Aos 21 anos, João Beydoun inicia um novo capítulo em sua trajetória musical com a assinatura de contrato com a Blessed Records, gravadora referência no reggae e pioneira mundial na produção em Dolby Atmos dedicada exclusivamente ao gênero. O acordo prevê o lançamento de um EP inédito ainda em 2025, além de uma série de registros audiovisuais no formato Live Session e o gerenciamento completo de sua carreira.
A chegada de João ao selo marca o início de uma nova geração na cena reggae nacional. Nascido no Ceará e radicado em São Luís do Maranhão, ele é filho de Fauzi Beydoun, vocalista da Tribo de Jah, uma das bandas mais importantes da história do reggae brasileiro. A relação com a música, no entanto, não foi imposta.
“O reggae mora dentro de mim. Cresci com meu pai tocando pela casa, participando dos bastidores de shows e ouvindo discos. Mas foi só durante a pandemia, aos 16 anos, que eu realmente entendi que também queria fazer isso”, conta João, que toca violão, baixo, guitarra e estuda atualmente teclado e bateria.
Fauzi afirma que a descoberta do talento do filho foi inesperada.
“O João, no começo, estava mais focado no futebol, chegou a treinar em time profissional. De repente, começou a tocar tudo, compor, produzir… Fiquei impressionado. Nunca forcei nada, ele é autodidata e muito talentoso. Claro que carrega a referência do meu trabalho, mas o que ele faz é muito próprio, muito verdadeiro”, comenta o músico, que considera o filho um representante legítimo da renovação do reggae no Brasil.
Raízes jamaicanas e música brasileira se encontram em João Beydoun
Apesar de ter crescido cercado por ícones do reggae, João construiu uma trajetória própria. Suas influências vão do reggae de raiz, como Bob Marley and The Wailers, Steel Pulse, The Gladiators e Third World, à música brasileira de Djavan, Milton Nascimento, Jorge Ben e Luiz Gonzaga. O artista afirma que sua missão é espalhar mensagens positivas e manter o espírito do reggae vivo.
“Meu objetivo é espalhar mensagens construtivas, levar boas reflexões, paz, alegria e espiritualidade. Gosto de reggae, é a música que amo e que me define. Mas também estou aberto a explorar outras sonoridades, desde que eu consiga manter minha essência regueira”, afirma.
A proposta está em sintonia com os princípios da Blessed Records, que atua com foco em inovação e espiritualidade. A produção musical do novo projeto de João será assinada por Thiago “JahBass”, enquanto a produção executiva e artística ficará a cargo de Márcio Sampaio.
A representação artística e a venda de shows serão lideradas por Ney Carlos, empresário com longa atuação no mercado reggae. A distribuição será feita pela Symphonic Brasil, da qual a Blessed é o único braço dedicado exclusivamente ao reggae no país.
Renovação do reggae nacional

O anúncio do contrato com a Blessed consolida a posição de João como uma das principais apostas da nova geração do reggae no Brasil. A trajetória do artista teve início em 2021, com o lançamento do EP “Irie”, quando ele tinha apenas 16 anos. O trabalho chamou atenção pela maturidade das composições e pela sonoridade fiel às raízes jamaicanas.
Apelidado de “Magnatinha”, em alusão ao pai, João representa uma parcela ainda pequena de jovens artistas que emergem no reggae nacional. Em um gênero conhecido por sua longevidade e tradição, o surgimento de novos nomes ainda é um desafio, e João busca contribuir com autenticidade para manter o estilo em movimento. Sua atuação parte de um contexto familiar, mas ganha contornos próprios à medida que ele se afirma como compositor e multi-instrumentista com linguagem individual.
A produção do novo EP e dos conteúdos audiovisuais marca o início de um ciclo planejado em conjunto com a gravadora, que pretende dar continuidade ao trabalho em lançamentos futuros.
O momento marca também uma etapa simbólica de passagem geracional. Com a bênção de um dos nomes mais reconhecidos do reggae brasileiro e o respaldo de uma estrutura dedicada ao gênero, João Beydoun surge como nome promissor para manter viva (e atualizada) a força do reggae nacional.
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