GIULIA BE detalha a estratégia por trás de seu projeto trilíngue e da nova fase que conduz até 2026

Foto de Nathália Pandeló
Nathália Pandeló
GIULIA BE revela o single delícias proibidas
GIULIA BE revela o single 'delícias proibidas' (Crédito: Jonathan Wolpert)

A nova fase de GIULIA BE ganha contornos mais amplos com o lançamento de “delícia proibida”, faixa que marca um momento decisivo dentro do projeto trilíngue que a artista prepara até 2026. A música chega como peça central de uma narrativa que organiza identidade, trajetória e alcance global em um mesmo conceito, pensado para apresentar diferentes versões de si ao público. A ideia é que este seja um capítulo dentro de uma estratégia maior, que combina repertório acumulado ao longo de quase uma década, visão autoral e um desenho audiovisual que funciona como espinha dorsal do projeto.

Esse planejamento acompanha uma mudança de escala na carreira da artista, que agora trabalha sob um contrato global da Sony Music. O suporte internacional amplia as possibilidades de distribuição e consolida o posicionamento da cantora em mercados que já dialogavam com sua obra, especialmente América Latina, Estados Unidos e Europa. 

Ao mesmo tempo, mantém a liberdade criativa como eixo central da construção do projeto, algo que ela própria destaca ao explicar o desejo de reunir as três línguas que fazem parte de sua vida pessoal e artística. Cada idioma cumpre um papel afetivo e narrativo, e é a combinação dos três que dá forma ao universo que ela apresenta neste novo momento.

Uma narrativa audiovisual

No campo visual, a dimensão do projeto ganha proporções inéditas na carreira da artista. Ao longo de cinco dias, Giulia e sua equipe filmaram 21 videoclipes, sete em cada idioma, criando um mosaico audiovisual que se conecta tanto estética quanto narrativamente.

“Foi muito incrível trazer vida para as músicas que a Giu escreveu ao longo de mais de 10 anos e poder dirigir esse projeto tão grande em tantos sentidos. A Giu é uma artista que, além de talentosa, se dedica imensamente a todas as partes do processo. Em dois meses reunimos um time impecável e colocamos o projeto inteiro de pé. Foram 21 videoclipes filmados em 5 diárias, 2 meses de dedicação intensa para projetar esse quebra-cabeça”, afirma Olivia Mucida.

A diretora também destaca o cuidado minucioso que guiou a criação do universo visual, desde a elaboração dos roteiros até a decisão de conectar o final de um clipe ao início do seguinte dentro do mesmo idioma. O objetivo é construir uma experiência contínua, que se revele gradualmente conforme os lançamentos avançam ao longo de 2025 e 2026.

A construção estética e emocional do projeto também contou com a direção criativa de Lennyn Salinas, que sintetiza o conceito em uma única frase: “A três corações.” Para ele, trabalhar com três idiomas significa lidar com diferentes formas de sentir, interpretar e se relacionar com o mundo.

“Minha direção criativa foi encontrar uma narrativa que acompanhasse toda a música e os sentimentos que Giulia Be guardava no coração. Assim nasceu a frase ‘A três corações’. Porque quando você fala, canta e compõe em três idiomas, tem a capacidade de amar mais e de se conhecer mais profundamente, explorando até onde os seus sentimentos podem chegar”, explica Lennyn.

Essa visão reforça a proposta do projeto: revelar, camada por camada, os múltiplos territórios emocionais que estruturam não só o repertório, mas também a identidade artística de Giulia. Com canções escritas em diferentes momentos da vida e revisadas sob nova perspectiva, a artista organiza uma espécie de autorretrato em movimento, um percurso que simultaneamente olha para o passado e se projeta para o futuro.

É dentro desse contexto que “delícia proibida” se posiciona como um marco. A faixa traduz o encontro entre desejo, entrega e coragem emocional, apresentando ao público a primeira chave de leitura dessa etapa do projeto. A seguir, GIULIA BE aprofunda essa construção, em uma conversa sobre estratégia, processo criativo e o caminho que pretende trilhar até 2026.

GIULIA BE lança 'delícias proibidas' (Crédito: Jonathan Wolpert)
GIULIA BE lança ‘delícias proibidas’ (Crédito: Jonathan Wolpert)

Entrevista: GIULA BE revela bastidores de seu próximo álbum

Mundo da Música: O projeto “GIULIA BE” tem um formato trilíngue e de longo prazo, com lançamentos semanais até 2026. Como foi desenhar essa estratégia e o que ela busca alcançar em termos de público e posicionamento internacional?

