No Dia Nacional das Artes, celebrado em 12 de agosto, a Fundação Nacional de Artes (Funarte) anunciou uma reestruturação organizacional que marca um novo momento na história da instituição. O decreto presidencial, publicado no Diário Oficial da União, redefine a estrutura interna e reforça a articulação de políticas para as artes no Brasil, com foco em mais eficiência nas ações de fomento, difusão, memória e pesquisa.
A mudança ocorre no ano em que a Funarte completa 50 anos de existência e busca alinhar a instituição aos desafios contemporâneos da gestão cultural. Para a presidenta Maria Marighella, o impacto será direto no fortalecimento de agentes, grupos, coletivos, espaços e eventos artísticos em todo o país.
“O Brasil das Artes é feito de gente, de linguagens e territórios que pulsarão ainda mais com uma Funarte fortalecida, capaz de integrar e ampliar políticas”, afirma.
Ajustes estruturais e novas diretorias
Entre as mudanças previstas, está a divisão da área de Artes Cênicas em diretorias autônomas para Circo, Dança e Teatro, que passam a se somar às áreas já existentes de Artes Visuais e Música. A medida atende a uma demanda histórica de profissionais e entidades representativas desses setores, que reivindicavam maior autonomia e atenção a cada linguagem artística.
Outra novidade é a reintegração de espaços importantes, como os Teatros da Funarte, a Sala Sidney Miller e a nova lona da Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha (Enclo), às suas respectivas áreas artísticas. Também foi recriado o Centro Técnico de Artes, responsável por áreas essenciais como iluminação, som e cenotécnica.
As coordenações estratégicas de comunicação, fomento, patrimônio e tecnologia foram valorizadas e terão papel ampliado na execução de projetos e programas. Além disso, após 10 anos sem reposição de pessoal, a Funarte receberá, em 2026, 28 novos servidores aprovados no Concurso Nacional Unificado (CNU), atualmente em andamento.
Conexão com as demandas contemporâneas

A reorganização interna pretende otimizar processos e ampliar a capacidade da Funarte em articular políticas públicas e atender às demandas atuais da rede criativa brasileira. Entre as prioridades está a implementação da Política Nacional das Artes, que será conduzida por meio do Programa Brasil das Artes.
Outras ações já em curso também fazem parte do escopo da nova gestão, como os Programas de Difusão Nacional, de Apoio a Ações Continuadas, o Prêmio Mestras e Mestres das Artes, o Funarte Aberta e o Conexões Internacionais. Esses programas buscam incentivar produções artísticas em diferentes regiões do país e fortalecer a circulação e a troca entre artistas.
De acordo com Maria Marighella, o objetivo é reafirmar o papel da Funarte como uma instituição que entende a arte como política de Estado.
“Com essa reestruturação, reafirmamos o compromisso com as artes como política de Estado, garantindo condições para que a arte chegue a todas as regiões e fortaleça nossa diversidade e criatividade”, afirma.
Papel estratégico no fomento às artes
A reestruturação da Funarte é resultado de discussões e reivindicações de longa data de profissionais das artes, que apontavam a necessidade de uma gestão mais segmentada e adaptada às especificidades de cada área. O novo desenho organizacional busca responder a essas demandas, criando condições para um fomento mais eficaz e conectado à realidade de artistas e produtores culturais.
Ao fortalecer as áreas técnicas, a instituição também aposta na melhoria da infraestrutura de apoio à produção artística. Isso inclui desde a capacitação de profissionais até a preservação de espaços culturais, passando pelo desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para gestão e promoção das artes.
O movimento se insere no conjunto de ações voltadas à reorganização da gestão cultural no país, estabelecendo um modelo mais segmentado por áreas artísticas e com reforço de quadros técnicos. As medidas também ampliam a atuação da Funarte na articulação de programas e na preservação de espaços, sem alterar sua vinculação ao Ministério da Cultura nem sua abrangência nacional.
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