Em carta aberta, mais de 200 independentes pedem fase dois da investigação europeia sobre aquisição da Downtown

Mais de 200 selos e associações independentes assinam carta aberta contra nova consolidação de infraestrutura musical nas mãos da UMG.
Foto de Nathália Pandeló
Nathália Pandeló
Independentes publicam carta aberta contra compra da Downtown pela UMG
Independentes publicam carta aberta contra compra da Downtown pela UMG (Crédito: Divulgação)

Já não é novidade que a aquisição da Downtown Music Holdings pela Universal Music Group (UMG) gerou forte reação no setor musical independente. Nesta segunda-feira (07), a disputa ganha um novo capítulo. Um grupo de mais de 200 CEOs, fundadores e líderes de empresas e associações comerciais da indústria fonográfica assinou uma carta aberta à Comissão Europeia pedindo a abertura de uma investigação aprofundada sobre o caso.

Encaminhado à vice-presidente executiva Teresa Ribera, o documento solicita que a transação, já sob avaliação preliminar da Comissão, avance para a chamada “fase dois” do processo regulatório, que envolve uma análise mais detalhada dos impactos concorrenciais. O argumento central da coalizão é que a operação representa um risco estrutural à competitividade, à inovação e à diversidade cultural na música.

Infraestrutura essencial sob controle da líder de mercado

A Downtown Music Holdings é responsável por algumas das plataformas mais relevantes da infraestrutura digital usada por artistas e empresas independentes. Entre seus serviços estão a distribuidora FUGA, o agregador CD Baby, a plataforma de administração de direitos autorais Songtrust e o sistema de contabilidade de royalties Curve. Esses serviços são amplamente utilizados por selos e artistas que não têm estrutura própria para gerir distribuição, royalties e pagamentos.

Com a possível aquisição, essas soluções passariam a ser controladas pela UMG, que já detém mais de 40% do mercado de música gravada na Europa, fatia que representa o dobro da participação da concorrente mais próxima. Para os signatários da carta, isso representaria uma dependência forçada dos independentes em relação à maior empresa do setor.

“A aquisição colocaria uma parte significativa da infraestrutura essencial sob controle da líder de mercado”, aponta o documento. “Teríamos que depender de nossa maior concorrente para conectar nossos artistas ao público.”

Risco para a diversidade e a inovação na música

Logos do grupo Downtown Music Company
Logos de algumas marcas do do grupo Downtown Music Company (Crédito: Divulgação)

A carta ressalta que a concentração excessiva de poder pode sufocar a experimentação artística e limitar o acesso dos consumidores a novos sons e estilos. Ao controlar parte importante da cadeia de distribuição e gestão de dados, a UMG teria condições de atuar como “guardião” do que é promovido, ouvido e monetizado nos serviços digitais.

“A concentração desse porte reduziria a diversidade de vozes, estilos e culturas que chegam ao público. Os fãs ouvirão menos novidades e mais do mesmo”, diz o texto. “Artistas fora do mainstream comercial terão dificuldade em ganhar visibilidade, e uma economia criativa antes dinâmica começará a estagnar.”

Outro ponto levantado pelos signatários é o acesso privilegiado que a UMG teria a dados estratégicos dos concorrentes ao controlar serviços como FUGA e CD Baby. Isso incluiria informações sobre tendências de artistas, desempenho em plataformas digitais, precificação e termos contratuais. A coleta desses dados daria à major uma vantagem competitiva considerável e ampliaria ainda mais seu domínio sobre o setor.

Sequência de aquisições preocupa independentes

Essa não é a primeira movimentação da UMG no mercado independente. Nos últimos anos, a major já havia adquirido selos e distribuidoras como PIAS, 8Ball Music, Hyperion, Outdustry e Oriental Star Agencies. A consolidação levanta dúvidas sobre a manutenção de um ambiente equilibrado, onde pequenas e médias empresas possam operar em igualdade de condições.

Os independentes afirmam que, embora o setor musical europeu esteja em expansão (com crescimento de 8,7% em 2023 e receita de €5,2 bilhões), essa evolução tem sido desigual. Eles alertam que mudanças recentes nos modelos de pagamento do streaming, frequentemente lideradas pelas majors, não incluem a participação da maioria das empresas menores.

