As colaborações dominaram o mercado da música em 2024

Das paradas de sucesso aos prêmios da indústria, as colaborações definiram o ritmo do mercado musical em 2024, unindo artistas e estilos diversos.
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Nathália Pandeló
Lady Gaga e Bruno Mars tiveram uma das colaborações mais bem sucedidas do ano
Crédito: Divulgação

As colaborações musicais não são novidade, mas em 2024, elas mostraram que ainda têm muito a oferecer para o mercado. Mesmo sendo uma prática consolidada, o ano provou que as parcerias podem ser reinventadas, assumindo formatos mais criativos e indo além da simples combinação de nomes famosos. 

Projetos como “Brat”, de Charli XCX, um dos mais memoráveis do ano, ganhou novos contornos com uma versão inteiramente colaborativa, enquanto artistas como Post Malone e Rosalía se destacaram com parcerias que misturam gêneros e estilos.

O impacto vai além das playlists ou números de streaming. Em um mercado saturado e em constante transformação, as colaborações continuam sendo uma das principais formas de atrair a atenção de públicos diversos, lançar novos talentos e impulsionar carreiras. 

Não é só sobre música, mas sobre criar conexões que façam sentido em uma era de consumo rápido e audiências globalizadas.

Colaborações icônicas e seus impactos ao longo do tempo

As colaborações têm uma longa história na música. Dos duetos clássicos de Frank Sinatra e Ella Fitzgerald aos hits dos anos 80 como “Say Say Say”, de Michael Jackson e Paul McCartney, essas parcerias sempre foram uma forma de atrair diferentes audiências. 

Hoje, porém, elas são vistas como uma ferramenta essencial para destacar lançamentos em um mercado saturado. Logo, se tornou impossível fugir dos feats, seja o “Despacito”, de Luis Fonsi, Daddy Yankee e Justin Bieber; ou o recente “Calm Down”, um encontro do afrobeats de Rema com o pop climático de Selena Gomez.

Em 2024, esse impacto ficou evidente em músicas como “Die with a Smile” e “APT”, dois feats de Bruno Mars (com Lady Gaga e Rosé, respectivamente), que dominou as paradas — mesmo sem o cantor americano lançar um novo álbum há quase uma década. 

Outro exemplo é Post Malone, que oferece uma mistura de rap melódico e rock alternativo, consolidando-o como o nome mais requisitado para parcerias no ano. Tanto que esteve em dois dos principais álbuns do ano: “COWBOY CARTER”, de Beyoncé, e “The Tortured Poets Department”, de Taylor Swift. No seu próprio trabalho, ficou de vez o pé no country, convidando o superastro Morgan Wallen para o feat “I Had Some Help”

Alavancando carreiras e impulsionando novos talentos

Além de fortalecer artistas consolidados, as colaborações abriram portas para talentos emergentes em 2024. Um dos maiores exemplos do ano foi a forma como a carreira de Shaboozey catapultou após aparecer no último disco de Beyoncé. Essa colaboração – na faixa “SWEET ★ HONEY ★ BUCKIIN’” – coincidiu com o auge de seu próprio single “A Bar Song (Tipsy)”, um dos sucessos do ano.

No Brasil, os feats também ajudaram a ampliar as fronteiras da música nacional. Ludmilla e Tasha & Tracie se uniram em “Sou Má”, mostrando como o rap e o funk podem dialogar de forma inovadora. A música não só alcançou milhões de streams, mas também consolidou ainda mais Tasha & Tracie como um dos nomes mais promissores da cena nacional.

A banda BADBADNOTGOOD e Tim Bernardes também mostraram, em “Poeira Cósmica”, que a diluição das fronteiras de territórios geográficos e gêneros musicais é possível e dá bons frutos.

Os números que mostram o poder das parcerias

Charli XCX

Os dados reforçam a importância das colaborações. Entre as 50 músicas mais ouvidas de 2024, cinco são feats, e as indicações ao MTV Europe Music Awards (EMA) de Melhor Colaboração refletem as tendências crescentes de unir diferentes culturas, públicos e gêneros musicais. É o caso da vencedora, “New Woman”, que uniu Lisa e Rosalía. 

Na categoria também figuraram “Guess”, de Charli XCX e Billie Eilish; “Like That”, de Future, Metro Boomin e Kendrick Lamar; “Die With a Smile”, de Mars e Gaga; “Fortnight”, a junção de Swift e Malone; além da brasileira Anitta, que teve um lançamento conjunto com um dos maiores nomes da música mexicana, Peso Pluma, em “Bellakeo”

O ano também viu encontros de Demi Lovato e Slash, The Linda Lindas e Weird Al Yanovic, Ana Castela e Alok, mostrando que é possível unir mundos aparentemente diferentes em prol de um benefício comum.

Por que as colaborações ainda funcionam

A força das colaborações vai além do marketing. Elas representam um espaço de experimentação e inovação para os artistas e oferecem ao público a possibilidade de ouvir algo inesperado. Mais do que criar hits, essas parcerias mostram o potencial de conectar diferentes culturas, estilos e audiências.

Com tantas possibilidades, as colaborações continuam sendo um dos pilares da indústria musical. Para 2025, as expectativas estão altas, com a promessa de projetos ousados que irão além dos limites convencionais.

Expectativas para 2025 e novas direções

Com os resultados de 2024, 2025 promete trazer colaborações ainda mais ousadas. Já existem rumores de parcerias entre gêneros inesperados, como rock e K-pop, e projetos que unam artistas globais a nomes emergentes. 

A tecnologia deve ter um papel importante nesse movimento. A inteligência artificial está sendo usada para criar demos personalizadas, sugerir combinações de vozes e até gerar instrumentais que integram elementos de diferentes gêneros. Ferramentas como a IA generativa podem facilitar colaborações à distância, permitindo que artistas componham e produzam sem restrições geográficas. 

Além disso, as plataformas digitais podem estreitar laços entre públicos diversos, oferecendo conteúdos exclusivos que mostrem os bastidores das colaborações e engajem os fãs em tempo real. Isso promete tornar o processo mais dinâmico e expandir ainda mais o alcance dessas parcerias.

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