A BMG renovou e expandiu seu acordo global de edição musical com o TikTok, dando início a uma nova fase da parceria entre a editora e a plataforma. O anúncio coloca no centro do contrato temas que vêm ganhando peso no mercado: reconhecimento de compositores, transparência no uso das obras e aprimoramento da gestão de direitos no ambiente digital.
A expansão do acordo acontece em um momento em que o TikTok segue como um dos principais motores de descoberta musical no mundo, ao mesmo tempo em que pressiona editoras e sociedades de direitos a reverem padrões de reporte, atribuição e remuneração. Para a BMG, o movimento consolida uma estratégia de negociar diretamente com plataformas e investir em infraestrutura própria para acompanhar a circulação das músicas em ambientes sociais.
A primeira frase do comunicado deixa claro o direcionamento do contrato: elevar os padrões de relatório e atribuição de obras musicais dentro do ecossistema digital, além de introduzir melhorias práticas na forma como os direitos editoriais são administrados e promovidos dentro da plataforma.
O que muda no acordo entre BMG e TikTok

Com a renovação, a BMG passa a ter acesso ampliado a dados sobre o uso de seu catálogo no TikTok. Na prática, isso significa mais visibilidade sobre como músicas e composições circulam em vídeos, tendências e conteúdos gerados por usuários, algo que historicamente sempre foi um ponto sensível para editoras no ambiente das redes sociais.
Outro ponto central do acordo está nos padrões de atribuição. A parceria inclui provisões específicas para melhorar a forma como os compositores são creditados dentro da plataforma, um tema que ganhou relevância nos últimos anos, especialmente diante do crescimento do consumo musical fora dos serviços tradicionais de streaming.
Segundo as empresas, a nova fase da parceria também envolve ferramentas mais avançadas de gestão digital de direitos, permitindo à BMG acompanhar e administrar o uso de suas obras de forma mais estruturada. A ideia é criar uma base escalável, pensada para lidar com volumes crescentes de conteúdo e com a lógica de consumo rápido típica de plataformas sociais.
Contexto mais amplo do licenciamento do TikTok

O acordo com a BMG se soma a uma série de negociações diretas que o TikTok mantém com grandes grupos musicais. A plataforma tem contratos ativos com Universal Music Group, Warner Music Group e Sony Music Entertainment, firmados em diferentes momentos desde 2020.
No campo editorial, o movimento de acordos diretos ganhou força após o fim do contrato entre o TikTok e a National Music Publishers’ Association (NMPA) nos Estados Unidos, que representava diversos editores independentes. Com o encerramento desse acordo em abril de 2024, a associação orientou seus membros a negociarem individualmente com a plataforma caso quisessem manter o licenciamento de seus catálogos.
Nesse cenário, a renovação do acordo da BMG aparece como um exemplo de como grandes editoras vêm estruturando relações bilaterais com plataformas sociais, buscando mais controle, dados e previsibilidade em um ambiente marcado por alto volume de uso e rápida circulação de conteúdo.
A BMG administra atualmente mais de 3 milhões de músicas e gravações, incluindo catálogos de artistas como The Rolling Stones, Tina Turner, George Harrison e Blondie. A empresa também vem ampliando seu portfólio por meio de aquisições relevantes, como a compra do catálogo de Jason Aldean por cerca de US$ 250 milhões e, mais recentemente, do repertório da banda alemã Liquido.
A renovação com o TikTok acontece em um momento em que o uso de músicas em conteúdos gerados por usuários segue impulsionando o consumo nos serviços de streaming. Segundo a própria plataforma, a ferramenta Add to Music App já foi usada para salvar mais de 3 bilhões de faixas em aplicativos de música, reforçando o peso do TikTok na jornada de descoberta e consumo musical.
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