Chamada por uma análise estrutural

Para os autores da carta, o caso deve ser analisado não apenas com base na receita ou na dimensão financeira do negócio, mas sim sob a ótica do “controle funcional” sobre o mercado digital da música. 

Segundo eles, a estrutura do ecossistema está em risco quando um único agente passa a deter uma parcela significativa dos canais de acesso ao público, ferramentas de gestão e informações sensíveis do setor.

“Todos têm um papel — do maior conglomerado global até a startup que descobre novos gêneros. Mas quando aquisições como essa desequilibram demais a balança, é preciso agir.”

A carta conclui com um apelo para que a Comissão Europeia abra uma investigação completa, avaliando não só os efeitos econômicos imediatos, mas também os impactos a longo prazo sobre a inovação, a concorrência e a cultura.

Confira a carta na íntegra:

Bruxelas, 4 de julho de 2025
À atenção da Sra. Teresa Ribera
Vice-presidente executiva
Comissão Europeia
Rue de la Loi / Wetstraat 200
1049 Bruxelas, Bélgica

Prezada Sra. Ribera,

Somos fundadores e CEOs de empresas musicais líderes na Europa e no mundo, bem como representantes de associações do setor. Costumamos escrever sobre música e cultura, mas hoje nos dirigimos à senhora para falar sobre concorrência.

Em nome da comunidade musical independente, escrevemos para expressar nossas sérias preocupações em relação à proposta de aquisição da Downtown Music Holdings LLC (“Downtown”) pela Universal Music Group N.V. (“UMG”), atualmente em análise pela Comissão Europeia – Processo M.11956.

A indústria musical da União Europeia é uma história de sucesso cultural e econômico, com receita de música gravada crescendo 8,7% em 2023, atingindo o valor de €5,2 bilhões. A UE abriga alguns dos nomes mais reconhecidos da música, além de um ecossistema vibrante de negócios independentes.

Mas não podemos tomar isso como garantido. Embora a indústria musical europeia esteja em crescimento, esse avanço é desigual e ainda fica atrás de outros mercados globais. Ao mesmo tempo, mudanças estão sendo feitas nos modelos de distribuição de receita do streaming, sem qualquer participação do setor independente. Um campo de atuação justo é essencial para manter um ecossistema musical próspero, que gere benefícios para a economia, a cultura e a inovação.

Todos têm um papel a desempenhar — da maior companhia musical do mundo à startup independente que descobre novos gêneros e sons. Mas quando aquisições como esta começam a desequilibrar a balança, é preciso agir.

A proposta de aquisição da Downtown pela UMG representa um risco sério para esse equilíbrio. Em toda a Europa, a UMG já controla mais de 40% do mercado de música gravada — quase o dobro da participação da segunda maior concorrente. Ao incorporar as capacidades de distribuição, contabilidade de royalties e gestão de direitos da Downtown — serviços usados por milhares de empresas e artistas independentes —, a UMG consolidaria ainda mais seu já significativo poder de mercado.

O negócio colocaria uma parte essencial da infraestrutura da música sob controle da líder de mercado. Muitos negócios musicais independentes já dependem dos serviços da Downtown, o que nos forçaria a confiar em nossa maior concorrente para conectar nossos artistas ao público.

É por isso que é fundamental que este caso seja analisado à luz de sua “participação de controle” sobre a economia digital, assim como sobre o mercado físico, e não apenas sob a ótica da participação em receita.

Esta não é apenas um simples “investimento” em uma das maiores empresas independentes do mundo; trata-se de controle.

As implicações são profundas. Essa consolidação permitiria que a UMG atuasse como guardiã de alguns dos melhores serviços do setor, influenciando quais músicas serão ouvidas, promovidas e monetizadas. Esse poder representa um risco não apenas para os negócios independentes, mas também para a diversidade criativa e a amplitude da própria música.

Uma concentração desse porte reduziria a variedade de vozes, estilos e culturas que chegam ao público. Daria à UMG ainda mais poder para influenciar serviços digitais, moldar critérios de monetização e extrair mais valor — às custas do setor independente. Isso reduziria as opções dos consumidores, sufocaria a experimentação e enfraqueceria o papel da Europa como um polo criativo e artístico. Os fãs ouviriam menos novidades e mais do mesmo. Artistas que atuam fora do mainstream comercial teriam mais dificuldade de encontrar espaço. E uma economia criativa que antes prosperava começaria a estagnar.

