Exclusivo: JAMBOX passa a administrar catálogo da rapper Nega Gizza

Misto de selo, gravadora e editora, JAMBOX completa 11 anos fortalecendo o protagonismo feminino no rap nacional.
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Nathália Pandeló
Nega Gizza e Luísa Viscardi, fundadora da JAMBOX
Nega Gizza e Luísa Viscardi, fundadora da JAMBOX (Crédito: Divulgação)

A JAMBOX, fundada e dirigida por Luísa Viscardi, acaba de assumir a administração do catálogo musical da rapper Nega Gizza, uma das figuras mais respeitadas do Hip-Hop brasileiro. A novidade marca um novo capítulo na trajetória da empresa, que completou 11 anos em 2025 consolidando-se como uma das principais forças independentes na promoção de mulheres da cena.

“Receber a Nega Gizza no nosso catálogo é um orgulho enorme. Ela é uma mulher que admiramos profundamente como artista, apresentadora, educadora e uma das grandes vozes do Rap brasileiro, uma verdadeira pioneira que abriu caminhos e segue inspirando gerações. O autoral é a herança do artista, o que ele tem de mais valioso do ponto de vista intelectual e criativo. Poder contribuir com essa organização é uma forma de honrar essa história e fortalecer o legado de uma mulher tão essencial para a cultura Hip-Hop. Vamos cuidar do catálogo autoral dela com todo o amor e respeito do mundo”, afirmou Luísa Viscardi.

A nova fase da JAMBOX

A incorporação do catálogo de Nega Gizza é mais um passo na expansão da JAMBOX dentro do Hip-Hop nacional. Com um trabalho voltado especialmente para artistas mulheres, o selo e gravadora tem se destacado por unir gestão de carreira, produção musical e conhecimento técnico sobre o mercado.

A empresa também é responsável pelo agenciamento da rapper Stefanie, que lançou neste ano seu primeiro disco, “BUNMI”. O álbum vem figurando em listas de melhores do ano e abriu espaço para apresentações em grandes festivais, como The Town, em setembro de 2025, e Lollapalooza, marcado para março de 2026.

Da gestão artística à editora musical

A atuação editorial da JAMBOX surgiu da própria experiência com Stefanie. Segundo Luísa Viscardi, a necessidade de compreender as estruturas legais e administrativas da música foi determinante para ampliar o escopo da empresa.

“Quando comecei a cuidar da carreira da Stefanie, percebi uma lacuna muito grande em relação ao entendimento da parte burocrática da música: direitos autorais, fonogramas, conexos. Por muito tempo, os artistas só queriam entrar no estúdio e criar, o que é totalmente natural, sem se preocupar com esses aspectos, que são fundamentais. No início, nem eu nem a Stefanie tínhamos esse conhecimento, então foi algo que construímos juntas”, recorda. 

Segundo Viscardi, essa busca fez com que a JAMBOX se transformasse naturalmente em uma editora e gravadora. 

“Nosso propósito sempre foi cuidar da carreira da Stefanie de forma 360°, e isso exigia dominar todas essas frentes. Eu me dediquei muito a aprender. Esse processo me mostrou o quanto esse conhecimento pode mudar a realidade de um artista, e foi daí que nasceu o desejo de potencializar outras mulheres também, principalmente mulheres do rap, que se conectam com o boom bap, esse som que é a base da JAMBOX, a nossa paixão”, completou a empresária.

Um beatbox cultural

Mais do que um selo, a JAMBOX se define como um “beatbox cultural”, um espaço de encontro entre artistas, marcas e propósitos. Em sua trajetória, a empresa realizou projetos e festas como a JOINT, em parceria com o Só Pedrada Musical e a agência INNER, e trouxe ao Brasil nomes históricos do Hip-Hop norte-americano, como os DJs Grandmaster Flash e Jazzy Jeff, além do rapper Talib Kweli.

Além da gestão da JAMBOX, Luísa Viscardi atua há mais de 13 anos como DJ, se apresentando em eventos corporativos e festivais como Nômade e Turá. Em 2025, ela se prepara para tocar em festas de grande porte, incluindo o tradicional baile de Halloween da Sephora, e fará uma tour de Réveillon em destinos como Maravilha, Milagres, Carneiros, Awê e Caraíva.

Valorização e legado

Tefa Bevenuto, A&R BOA Música Brasil - Crédito @karumartins
Tefa Bevenuto, A&R BOA Música Brasil (Crédito: @karumartins)

A chegada de Nega Gizza ao catálogo da JAMBOX representa um movimento simbólico de valorização das pioneiras do rap e de conexão com novas gerações. Para Tefa Bevenuto, A&R da BOA Música Brasil, que administra o braço de editora da JAMBOX, a parceria fortalece um ciclo de reconhecimento histórico dentro do gênero.

“A JAMBOX tem desempenhado um papel fundamental para o rap nacional ao reunir rappers femininas pioneiras, representá-las para cena e promover o diálogo com a nova geração. Esse movimento tem acontecido tanto nos palcos quanto na gestão do catálogo dessas artistas. Estou muito envolvida nesse processo, e a chegada da Nega Gizza é essencial nesse importante trabalho de valorização e reconhecimento. Com dedicação e empenho, queremos reavivar o álbum ‘Na Humildade’ e faixas icônicas como ‘Fiel Bailarino’, reafirmando sua relevância no cenário contemporâneo.”

Com a nova parceria, a JAMBOX amplia sua presença na gestão de obras e catálogos autorais dentro do rap brasileiro. O trabalho com artistas como Nega Gizza e Stefanie reforça o movimento de organização e valorização da produção feminina no Hip-Hop.

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