Ilê Aiyê celebra 50 anos com investimentos do projeto Ouro Negro e lota ladeira do Curuzu

A ladeira do Curuzu ficou, mais uma vez, lotada, para assistir o desfile de um dos blocos mais bonitos do carnaval de Salvador. O Ilê Aiyê traz o reforço da sua ancestralidade no seu 50º aniversário.
Foto de Cauê Mendes
Cauê Mendes
Ilê Aiyê na ladeira do Curuzu. Foto: Feijão Almeida
Ilê Aiyê na ladeira do Curuzu. Foto: Feijão Almeida

Na noite deste sábado (1), a tradicional ladeira do Curuzu, localizada no coração do bairro da Liberdade, em Salvador, foi tomada por uma multidão empolgada para acompanhar a saída do Ilê Aiyê, o mais belo dos belos, em um desfile repleto de fé, ancestralidade e resistência. Este evento, que marcou os 50 anos de história do bloco afro, teve o apoio do programa Ouro Negro, uma iniciativa que destina recursos financeiros a blocos afro, afoxés e blocos de samba, e que, a cada edição, se torna mais popular e abrangente.

O Ilê Aiyê é um dos principais símbolos da cultura negra no carnaval de Salvador e da luta pela valorização da identidade afro-brasileira. Comemorando meio século de existência, o bloco continua a ser um ponto de resistência e de afirmação da importância da ancestralidade, com um evento que une não apenas a comunidade negra, mas também toda a sociedade que reconhece a sua importância histórica e cultural.

Investimentos no Ouro Negro

O vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior, que também atua como coordenador do carnaval no estado, esteve presente na celebração e ressaltou o compromisso do governo estadual com o apoio ao segmento afro no carnaval.

“Este é o maior investimento do programa Ouro Negro. Representa a valorização da nossa cultura, da nossa crença, da ancestralidade e da raiz do povo baiano”, afirmou o vice-governador, destacando o impacto positivo dos investimentos para o fortalecimento das manifestações culturais afro-brasileiras.

Em 2025, o programa Ouro Negro irá destinar cerca de 15 milhões de reais a 112 projetos selecionados, beneficiando uma série de blocos afro e outras iniciativas culturais que promovem a herança e a cultura negra na Bahia. Foto:
Em 2025, o programa Ouro Negro irá destinar cerca de 15 milhões de reais a 112 projetos selecionados, beneficiando uma série de blocos afro e outras iniciativas culturais que promovem a herança e a cultura negra na Bahia. Foto: Feijão Almeida.

A titular da Secretaria da Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Angela Guimarães, também esteve presente no evento e falou sobre as ações do governo para combater o racismo e a intolerância religiosa no carnaval.

“Neste ano, a Sepromi e o Governo da Bahia, de forma integrada, reúnem várias secretarias e instituições do sistema de justiça para intensificar as ações de prevenção ao racismo e intolerância religiosa. Estamos ampliando a ocupação nos circuitos do carnaval, não só em Salvador, mas também nos carnavais de bairro e no interior do estado”, afirmou Guimarães, enfatizando o compromisso com uma abordagem mais ampla e eficiente para garantir um carnaval mais inclusivo e respeitoso.

A missão do Ilê Aiyê na ladeira do Curuzu

O presidente do Ilê Aiyê, conhecido como “Vovô do Ilê“, também fez questão de destacar a missão do bloco ao longo de suas cinco décadas de existência. “A resistência que defendemos está ligada à nossa busca por liberdade, igualdade e respeito”, afirmou ele, frisando o papel do Ilê Aiyê na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Vovô do Ilê comemora os 50 anos do bloco. Foto: Feijão Almeida
Vovô do Ilê comemora os 50 anos do bloco. Foto: Feijão Almeida

O futuro do Ouro Negro

Com um investimento crescente e um compromisso cada vez mais forte do governo da Bahia, o projeto Ouro Negro continua a ser um pilar fundamental para a sustentabilidade e o crescimento dos blocos afro e demais manifestações culturais de matriz africana. A celebração dos 50 anos do Ilê Aiyê é um reflexo da resistência e do sucesso desses projetos, que buscam, cada vez mais, dar visibilidade, respeito e reconhecimento à cultura negra no Brasil.

O evento deste sábado não foi apenas uma festa; foi uma afirmação da importância do Ilê Aiyê e dos blocos afro para o carnaval de Salvador e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O Ilê Aiyê segue firme em sua missão de resistência, cultura e luta por liberdade, igualdade e respeito, com o apoio de programas como o Ouro Negro, que garantem que essa história de fé e ancestralidade continue a ser escrita.