Essa aquisição também proporcionaria uma vantagem competitiva importante ao permitir que a UMG colete dados de concorrentes que utilizam seus serviços. Esses dados são amplos, abrangendo desde informações de distribuição — como tendências de artistas e músicas, desempenho em plataformas digitais — até dados críticos de negócios, como preços, termos contratuais e relacionamentos estratégicos. Ter acesso a essas informações daria à UMG uma entrada indireta nas operações de outros negócios concorrentes, fortalecendo ainda mais sua posição privilegiada.

As empresas musicais independentes desempenham um papel vital na promoção da inovação, da diversidade e da proteção da cultura. Para cumprir esse papel, precisamos de acesso justo e não discriminatório à melhor infraestrutura do mercado musical. E não ser forçados à dependência estrutural de nossa maior concorrente, que ainda por cima lidera a mudança nos modelos de remuneração dos serviços digitais.

Por isso, solicitamos que a Comissão Europeia abra uma investigação aprofundada (fase dois) para examinar as consequências estruturais dessa transação. A proposta de aquisição representa uma ameaça clara à concorrência efetiva, à inovação e ao crescimento da indústria musical na Europa e no mundo.

Precisamos manter a música aberta.

Atenciosamente,

Ludovic Le Strat, President, 23.23
Manuela Nikele, General Manager, 375 Media GmbH
Ed Horrox, Managing Director, 4AD
Cecilia Crespo, General Manager, A.S.I.Ar – Asociación de Sellos Independientes de Argentina
Dr. Richard James Burgess MBE, President and CEO, A2IM – American Association of Independent Music
Felippe Llerena, Director, ABMI – Associação Brasileira da Música Independente
George Seay, Owner, Acrophase Records
Petra Deka, Head of Publishing, ACT Music+Vision GmbH+CO.KG
Magnus Bjerkert, CEO, Adrian Recordings
Gee Davy, Chief Executive, AIM – Association of Independent Music
Joe Clarke, Interim Chair, AIM Ireland – Association of Independent Music Ireland
Maria Amato, CEO, AIR – Australian Independent Record Labels Association
Toni Verona, President and General Manager, Alabianca
Sam Valenti, Co-CEO; CEO, All Flowers Group; Ghostly Intl
Sergi Roig Torrubiano, Director – Chief Officer, Altercat records
Cormac O’Halloran, Director, Always The Sound
Joana Negrão, , AMAEI – Associação de Músicos Artistas e Editoras Independentes
Ruth Koleva, President, ANMIP-BG – Association of Independent Music Publishers and Producers in Bulgaria
Andrzej Dąbrowski, Board Member, ANPM – Alians Niezależnych Producentów Muzycznych
Boris Horvat, Director, Aquarius Records
Sebastian Cowan, Owner, Arbutus Records
Petra Reiter, Manager, Artist Factory Music
Stéphane Laick, Cofounder, AT(h)OME; FELIN – Fédération Nationale des Labels et Distributeurs Indépendants
Pär Winberg, Owner, Atenzia Records
Lars Leverenz, Head of Label, Audiolith
Marco Rossi, Owner, Azzurra Music
Johann Günther, Founder, Backlash Music
Arne Thamer-Steinwärder, , Co-Founder & CEO, Backseat PR & Labelservices
Christoph Hallerberg, PR & Coaching, Backseat PR & Labelservices
Sebastian Król, Founder, Backseat PR & Labelservices
Mathieu Dassieu, CEO, Baco Music
Karl Bader, , Bader/Molden Recordings
Kai Florian Becker, Founder – Label Manager, Barhill Records
Katie Garcia, Founder, Bayonet Records
Martin Mills, Chair, Beggars Group
Paul Redding, CEO, Beggars Group
Nils Kacirek, Musician, Bello Neon Records
Dan Waite, CEO, Better Noise
Danny Akalepse, Owner & Musician, Big Crown Records
