Mundo da Música marca presença em Luanda na 2ª edição do Angola Music Business Networking

Mundo da Música integra parceria do encontro em Angola que debate monetização digital, direitos autorais e integração lusófona no mercado da música.
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Nathália Pandeló

As conversas sobre o futuro do setor ganham novo palco em 2025, e o Mundo da Música marca presença em Luanda para acompanhar de perto a 2ª edição do Angola Music Business Networking. O evento, que acontece no dia 18 de dezembro no Hotel Epic Sana, reforça a importância de uma agenda conjunta entre Brasil e Angola num momento em que a música lusófona expande suas conexões e busca respostas para a economia digital. A iniciativa reúne profissionais dos dois países para discutir caminhos práticos em um mercado que se transforma com tecnologia, IA, direitos autorais e novas formas de monetização.

A programação foi construída para abraçar um ecossistema diverso, com criadores, artistas, editoras, sociedades de gestão coletiva, representantes do governo e empresas privadas. A presença de parceiros como UBC, Ministério da Cultura do Brasil, Virgin Music Group e Downtown Music Africa mostra a dimensão estratégica do encontro. A proposta é analisar o papel da música e do audiovisual na economia angolana, fortalecer trocas com o Brasil e oferecer ferramentas reais para que profissionais naveguem melhor a era digital.

Um diálogo lusófono sobre música, cultura e impacto econômico

A edição deste ano destaca o tema da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, IP e Música: Sinta a Batida da PI. A escolha conecta criatividade e desenvolvimento econômico, assunto cada vez mais presente no setor. Além disso, o encontro busca aproximar Angola dos acordos internacionais de direitos autorais e abrir espaço para discussões sobre inteligência artificial, regulação e modelos de negócio.

Os painéis também reforçam o olhar para gênero, inovação e políticas culturais. Um dos primeiros debates foca o impacto das mulheres no mercado musical, reunindo nomes do Brasil e de Angola. A presença de Mila Ventura, diretora de marketing da UBC, Alana Leguth, cofundadora da Kondzilla, e Paula Lima, presidente da UBC, marca a participação brasileira em uma conversa que ganhou força nos últimos anos. A artista angolana Selda completa o painel, que abre espaço para trajetórias e estratégias de liderança feminina. A mediação fica a cargo de Láisa Naiane, editora-chefe do Mundo da Música.

A integração entre países lusófonos aparece ainda na troca sobre gestão coletiva e direitos autorais. O painel dedicado ao tema reúne o empresário brasileiro Evandro Okàn, representantes da Virgin Music Group, da AIFA e do Ministério da Cultura do Brasil. A pauta aborda desafios na remuneração de artistas e o papel das plataformas digitais e operadoras de telefonia no crescimento do setor.

Monetização, audiovisual e inteligência artificial

Alana Leguth, Paula Lima e Mila Ventura estão entre as representantes brasileiras no evento em Angola
Alana Leguth, Paula Lima e Mila Ventura estão entre as representantes brasileiras no evento em Angola (Crédito: Divulgação)

Outro eixo central é a distribuição de conteúdos audiovisuais, tema que se tornou decisivo com o avanço do vídeo curto e do consumo multiplataforma. A programação reúne especialistas como Alana Leguth, Hochi Fu, da Power House, e representantes da Trace e de Sintonía Publishing. A troca destaca modelos de circulação, parcerias regionais e práticas que influenciam tanto novos talentos quanto grandes empresas.

O evento se aprofunda ainda nas oportunidades da economia digital com painéis sobre talentos emergentes, investimentos, planejamento artístico e estratégias de carreira. Nomes como Horácio Mosquito, Lucioval Gama, Afonso Ventura e Mila Ventura mostram como Angola e Brasil vivem movimentos parecidos: aumento do empreendedorismo musical, profissionalização de carreiras e integração de dados e tecnologia no dia a dia do mercado.

As apresentações das plataformas CLIP, Trace e Unitel Música reforçam o caráter prático da edição. A programação inclui ferramentas de gestão coletiva, modelos de distribuição e formas de ampliar a presença de artistas angolanos nas plataformas digitais. A presença de Solange Cesarovna, embaixadora da OMPI, e de executivos ligados às principais empresas do país ajuda a aproximar os criadores das soluções disponíveis no continente.

Governos, indústria e academia no mesmo espaço

Ao longo do dia, representantes do governo angolano, da Embaixada do Brasil e da Embaixada dos EUA somam ao caráter institucional do encontro. O objetivo é estimular diálogo entre políticas públicas, mercado e academia, criando um ambiente favorável para novas regulações e para o avanço da economia criativa no país.

A palestra de Santos Sousa, secretário de direitos autorais do Ministério da Cultura do Brasil, aprofunda a relação entre gestão coletiva e indústria criativa, tema que orienta debates recentes no Brasil e no cenário internacional. O evento encerra com um foco em gestão artística e carreira, com participação de Juliana Matoso (K2L) e Mila Ventura, além de um momento de networking com música conduzida por Dino Ferraz.

O Angola Music Business Networking se firma, assim, como um espaço de construção conjunta, onde profissionais da lusofonia discutem desafios comuns e oportunidades para um mercado mais integrado. A presença do Mundo da Música acompanha esse movimento, ampliando a troca entre os dois países em um setor cada vez mais conectado por língua, cultura e história.

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