GIULIA BE: Esse projeto nasceu da vontade de me mostrar por inteiro, sem precisar escolher apenas um lado do que eu sou. Sempre vivi entre diferentes idiomas e quis transformar essa mistura em algo que fizesse sentido dentro da minha música. Durante muito tempo, cada single representava uma versão específica de mim e agora, pela primeira vez, eu posso juntar todas elas num mesmo universo. A proposta de lançar tudo gradualmente, até 2026, vem dessa ideia de processo. Quero que o público cresça junto comigo, entenda cada fase, cada descoberta. Mais do que uma estratégia, é um convite pra acompanhar essa construção, passo a passo.

Mundo da Música: Você definiu o projeto como um manifesto pessoal. Em que momento percebeu que precisava reunir as três línguas para expressar plenamente quem é hoje como artista?

GIULIA BE: Percebi isso quando entendi que cada idioma carrega uma parte muito verdadeira de mim. O português é minha base, é onde tudo começa, minha casa, minha família, minhas lembranças. O espanhol vem dessa intensidade que eu tenho pra sentir as coisas, é a língua que traduz o lado mais emocional, mais passional. E o inglês faz parte da minha vivência, da forma como eu cresci e também do meu relacionamento. É uma língua que representa uma parte importante da minha vida e das conexões que construí fora do Brasil. Reunir as três foi a maneira mais honesta de me expressar por completo. Esse projeto é como abrir o meu diário e deixar as pessoas lerem.

Mundo da Música: Cada música terá um videoclipe conectado às outras narrativas. Como vocês pensaram essa linguagem audiovisual e o papel dela dentro da experiência do projeto?

GIULIA BE: Como são três idiomas, cada lançamento se conecta a um público diferente, e a gente quis criar uma estética que unisse tudo de forma coesa. O Afo Verde teve a ideia de transformar o repertório em uma série audiovisual com 21 clipes, sete músicas em cada idioma. Gravamos todos eles em apenas cinco dias, e cada um tem uma narrativa própria, mas com elementos visuais que se conectam! Eu tive a sorte de estar cercada por uma equipe incrível. A Olivia Mucida, que assina a direção e a direção criativa, foi essencial pra dar identidade a esse universo. O Lennyn Salinas também esteve comigo na direção criativa, e eu participei de perto de cada detalhe! Tivemos ainda o apoio fundamental da equipe da Sony Latina, que acreditou desde o início nesse conceito e ajudou a transformar tudo em realidade.

Mundo da Música: Esse é o primeiro grande lançamento de uma brasileira da sua geração com contrato global na Sony Music Entertainment. O que muda em termos de estrutura, liberdade criativa e alcance de público?

GIULIA BE: Muda muita coisa! Equipe maior, alcance global, recursos… Mas o que mais me importa é que a liberdade criativa continua sendo prioridade. A Sony acreditou na minha visão e permitiu que eu construísse o projeto do meu jeito. Então é o melhor dos dois mundos: ter suporte global e, ao mesmo tempo, continuar muito pessoal, muito “eu”. É uma grande conquista!

Mundo da Música: O repertório reúne composições feitas ao longo de quase uma década. Como foi revisitar essas músicas e decidir o que entraria no projeto?

GIULIA BE: Foi uma mistura de nostalgia e autoconhecimento. Voltei pra músicas que escrevi há nove anos… e descobri que muitas ainda faziam sentido pra mim. Só que com outra maturidade, outro olhar. Algumas ganharam nova produção, outras ficaram próximas do que já eram, mas todas tinham que me representar hoje. No fim, escolhi as que mais falavam com o que estou vivendo agora, como se eu conversasse com a minha versão mais nova e dissesse: ‘Olha, a gente chegou até aqui’.

Mundo da Música: O que você espera construir ao longo dessa jornada até 2026, em termos de carreira, público e consolidação da sua identidade artística?

GIULIA BE: Quero construir uma história sólida, verdadeira. Quero que as pessoas sintam que me conhecem de verdade por meio das músicas. Quero ultrapassar fronteiras, conquistar novos públicos, mas, acima de tudo, continuar crescendo como artista e como pessoa. Esse projeto é sobre me encontrar, me expressar e dividir tudo isso com quem está comigo nessa trajetória.

Leia mais: