A Boiler Room, famosa por transmitir performances ao vivo de DJs e artistas ao redor do mundo, está celebrando seus 15 anos com um relatório sobre tendências culturais e comportamentais da juventude. A pesquisa ouviu mais de 8.300 jovens entre 18 e 34 anos de diversos países para identificar cinco “novas regras” que ajudam a entender como essa geração enxerga o mundo e se conecta com ele.
O estudo vai além do cenário musical e explora como esses jovens lidam com tecnologia, consumo consciente e engajamento social. Entre os principais dados revelados, aparecem valores como a busca por equilíbrio, a valorização do coletivo e a criatividade como resposta aos desafios atuais. Além disso, eles trazem detalhes sobre quem compõe a comunidade da Boiler Room hoje, revelando mudanças no perfil do público associado à cena eletrônica.
O equilíbrio entre tecnologia e vida real
Uma das tendências mais marcantes no relatório é o equilíbrio que esses jovens tentam encontrar no uso da tecnologia. Embora sejam adeptos de ferramentas digitais, muitos demonstram um certo ceticismo em relação à dependência excessiva delas. Por exemplo, 37% afirmaram já ter aprendido a usar modelos de inteligência artificial de forma eficiente, mas isso não significa que enxergam a tecnologia como solução para tudo.
O relatório destaca ainda um conceito chamado de “nova mindfulness”, que mistura práticas de bem-estar com decisões conscientes no dia a dia. Um dado que exemplifica bem isso é o fato de que 57% dos entrevistados dizem otimizar o sono ativamente, muitas vezes usando música como aliada nesse processo. Esse comportamento reflete uma busca por qualidade de vida, especialmente em um contexto global cheio de incertezas e desafios.
Quem é o público da Boiler Room hoje?
Além das tendências gerais, o relatório mergulha no perfil do público que acompanha a Boiler Room. Hoje, 45% da comunidade da plataforma se identifica como LGBTQIA+, com 7,2% se reconhecendo como pessoas não-binárias, trans ou de gênero fluido. Essa diversidade é um reflexo direto da forma como a Boiler Room se posiciona, oferecendo espaço para artistas e públicos que nem sempre encontram representação em outros lugares.
Outro dado curioso é o consumo de música física, algo que muitos poderiam pensar estar em queda. Na comunidade da Boiler Room, 57% ainda compram formatos físicos, como discos e fitas. Isso sugere que há um interesse em ter algo mais tangível, talvez como uma forma de conexão emocional com a música. Enquanto o digital domina, esses números mostram que há espaço para o físico, especialmente em nichos onde o público valoriza experiências mais profundas.
Consumo consciente e engajamento social
O consumo consciente também é um traço forte dessa geração. O estudo aponta que esses jovens são cuidadosos com os gastos, preferindo investir em experiências ou produtos que estejam alinhados com seus valores. Isso se reflete em outros aspectos, como o impacto das campanhas de ação climática. Para 44% da comunidade da Boiler Room, essas iniciativas geraram mudanças reais no comportamento, reforçando a importância do engajamento ambiental entre os mais jovens.
A pesquisa ainda destaca o papel da criatividade nesse cenário. Diante das crises e mudanças constantes, essa geração parece encontrar nas artes e na música uma forma de adaptação e expressão. Essa característica também se traduz na forma como consomem cultura: a valorização de artistas independentes e a busca por eventos locais são sinais de que a juventude está interessada em conectar consumo com propósito.
Os próximos passos da Boiler Room
Com 15 anos de história, a Boiler Room tem mostrado que entende seu público e as mudanças culturais que ele vive. O relatório não é apenas uma celebração desse marco, mas também uma ferramenta para pensar o futuro. Artistas, gravadoras e produtores podem usar esses dados para identificar oportunidades e se conectar de forma mais genuína com esse público, que tem expectativas cada vez mais específicas sobre o que consome.
Mais do que um retrato do momento, o relatório sugere que o mercado da música está em constante transformação, impulsionado por um público que é criativo, diverso e engajado. Resta observar como essas tendências vão moldar a indústria nos próximos anos e como marcas como a Boiler Room continuarão a se adaptar para acompanhar essas mudanças.
