Daniela Mercury celebra 40 anos do Axé Music e exalta circuito do Campo Grande no Carnaval de Salvador

'Esse lugar é sangrado', diz Daniela Mercury ao exaltar um dos circuitos mais importantes da história do Axé Music.
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Cauê Mendes
O carnaval da Bahia teve fechamento histórico no circuito Osmar, com Daniela Mercury. Fotos: Luis Antônio/GOVBA
O carnaval da Bahia teve fechamento histórico no circuito Osmar, com Daniela Mercury. Fotos: Luis Antônio/GOVBA

O carnaval da Bahia 2025 chegou ao seu último dia, (mas com cara de primeiro) com uma energia contagiante que tomou conta das ruas de Salvador. O destaque da folia foi, sem dúvida, a passagem do trio da cantora Daniela Mercury pelo circuito do Campo Grande, na terça-feira (4). Uma multidão de foliões, vibrando ao som de hits consagrados da Rainha do Axé, lotou as ruas do Centro da cidade, revelando uma verdadeira celebração de alegria e disposição.

Daniela, como sempre, estava acompanhada por um grupo de bailarinas que completaram o espetáculo com muita dança e energia. A cantora, que é um dos maiores ícones da música brasileira, transmitiu ao público sua vitalidade e o mesmo vigor de seus primeiros Carnavais. No palco do trio, ela fez questão de relembrar suas primeiras experiências no Centro de Salvador, local que, para ela, carrega um significado especial.

“Esse lugar é sagrado. Eu primeiro vim pra cá com os meus pais, ali para a Avenida Sete, para assistir o carnaval, quando era criança. Depois comecei a puxar trios elétricos com dezesseis anos de idade. Eu tive a chance de chorar, de me emocionar, porque este circuito ficou o mais importante para mim. Eu amo o Centro da minha cidade, tudo para mim aqui é importante”, disse a cantora emocionada, relembrando suas primeiras vivências no coração do Carnaval baiano.

A cantora celebrou mais uma vez os 40 anos do Axé Music, em grande estilo.  Fotos: Luis Antônio/GOVBA
A cantora celebrou mais uma vez os 40 anos do Axé Music, em grande estilo. Fotos: Luis Antônio/GOVBA

A apresentação de Daniela Mercury foi, sem dúvida, um dos pontos altos da festa deste ano. Mais do que isso, foi uma verdadeira celebração dos 40 anos da Axé Music, movimento musical que ganhou o mundo nos anos 90 e do qual Daniela se tornou um dos maiores símbolos. Durante sua apresentação, a cantora não deixou de exaltar a importância da pipoca, o folião que sai sem cordas, o mais democrático dos blocos, onde todos são iguais, com ou sem abadá.

“Todas as vozes somadas fazem o carnaval, todas as vozes somadas fazem uma revolução. Todas as vozes que cantam no carnaval sustentam a democracia brasileira”, afirmou Daniela, reforçando seu apoio à ideia de que o Carnaval é um espaço de liberdade e união, onde a cultura e a alegria ganham ainda mais força com a participação de todos os foliões, independentemente de sua classe social.

Ao estar em cima de um trio sem cordas, patrocinado pelo Governo da Bahia, Daniela Mercury reafirma sua relação íntima com o público, especialmente com os foliões pipoca, os grandes responsáveis pela energia que contagia os blocos durante os dias de folia. A cantora interagiu com os fãs, com as pessoas nas janelas, nas arquibancadas e, claro, com os que estavam na rua, em um verdadeiro mar de cores e movimentos. O espírito de democracia e acessibilidade do carnaval se manifestou de forma vibrante, com Daniela colocando a alegria do público como principal protagonista.

Para muitos, estar no bloco sem cordas de Daniela Mercury foi um sonho realizado. A socióloga Jackeline Brito, de Brasília, fez questão de compartilhar sua emoção ao vivenciar, pela primeira vez, o Carnaval de Salvador. “Está sendo incrível a minha primeira vez em Salvador, e eu acho que o carnaval precisa ser democrático, e escolher um bloco sem cordas e com Daniela representa isso. É uma grande festa de todos e para todos”, disse ela, com a animação visível no rosto.

Aline Carvalho, administradora, acompanhada de amigos, também ressaltou o quão especial é a experiência de estar na pipoca de Daniela Mercury. “Maravilhosa, ela é maravilhosa. Estou super animada, por estar mais um ano na pipoca de Daniela Mercury. A energia dela é única, sempre renovando o Carnaval e a cultura da Bahia”, afirmou Aline, encantada com a vivência da festa.

Fãs da cantora deixaram fizeram o circuito Osmar tremer. Fotos: Luis Antônio/GOVBA
Fãs da cantora fizeram o circuito Osmar tremer. Fotos: Luis Antônio/GOVBA

Gil Passos, comerciário e fã de longa data da cantora, foi mais um a exaltar a contribuição de Daniela para a música e a cultura baiana. Usando uma camiseta com uma grande foto da diva do Axé, ele não poupou elogios à sua ídola: “É um espetáculo, Daniela é maravilhosa e traz uma novidade a cada ano: já trouxe piano, dança, teatro, música eletrônica, ela é demais. Representa a Bahia, levou nossa cultura pro mundo”. Para ele, não há dúvidas de que a cantora é uma das maiores representantes do Brasil no cenário musical mundial.

Com camisa em homenagem a cantora, Gil Passos prestigiou Daniela no circuito Osmar. Fãs da cantora deixaram fizeram o circuito Osmar tremer. Fotos: Luis Antônio/GOVBA
Com camisa em homenagem a cantora, Gil Passos prestigiou Daniela no circuito Osmar. Fotos: Luis Antônio/GOVBA

A performance de Daniela Mercury no último dia de Carnaval é mais do que uma simples apresentação musical; ela é um símbolo de resistência, de celebração da cultura baiana e, principalmente, da liberdade que o carnaval representa. O evento, sem cordas e acessível a todos, reflete o espírito democrático que deve permear a festa mais popular do Brasil, mostrando que a música é capaz de unir, emocionar e transformar. O carnaval da Bahia segue assim, vibrante, inclusivo e repleto de energia, com a Rainha do Axé brilhando como nunca aos 40 anos de história do Axé Music.