Leon Michels, Owner; Musician & Producer, Big Crown Records; El Michels Affair
Miguel Angel Sancho, Director, Blau Producciones
Dietmar Hoscher, Founder, Blind Rope Records
Jeremy Lascelles, CEO and Co-Founder, Blue Raincoat Music/ Chrysalis Records
Hadi El Azzi, Chairman, BMYD – Bağımsız Müzik Yapımcıları Derneği
Randy Melibajew, Managing Director, Book of Raw GmbH
Henrietta Bauer, CEO / Managing Director, Bretford Records / What Is Happening? I Feel It Everywhere! GmbH
Phil Hill, Owner & Founder, Cargo Independent Distribution
Dario Giovannini, Managing Director, Carosello Records
Liza Bantegnie, Cofounder, Cartelle
Anne-Laurence Chambon, Director, Carton Records; Maison Tempête
Ester Petri, Managing Director, Carus-Verlag GmbH & Co. KG
Jeff Bratton, Owner, Cascine
Ben O’Connor, Label Manager, Chapter Music
Guy Blackman, Label Manager, Chapter Music
Andrew Cash, President and CEO, CIMA – Canadian Independent Music Association
Christof Ellinghaus, Founder – CEO, City Slang
Ian Ilavsky, Co-Owner, Constellation
Martin Goldschmidt, Co-Founder and Chairman, Cooking Vinyl
Jordi Freixa, Director, Cooperativa Montgri
Alexander Gramlich, Founder, copaseDisques
Robert Litsen, CEO, Cosmos Music
Simon Platz, Managing Director, Cube Records Ltd
Eduardo Jordão, General Manager, CultManagement Lda.
Bianca Eysenbrandt, Owner, Dackelton Records
Dario Draštata, Executive Director, Dallas Records; RUNDA – Regional Association of Independent Discographers in Adria
Javer Tomas Y Tio, General Manager, Darlalata
Phil Waldorf, Co-CEO, Dead Oceans
Borja Torres, Music Supervisor, Discos Buenos
Antonio Céspedes Pérez, Director General, División Sonora Producciones
Ricardo Fernández Arroyo, Communication Director, División Sonora Producciones
Clare Whitlock, Director Commercial & Business Affairs, Domino Recording Company Ltd.
Laurence Bell, CEO, Domino Recording Company Ltd.
Nigil Mack, CEO, drink sum wtr
Verena Boessmann, Co-Owner, Dunstan Media
Manuel Sanz, Director, Ecléctica Records/ Ecléctica Management
Dr. Sabine Meier, Managing Director, Edition Roland Musikverlag GmbH
Pierangelo Mauri, Founder, Edizioni ZYX Music; Net’s Work’s & Songs
David Aguado, Director, El Tragaluz
Denis Kappes, Co-owner, Eliterecords
Dario Raimondi, Founder – Label Manager, Energy Production
Ines Collarte, Director, Entrebotones
María Pellicer Lara, Director, Eo Música
Roger Dorresteijn, Managing Director, Epitaph Europe
Enrique Perea, A&R, Everlasting Records
Mark Kitcatt, Co-owner & chair, Everlasting Records; Popstock
Charles Caldas, Partner, Exceleration Music
Patrick Tilg, Producer, Feberwolle
Björn Mathes, Co-Founder / CEO, FerryHouse GmbH & Co. KG
Adeline Ferrante, Publishing director, Fougue
Marcus Herbert, Label Manager, From Lo-Fi to Disco!
Silvana Battisti, Label Manager, From Lo-Fi to Disco!
Serafino Perugino, Founder, Frontiers Records
Ian Westley, Co-Owner, Full Time Hobby Music LTD
Nigel Adams, Co-Owner, Full Time Hobby Music LTD
Carl-Fredrik Häggqvist, CEO, Owner, Gazell Records AB
Nenad Borovčak, CEO, Geenger Records
Pavle Eftimovski, Managing Partner, Glitch Records
Chris Eckman, CEO, Glitterbeat Records
Alexander Waldron, Owner & CEO, Greco-Roman Ltd
Simon Kessler, Director, Greenpiste Records
Lenz Hein, Label Manager, Grönland
Louise Sansom, Director, founder, Hidden Track Records
Louis Posen, President, Hopeless Records
Per Faeltenborg, CEO, Hot Stuff AB/Svenska Energy Rekords & Publishing AB
Aymeric Genty, CEO, I.O.T Records
Stephen O’Malley, Label Owner, Ideologic Organ
Francisca Sandoval, President, IMICHILE – Asociación Gremial Industria Musical Independiente de Chile
Dylan Pellett, General Manager, IMNZ – Independent Music New Zealand
Helen Smith, CEO, IMPALA – European association of independent music companies
Katja Vauhkonen, Executive Director, Indieco – Suomen riippumattomien levy- ja tuotantoyhtiöiden yhdistys
Anca Lupes, Executive Director, INDIERO – Asociatia a producatorilor si editorilor de muzica independenti din Romania
Andreas Ryser, Founder, IndieSuisse – Association of Swiss independent music labels and producers
Alexandre Cazac, Artistic director, cofounder, InFiné
Hannes Tschürtz, Founder & Managing Director, Ink Music
Pedro Marques, Director, Invict Sound & Vision
Darius Van Arman, Co-CEO, Jagjaguwar; Secretly Distribution
David Morel, Director, Jarring Effects
Calvin Johnson, Founder, K Records
Tom Nieuweboer, CEO, K7!
Lio Cerezo, Owner / A&R, Kanine Records
Tony Presley, Label Manager, Keeled Scales
Rajk Barthel, Founder – Owner, Kick The Flame Publishing GmbH
Gilles Dutrève, Director, La Granges à Sons
Isabella Viertbauer, Founder, Label 4
Peter Cronemeyer, Owner, Laika-Records
Daryl Fidelak, Founder, Lampshade Media
Andreas Jantsch, CEO & Founder, Las Vegas Records
Helmut Heuer, Owner, Légère Recordings
Tanja Michaelis, Founder – Managing Director, Made_in_Germany – music GmbH
Robert Stieler, Owner – Managing Director, Major Label
Zsolt Jeges, Founder, Mamazone Records; HAIL – Hungarian Association of Independent Labels
Mats Hammerman, CEO, Massproduktion i Sundsvall AB
Chris Lombardi, C-founder, Matador
Gerard Cosloy, Co-founder, Matador
Patrick Amory, Co-founder, Matador
David Buder, Co-Founder & CEO, Matches Music
Oliver von Felbert, Founder, A&R and label manager, Melting Pot Music GmbH
Mac McCaughan, CEO, Merge Records
Mik Christensen, Label Manager and Partner, Mermaid Records
Jorge Otero, Director, Meseta Records
Anders Mörén, Owner, Misty Music AB
Adam Weisman, Musician, Mixed Salad
Walter Gröbchen, CEO, Monkey Music
Marta Sampaio, Manager, Monster Jinx
Miran Rusjan, Founder, Moonlee Records
Theresa Langner-Schibranji, Founder, Morinoko
Larry Bringsjord, CEO, Owner, MTG Music; FONO – Norwegian Association for Independent Record Labels
Javier De Esteban, CEO, Music Adders
Annalea Bertelsen, Board Member, Music For Dreams
Geert De Blaere, Founder – Owner, N.E.W.S. nv; BIMA – Belgian Independent Music Association
Carol von Rautenkranz, Managing Partner, Napa Sounds GmbH
Mario Limongelli, Founder, Nar International PMI – Produttori Musicali Indipendenti
Neil Grant, Founder – Manager, Neil Grant Media & Promotion
Bruno Cariou, Director, Neomme
Elin Trogen, CEO, NONS Records
Jon Madsen, Managing Director, Nordic Music Society
Christian Pliefke, Founder, Nordic Notes / CPL-Musicgroup
DEREK BIRKETT, DIRECTOR, ONE LITTLE INDEPENDENT LTD
Beatriz Concepcion, Director, Oso Polita
Vittorio Cigala, Managing Director, OYEZ!
Dagobert Böhm, Director, Ozella Music
Ciaran Conroy, Co-CEO, Paragon Records
Brian Scally, Co-CEO, Paragon Records
Andy Widder, Founder, Part Records / Rockin‘ Rollin‘ Products
Mario Rossori, Founder, Pate Records
Vedran Meniga, CEO, Pdv Records
Maria Romana Trainini, Managing Director, Peer Southern Productions
Fabian Burbano, Director, Play Abc Sl/Abc Music
Jonas Sjöström, Chairman and Founder, Playground Music Scandinavia
Johan Alm, co-owner, PNKSLM Recordings AB
Matthias Broeckel, Director, PORK PIE
Mathias Schwarz, Managing Director, Powerline Agency OHG
Martin Koller, Owner, ProMedia GmbH
