BMG anuncia maior aquisição de catálogo de sua história com acordo de US$ 250 milhões

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Nathália Pandeló
Logotipo da BMG, uma empresa de entretenimento e música, destacando um design moderno em amarelo e azul escuro, ideal para identificação em plataformas digitais.
BMG revela nova logo (Crédito: Divulgação)

A BMG anunciou a maior aquisição de catálogo de sua história, em um acordo avaliado em cerca de US$ 250 milhões. O negócio envolve a compra do catálogo completo do astro do country Jason Aldean, além de participações em catálogos gravados e direitos editoriais de um conjunto de mais de mil músicas de 23 artistas e compositores de diferentes gêneros.

Com isso, a empresa alemã, parte do grupo Bertelsmann, ultrapassa a marca de US$ 1,5 bilhão investidos em direitos musicais desde o lançamento do programa estratégico Boost em 2021. O movimento reforça a atuação da companhia no mercado norte-americano, o maior do mundo, e fortalece sua presença no country, um dos gêneros mais lucrativos da indústria.

Jason Aldean no centro da negociação

A aquisição reúne sob o selo da BMG toda a discografia de Jason Aldean, que inclui nove álbuns de estúdio lançados entre 2005 e 2019. Esses trabalhos foram originalmente lançados pela Broken Bow Records, incorporada pela BMG em 2017, e contam com certificações de platina e várias posições de topo nas paradas da Billboard. A partir de 2021, a gravadora também passou a lançar os álbuns “Macon, Georgia” e “Highway Desperado”.

Jason Aldean destacou a importância da parceria de longa data com a companhia. 

“O BBR Music Group e a BMG sempre mostraram um verdadeiro compromisso com minha música e uma crença em mim como artista. Saber que toda a minha música está nas mãos da minha equipe de gravadora de longa data torna este um momento de ciclo completo, e tenho orgulho de ver minhas canções continuarem sua jornada com eles neste próximo capítulo”, disse.

A visão da BMG sobre o acordo

Imagem do interior moderno de um escritório da BMG, com iluminação elegante, mesas de madeira e uma parede vermelha exibindo o logotipo da BMG. Espaço amplo e iluminado, ideal para colaborações e reuniões.
Escritório da BMG em Los Angeles

O CEO da BMG, Thomas Coesfeld, ressaltou o peso estratégico da aquisição.

“Este acordo histórico estabelece um novo nível de aquisições de catálogo na BMG, ao mesmo tempo em que reforça nosso compromisso com a música e a disciplina de nossa abordagem. Ao reunir o catálogo icônico de Jason Aldean, estamos fortalecendo nossa presença no country, expandindo através dos gêneros e aprofundando nosso investimento nos Estados Unidos, o maior mercado musical do mundo. Este movimento destaca nossa capacidade de maximizar o valor dos direitos musicais e representa um passo poderoso na estratégia da BMG de ser a empresa musical mais eficaz e centrada no artista no mundo.”

O negócio também inclui alguns masters de artistas como a banda de punk rock Dropkick Murphys, anteriormente administrados pela Spirit Music Group, que havia adquirido parte do catálogo de Aldean em 2022 por mais de US$ 100 milhões. Agora, com a operação, todo o repertório do cantor retorna à esfera da BMG.

O presidente da Frontline Recordings, The Americas, Jon Loba, destacou o papel de Aldean na transformação do gênero.

“O álbum de estreia de Jason Aldean não foi apenas um enorme sucesso comercial, ele ajudou a definir o som da música country por anos. Embora seu estilo característico tenha permanecido um fio condutor em cada lançamento, Jason tem constantemente ampliado os limites, tanto sonora quanto liricamente. Seu compromisso inabalável com a evolução garantiu que cada novo álbum trouxesse algo fresco para os fãs, ao mesmo tempo em que continua a moldar a direção do próprio gênero. Para milhões, esses álbuns marcam momentos-chave de suas vidas, o que torna trazê-los de volta ao lugar onde nasceram ainda mais significativo.”

Estratégia de expansão e disciplina de investimentos

A negociação reflete a política de aquisições da BMG, que já havia completado 17 transações de catálogos apenas no primeiro semestre de 2025, elevando seus investimentos no setor a €1,2 bilhão naquele período. O novo acordo eleva o montante a US$ 1,5 bilhão.

Segundo a companhia, a avaliação dos catálogos considera critérios como a qualidade e a relevância do repertório, o histórico dos artistas e o potencial de geração de valor adicional. A meta é manter uma abordagem disciplinada, equilibrando expansão e retorno.

Fundada em 2008, a BMG é atualmente a quarta maior empresa musical do mundo e administra mais de três milhões de obras. Seu portfólio inclui catálogos de nomes como The Rolling Stones, Tina Turner, George Harrison e Blondie.

Perspectivas para o mercado de catálogos

O acordo com Jason Aldean é mais uma aposta na tendência de valorização de catálogos musicais, que vêm atraindo investimentos bilionários de empresas e fundos em busca de receitas recorrentes com streaming, sincronizações e licenciamento. A consolidação desses ativos por grandes players como a BMG redefine o equilíbrio de forças na indústria e mostra como a gestão de repertórios históricos se tornou um dos principais motores do setor.

A expansão da companhia no mercado americano reforça a percepção de que o country é estratégico para o crescimento global da indústria. Ao mesmo tempo, a integração de catálogos de diferentes gêneros no mesmo pacote amplia a diversificação e a capacidade de atender a múltiplos segmentos de público e consumo.

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