A febre de Guerreiras do K-Pop continua com tudo, e agora nas telas dos cinemas brasileiros. Depois de quebrar recordes de audiência na Netflix, a animação ganha sessões especiais sing along na Cinemark nos dias 31 de outubro, 1º e 2 de novembro, com pré-venda disponível desde 17 de outubro. É a primeira vez que o público do Brasil poderá cantar junto com as integrantes da banda fictícia HUNTR/X em uma experiência pensada para fãs de K-pop e de filmes musicais.
A ideia de relançar um filme que já foi sucesso no streaming pode parecer arriscada, mas a Netflix transformou isso em estratégia. Ao longo de 2025, a empresa criou uma sequência de ações que mantiveram Guerreiras do K-Pop no topo das conversas, da trilha sonora que dominou a Billboard às aparições televisivas das cantoras, passando pela nova leva de sessões nos cinemas que chega agora ao Brasil.
Do streaming às salas de cinema
Lançado em junho exclusivamente na Netflix, Guerreiras do K-Pop parecia seguir o caminho natural das produções originais da plataforma. O que ninguém esperava é que, meses depois, o filme voltaria ao circuito cinematográfico com status de fenômeno global. Tudo graças a uma estratégia milenar: o boca-a-boca.
Nos Estados Unidos, as sessões de sing along aconteceram ainda em agosto, levando milhares de fãs às salas em eventos esgotados. O formato chegou a mais de vinte países, consolidando uma janela invertida (primeiro streaming, depois cinema) que a empresa nunca havia explorado em tão larga escala.
As sessões da Cinemark Brasil seguem o mesmo modelo. Além da exibição em diferentes cidades, os membros do Cinemark Club podem resgatar ingressos gratuitos, enquanto o público geral garante os bilhetes pelo site e aplicativo da rede. O lançamento coincide com o feriado de Halloween, período que favorece o público jovem e os fãs de cultura pop, e ainda dá uma força com o tom divertido da história: três estrelas do K-pop que, fora dos palcos, combatem demônios e protegem seus fãs de ameaças sobrenaturais.
Não por acaso, os penteados das HUNTR/X foram sucesso no já tradicional Dia do Cabelo Maluco nas escolas brasileiras em outubro; e têm tudo para aparecer repetidamente nas festas do Dia das Bruxas, seja no Brasil ou na gringa.
Um sucesso que não parou na Netflix
Guerreiras do K-Pop foi originalmente desenvolvido pela Sony Pictures Animation, mas acabou chegando à Netflix após o estúdio vender os direitos de distribuição internacional. O resultado superou qualquer expectativa para uma animação que, aparentemente, não tinha atrativos massivos para além dos fãs do pop coreano.
Em três meses, o filme somou 325 milhões de visualizações, tornando-se a animação de língua inglesa mais assistida da história da plataforma. A trilha sonora acompanhou o ritmo: o álbum de lançamento alcançou o 2º lugar na Billboard 200 e foi certificado platina pela RIAA em outubro.
A canção principal, “Golden”, interpretada pelas vozes de EJAE, Audrey Nuna e Rei Ami, ficou oito semanas em primeiro lugar na Billboard Hot 100, algo inédito para um grupo fictício. Além das plataformas de streaming, o sucesso se expandiu para a TV americana, com performances ao vivo no The Tonight Show Starring Jimmy Fallon e no Saturday Night Live, que ajudaram a levar o filme a um público mais amplo e consolidar as cantoras como figuras pop reais.
A força da trilha sonora

Mais do que um complemento à narrativa, a trilha sonora se tornou o principal motor de marketing. “Golden”, “Soda Pop” e outras faixas compostas especialmente para o longa ganharam versões remixadas, desafios no TikTok e playlists próprias no Spotify. O sucesso das músicas criou uma ponte entre os fãs de K-pop, os ouvintes de pop internacional e os espectadores ocasionais que descobriram o filme a partir das paradas musicais.
Esse tipo de engajamento é raro em produções animadas, mas mostra como a Netflix aprendeu a lidar com propriedades musicais de forma integrada. As músicas se mantêm nas paradas, geram conteúdo derivado e alimentam a volta do filme ao circuito comercial, com a versão sing along que incentiva a plateia a viver a trilha em um verdadeiro karaokê coletivo.
Cauda longa e prêmios à vista
A estratégia de divulgação de Guerreiras do K-Pop é o que se chama de campanha de cauda longa. Em vez de concentrar toda a promoção na estreia, a Netflix distribuiu momentos de destaque à medida que o potencial do filme se revelava: o lançamento no streaming, o domínio nas paradas musicais, as aparições em programas de TV e, por fim, a volta aos cinemas. Cada etapa reaquece o interesse do público e mantém o título ativo nas conversas, o que é especialmente útil neste momento em que a temporada de prêmios se aproxima.
Com o filme ainda em alta, as vozes por trás das HUNTR/X devem aparecer em eventos de tapete vermelho e até em possíveis apresentações nas cerimônias de Oscar, Globo de Ouro e Grammy, principalmente nas categorias de trilha sonora e canção original. Essa presença ajuda a criar um caso raro de animação musical que sobrevive a vários ciclos de exibição e audiência.
Um modelo que deve se repetir
Ao transformar Guerreiras do K-Pop em um evento prolongado, a Netflix encontrou uma fórmula eficiente para unir fandom, música e cinema. A empresa aproveitou o poder das redes sociais, a força das paradas e o calendário de prêmios para manter o título em alta mesmo meses após a estreia.
No Brasil, a chegada da versão sing along confirma que o fenômeno ainda está longe de se encerrar. Para quem perdeu a estreia no streaming ou quer reviver a experiência, o trio Rumi, Mira e Zoey volta às telonas pronto para mais uma batalha. E agora, com o público inteiro cantando junto.
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