Júlia Braga, Som Livre: ‘O negócio da música é digital’
Redação
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O protagonismo do digital na indústria da música, análise de tendências e novas formas de consumo são algumas das temáticas abordadas por Júlia Braga, Head Comercial da Som Livre, em entrevista para o Podcast “Business Transformation” do Meio & Mensagem, apresentado pelo Spotify for Brands.
No episódio, Júlia destaca as estratégias da Som Livre que, ao longo de 51 anos de presença e atuação diante às transformações de mercado, adaptou as ações com objetivo de estar um passo a frente na criação de novos modelos de negócios.
A profissional afirma que “o negócio da música é digital” e que nos últimos cinco anos, a transformação tecnológia atingiu todas as esferas da indústria da música impulsionado o crescimento do setor, outrora com a base de comercialização física.
Em um movimento estratégico de expansão de conteúdo, no episódio também são abordados os lançamentos em parceria com a Globoplay, como a série documental original de Marília Mendonça “Todos os Cantos” com os bastidores do desenvolvimento do projeto e bastidores e o conteúdo exclusivo da gravação audiovisual de Luan Santana com o “Viva”.
“A Globoplay entrando com conhecimento e a forma de gravar documentários e nós colocamos nosso conteúdo fonográfico aos projetos, para maximizar uma experiência totalmente voltada para o digital”, afirma Júlia. De acordo com a Head Comercial, a Som Livre está olhando as tendências de mercado que atraiam audiência relevante, seja em diferentes plataformas, rede social, aplicativos e games; e estruturando possibilidades de inclusão ou pontecialização da música nesses setores.
Refletindo sobre o impacto da pandemia no entretenimento digital, Júlia analisa as três primeiras semanas do isolamento social com uma queda por causa da “falta da sazonalidade dos finais de semana” desse período, que não afetaram as assinantuas das plataformas e foi rapidamente recuperada em seguida; e o surgimento da popularidade das lives, como um produto de aproximação entre o público, os artistas e as marcas, além da força das ações beneficentes.
Durante esse período, a gravadora observou: a liderança do gênero do Sertanejo, um pico de consumo no primeiro mês de conteúdos Gospel, crescimento do Pagode com a tendência de engajamento de conteúdos nostálgicos, aumento de consumo em smartvs, além de um deslocamento de consumo de catálogo musical.
A profissional revela que, até o início de agosto, houveram: 86 lives, com 42 artistas dos artistas da Som Livre, cerca de 500 mil de visualizações por live e 150 milhões de espectadores únicos. Destacando o recorde global de Marília Mendonça com 3,3 milhões de espectadores simultâneos em sua live no YouTube.
Novos Formatos Digitais
Em universo de possibilidades para a música no digital, Júlia destaca o case da gravação do “WS Em Casa 2” que foi totalmente captado durante a live de Wesley Safadão e lançado nas plataformas digitais. A profissional destaca essa estratégia de “produtos gravados com audiência”, como uma característica do consumo musical brasileiro e uma forma de engajamento com o público. Mais recentemente, o projeto “Patroas” com Marília Mendonça e Maiara & Maraisa e do cantor Gospel Davi Sacer, possuem o mesmo formato de captação e distribuição.
A profissional destaca que “não é só o YouTube que faz lives” e aponta o case do grupo Haikaiss no jogo Avakin Life como uma nova possibilidade de negócio para a indústria da música, que conseguiu atrair mais de 2,5 milhões de espectadores.
Para Júlia, a previsão do mercado da música é permanecer em crescimento, utilizando recursos multiplaforma explorando as possibilidades do digital para expandir o alcance como em redes de games, redes sociais como players de música e a força do comando de voz como uma tendência para mudança de produção musical, consumo e criação de metadados para as músicas.
Recentemente, a Som Livre em parceria com a Fluve e a fintech, desenvolveram uma uma batalha de versos em uma ação inédita a fim de descobrir novos talentos na cena do rap nacional e investir em suas carreiras. A parceria consiste em selecionar cinco vencedores através de uma batalha de versos para artistas independentes.
A iniciativa inovadora visa fomentar a cena do rap nacional independente, abrindo espaço e oportunidades para novos talentos no mercado fonográfico. O modelo de negócios aplicado consiste em ampliar a capacidade de investimentos em carreiras artísticas. A TuneTraders é a fintech que insere o formato do crowdinvesting na indústria da música, criando um elo profissional de investimento entre artistas e fãs. A empresa tem como ferramenta a inovadora tecnologia blockchain, conhecida pelas transações em moedas virtuais, saiba mais clicando aqui.
“O mercado fonográfico tem que se reiventar e eu acredito que a inovação e a tecnologia serão sempre aliados”, afirma Braga. Em meio aos desafios da transformação da indústria, Júlia acredita que o mercado da música é um dos mais fascinantes já que “tudo é escrito a lápis”, diante das mudanças rápidas na música que impulsam todo o mercado.
A profissional afirma que essa característica mutável continuará acontecendo e que acredita na capacitação dos artistas, empresários e escritórios como uma ferramenta fundamental para esse novo momento do mercado.
“A informação digital, o grande valor dela é que ela t
em que ser espalhada, realmente. Todo mundo tem que estar empoderado desses conceitos para também ter coragem de ter iniciativas inovadoras (…) O medo de errar é um medo que não pode existir dentro dessa indústria. Não existe inovação sem liberdadade. E a Som Livre está se transformando, cada vez mais, nessa empresa que tem que ter mente aberta, com pessoas-chave trabalhando em lugares diferentes, com disseminação de informação, cada vez mais baseada em dados – tem a área artística que é extremamente importante o “core” do nosso negócio, sem música nada existe; mas, os dados são muito importantes para fomento, tendências e alicerce para a indústria crescer”, ressalta Júlia.