Nesta quinta-feira (29), o palco do Rio2C recebeu o painel “Storytelling e o poder da narrativa autêntica”, reunindo o rapper Filipe Ret, seu empresário Marcos Passarini e os profissionais da Som Livre Lucas Pereira (coordenador de marketing) e Eduardo Guimarães (coordenador de comunicação).
O encontro propôs um mergulho no diálogo entre arte, estratégia e mercado, destacando como o storytelling pode fortalecer a identidade de um artista e ampliar sua presença na indústria.
Mais do que uma conversa sobre posicionamento, o painel trouxe um exemplo prático da visão de Ret sobre conexão com o público. Repetindo a ação realizada no lançamento do álbum NUME, o artista distribuiu copos de mate personalizados com a capa do disco para quem aguardava na fila do evento.
A iniciativa resgatou o clima das praias cariocas e reforçou a construção da identidade do projeto, agora aplicada em um novo contexto: o maior encontro da indústria criativa da América Latina.
A arte como ponte com o público
Durante a conversa, Filipe Ret destacou a importância de equilibrar liberdade artística com intenção de diálogo.
“A arte tem que ser fiel ao pensamento do artista, mas também tem que ter a pretensão de se comunicar com as pessoas. Se ela não se comunica, ela só é um ensaio próprio. Não consigo desassociar de ela ter um valor para as pessoas. E tendo um valor para as pessoas, ela automaticamente se torna comercializável”, afirmou o artista.
A fala resume um dos principais pontos do painel: a ideia de que autenticidade e estratégia não são forças opostas. Pelo contrário, são ferramentas complementares para transformar uma obra em experiência compartilhada.
Segundo os participantes, a narrativa do artista é construída não só com a música, mas também com os gestos, as ações promocionais e a forma como se apresenta ao mundo.
Case NUME e continuidade das ações

Seis meses após o lançamento de NUME, a equipe segue promovendo o álbum com ações que expandem seu alcance. A presença no Rio2C, com ativação de marca e painel dedicado, mostra como a estratégia de comunicação pode se estender ao longo do tempo, explorando diferentes oportunidades de contato com o público e com o mercado.
A escolha do evento como palco para esse diálogo também foi estratégica. O Rio2C é considerado o maior evento da América Latina dedicado à criatividade e à inovação, reunindo profissionais das áreas de música, audiovisual, tecnologia e comunicação. Estar ali reforça a relevância de Filipe Ret como artista que pensa além da música e que participa ativamente das discussões sobre mercado e posicionamento.
Som Livre e a leitura de tendências
A Som Livre, hoje parte da Sony Music Entertainment, atua como parceira estratégica na construção dessas ações. Conhecida por seu histórico no lançamento de grandes artistas brasileiros, a gravadora tem investido em estratégias de marketing que buscam aproximar a música do cotidiano das pessoas, por meio de experiências sensoriais e ações presenciais.
Nos últimos anos, a Som Livre tem marcado presença em festivais, premiações e grandes eventos, como o próprio Rio2C. Além disso, promove projetos proprietários como os eventos Festeja e Samba Demais.
No painel, Lucas Pereira e Eduardo Guimarães destacaram a importância de adaptar a comunicação ao contexto de cada artista e de buscar formatos que gerem conexão genuína com o público.
Narrativa como diferencial competitivo
Para a equipe da Som Livre presente no painel, o storytelling não é meramente uma ferramenta de marketing, mas uma extensão do processo criativo. Ao usar elementos como a linguagem visual, o design de produtos e ações em espaços públicos, o artista potencializa o impacto de sua obra.
No caso de Filipe Ret, a distribuição de copos de mate foi mais do que uma ação promocional — foi um gesto coerente com a estética do álbum e com a identidade cultural que ele representa.
O painel evidenciou ainda como a colaboração entre artista, gravadora e equipe de gestão pode resultar em estratégias bem-sucedidas, quando há alinhamento entre intenção artística e leitura de mercado.
Ao transformar sua narrativa em experiência concreta, Ret exemplifica uma tendência crescente na indústria musical: a de que contar uma boa história pode ser tão importante quanto lançar uma boa música.
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