A cantora e compositora islandesa-chinesa Laufey, vencedora do Grammy de Melhor Álbum Pop Tradicional, anunciou a criação da The Laufey Foundation, uma iniciativa voltada à democratização da educação musical para jovens de diferentes origens. A novidade foi divulgada junto ao lançamento de seu novo single, “Silver Lining”, que ganhou uma campanha global com a participação de escolas de música do mundo inteiro — incluindo dois projetos do Brasil.
A fundação estreará com a concessão de bolsas de estudo para programas como a Boston Youth Symphony Orchestras, o YOLA da LA Phil (Filarmônica de Los Angeles), a The Cleveland Orchestra Youth Orchestra e dois grupos ligados ao Carnegie Hall, o NYO2 e o NYO Jazz. Segundo Laufey, a expectativa é que a iniciativa cresça nos próximos anos e passe a apoiar orquestras juvenis em diversos países.
Acesso e formação para jovens músicos
A The Laufey Foundation surge com o apoio institucional de organizações como AWAL (selo de distribuição digital), AEG Presents (produtora de eventos) e Steinway & Sons (tradicional fabricante de pianos). Também colaboraram com doações entidades como Warner Chappell, Catbird e Gibson Gives.
“O apoio e incentivos assim que recebi na infância levaram diretamente à carreira que tenho hoje. Sempre sonhei em oferecer o mesmo tipo de suporte e oportunidades para a próxima geração. Mal posso esperar para me conectar com a comunidade de jovens músicos!”, afirmou Laufey em nota oficial.
A proposta da fundação está diretamente conectada à trajetória da artista, que cresceu entre Reykjavík, Washington, D.C. e Pequim, estudando violoncelo e piano desde pequena. Hoje, com mais de 4 bilhões de streams acumulados e 14 milhões de ouvintes mensais no Spotify, ela se tornou um dos nomes mais populares da nova geração do jazz-pop.
Campanha global destaca iniciativas brasileiras
Para promover “Silver Lining”, seu novo single, Laufey criou uma campanha colaborativa envolvendo escolas de música em diversos países. Entre as instituições convidadas, duas brasileiras se destacam: o Instituto Zeca Pagodinho, de Xerém (RJ), e a Escola de Música da Rocinha. Ambas compartilharam em suas redes sociais versões da música, mostrando jovens talentos executando o trecho instrumental da faixa.
Fundado pelo cantor Zeca Pagodinho, o instituto atua na Baixada Fluminense com o objetivo de oferecer novas perspectivas de vida a crianças e adolescentes por meio da arte. Já a Escola de Música da Rocinha se dedica à formação musical na maior favela do Brasil, revelando talentos e promovendo o acesso à cultura em uma das regiões mais populosas do Rio de Janeiro.
Essas parcerias fazem parte de uma estratégia mais ampla da artista para conectar sua música a causas educacionais e sociais. Além da fundação e da campanha de “Silver Lining”, Laufey também mantém o The Laufey Book Club, clube de leitura onde compartilha livros que influenciam suas composições.
Novo single e presença no Brasil
“Silver Lining” marca um novo momento na carreira de Laufey. A faixa, que mistura elementos do jazz e do pop, traz uma atmosfera mais madura e introspectiva. O clipe oficial, filmado em 35mm, mostra a artista em um baile de máscaras inspirado no balé “A Sagração da Primavera”, de Stravinsky. A narrativa visual acompanha uma transformação da festa em um cenário caótico e surreal.
“’Silver Lining’ é uma música de amor sobre libertar sua verdadeira personalidade ao se apaixonar. Seu lado mais espontâneo e infantil vem à tona, e o desejo lhe dá coragem. Mesmo que isso o leve ao inferno, pelo menos você está com quem ama”, explicou Laufey sobre a inspiração da faixa.
O lançamento antecede sua participação no Popload Festival, que acontece em São Paulo no dia 31 de maio. No line-up do evento, além de Laufey, estão confirmadas artistas como Norah Jones, Kim Gordon e St. Vincent.
Do jazz ao pop: a ascensão de Laufey
Desde o lançamento do single “Street by Street” em 2020, Laufey vem construindo uma carreira sólida ao combinar referências do jazz tradicional — como Cole Porter e George Gershwin — com uma abordagem pop contemporânea. Seu primeiro álbum, “Everything I Know About Love” (2022), liderou a parada de Novos Artistas Alternativos da Billboard.
O reconhecimento internacional chegou com força em 2023, quando o disco “Bewitched” se tornou a maior estreia de um álbum de jazz no Spotify. Em 2024, a artista lançou “Bewitched: The Goddess Edition”, com quatro faixas inéditas, incluindo o hit “Goddess”. O clipe da música teve direção de Celine Song, do filme “Vidas Passadas”.
Ainda em 2024, Laufey lançou o álbum ao vivo “A Night at the Symphony: Hollywood Bowl”, gravado com a Filarmônica de Los Angeles, e exibido em cinemas do mundo todo, incluindo o Brasil. A apresentação ao vivo da música “Dreamer” neste show destacou mais uma vez a habilidade da artista de unir orquestração clássica e sensibilidade pop em um espetáculo audiovisual.
Com agenda lotada e ingressos esgotados em salas como o Hollywood Bowl, Royal Albert Hall e Radio City Music Hall, Laufey reafirma sua posição como ponte entre o jazz clássico e a nova geração. Agora, com o lançamento da fundação e sua atuação direta no incentivo à educação musical, ela fortalece o papel social de sua arte.
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