meios de pagamento, cálculo automático de frete e até produção sob demanda. Isso permite testar novos produtos sem altos custos de estoque e atender fãs de qualquer lugar.

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