Stefan Groß, Owner, Q-rious Music
Axel Franzén, Owner, Rama Lama Records
Daniel Meteo, Founder & Co-Owner, Random Musick Publishing GmbH
Eva Pyko, Managing Director, Random Musick Publishing GmbH
Riku Paakkonen, Founder & Managing Director, Ranka Kustannus
Paulina Parvanov, CEO, Raspberry Soda
Elaine McCann, Head of Label, Reckless Records
Nelly Santamarta, Owner & Chair, Registros de Cultura
Eva Santamaría Molina, Publishing Manager, Republic Network Oü
Etienne Tricard, Cofounder, Rescue + Return Records
Anne-Flore Levacher, Head of projects, Roche Musique
Geoff Travis, Founder, Rough Trade
Jeanette Lee, Founder, Rough Trade
Jeff Casazza, Owner / A&R, Run For Cover
Matt Werth, Owner/CEO, RVNG Intl
Caleb Braaten, Founder, Sacred Bones Records
Branko Paić, Managing Director, Scardona
Henrik Guemoes, Managing Director, Schubert Music Publishing GmbH
Nuno Saraiva, Founder-Director, SCL / Lusitanian
Justin West, CEO, Secret City Recordings
Ben Swanson, Co-CEO, Secretly Canadian
Chris Swanson, Co-CEO, Secretly Group
Filip Lundgren, CEO, Septembernatt
Eva Wilke, CEO, Owner, Silence AB
Barbara Preisinger, Founder – Owner, Slices Of Life
Joakim Haugland, Owner, Small Town Supersound
Eva Karman Reinhold, CEO, Owner, Smilodon/Karman Innovative Consulting; SOM – Svenska Oberoende Musikproducenter
Alejandro Varela, Owner & Chair, S-Music Records
Maurice Summen, Owner, Staatsakt / Fun in the Church
Fredrik Holmgren, CEO, StarTracks AB
Margit Sarholz, Musician, Sternschnuppe Verlag GbR
Werner Meier, Musician, Sternschnuppe Verlag GbR
Kees van Weijen, President, STOMP – Stichting Onafhankelijke Muziekproducenten
Gugai MacNamara, CEO, Strange Brew
Jonathan Poneman, Co-Founder, Sub Pop
Megan Jasper, CEO, Sub Pop
Tony Kiewel, Co-President, Sub Pop
Bo Magnusson, co-owner, Subspace Communications AB
Julian Scheufler, Producer, Südpark Studio München
David Dickenson, Founder, Suicide Squeeze Records
Wolfgang Koch, Owner, syborgmusic
Volker Sonntag, CEO, TAG-7
Tue Kjerstein, Partner and co-managing Director, Tambourhinoceros
Kristoffer Rom, Partner and co-managing Director, Tambourhinoceros; DUP – Danske Uafhængige Pladeselskaber
Detlef Engelhard, CEO, Termidor Musikverlag & Timba Records GmbH&Co.KG
Jakob Sørensen, CEO and Founding Partner, The Bank
Tony Morley, Managing Director, The Leaf Label Ltd
Ken Shipley, President, The Numero Group
Rob Sevier, CEO, The Numero Group
Mauro Farina, Founder, The Saifam Group
Gerald Oppermann, Founder – Owner, Timezone GbR
Teddy Maier, Founder, Tonzoo
Tweety Gonzalez, Owner & Chair, Twittin records
Sonia Duran, General Manager, UFI – Unión Fonográfica Independiente
Ari Stern, Founder, Underwater Peoples / Stern Records
Ina Schulz, Head of Label, Unique Musikverlag GmbH
Guilhem Cottet, Director-General, UPFI – Union des producteurs phonographiques français indépendants
Christoph Dohr, Owner, verlag dohr köln
Matthias Möbius, Owner, viamas gmbh
Alexander Hirschenhauser, Board Member, VTMÖ – Verband unabhängiger Tonträgerunternehmen, Musikverlage und MusikproduzentInnen Österreich
Jörg Heidemann, Managing Director, VUT – Verband unabhängiger Musikunternehmer*innen
Stephan Bourdoiseau, President Wagram Music 
Kevin Fleming, Managing Director, Warp Records
Brian Sampson, Owner, Western Vinyl
Doug Warner, Owner, Wharf Cat Records
Noemí Planas, CEO, WIN – Worldwide Independent Network
Jared Jones, Owner, Winspear
Ben Beardsmore, Managing Director, XL Recordings
Caius Pawson, Founder, Young
Tobba Andersson, Owner, Zorch Production

  • Leia mais: