O Vocal Livre chega a um marco importante em sua carreira. O grupo, que completa 15 anos em 2025, lança em 08 de outubro o filme documental “Por Outros Olhos” em circuito nacional. A produção ficará em cartaz por duas semanas nas principais salas de cinema de 56 cidades brasileiras, um feito inédito para a música vocal no país.
Com 105 minutos de duração, o longa intercala o show histórico gravado em Recife, que reuniu os 15 maiores sucessos da carreira do grupo, com depoimentos inéditos dos integrantes. A proposta é levar para o público uma experiência que une espetáculo e memória, abrindo espaço para reflexões sobre a coletividade vocal e sua presença na indústria musical brasileira.
Um grupo vocal que ampliou fronteiras
O lançamento do filme insere o Vocal Livre em uma posição de vanguarda. Ao lado de grandes artistas da música brasileira que já tiveram suas histórias contadas nas telonas, o grupo vocal amplia seu alcance e reforça seu espaço no mercado.
A trajetória inclui milhões de streams, lotação de teatros, indicações ao Latin Grammy e a vitória no programa Caldeirão com Mion (TV Globo) com o projeto paralelo Coral Livre, que já se tornou uma marca reconhecida do coletivo.
Esse projeto tem papel essencial no percurso do grupo, ao propor diálogos entre repertórios distintos. O Coral Livre, que nasceu em um ambiente religioso, expandiu seu campo de atuação ao interpretar clássicos de nomes como Guilherme Arantes, Legião Urbana, Nelson Cavaquinho, Jota Quest e Gonzaguinha em arranjos inéditos. Essa diversidade ajudou a consolidar uma proposta artística que ultrapassa fronteiras de gênero e gerações.
Do palco às telonas
A estreia de “Por Outros Olhos” também abre espaço para discutir como formatos artísticos pouco explorados podem alcançar novos públicos. No Brasil, o cinema tem se tornado cada vez mais um ambiente de consagração para artistas da música, como visto em documentários e cinebiografias de Ney Matogrosso, Elis Regina, Gonzaguinha e da Legião Urbana.
Para o Vocal Livre, o movimento representa a chance de reposicionar a música vocal no imaginário cultural. O grupo já realizou três turnês nacionais e apresentações internacionais em países como Angola, Indonésia e Portugal. Agora, mostra que a coletividade vocal pode ser vista não só em igrejas ou escolas, mas também em festivais, teatros e agora nas telonas.
A força do coletivo

O fundador e diretor do grupo, Pedro Valença, acredita que a essência do Vocal Livre está justamente no trabalho conjunto.
“A música que fazemos com o vocal acaba tendo em sua construção muitas mãos, que se entrelaçam e deixam cada uma sua própria digital. Essa riqueza e diversidade de personalidades artísticas compõem uma harmonia que vai além das canções. Acho que isso é um dos elementos que faz as pessoas se conectarem tanto”, afirma.
Para Jacqueline Palheiro, também fundadora e diretora, o lançamento no cinema marca um novo momento.
“O cinema é uma forma de mostrar que o Vocal Livre pode ser popular, contemporâneo e ter lugar de destaque no mercado cultural brasileiro sem mudar suas características principais e o que acredita”, conclui.
Um novo espaço para a música vocal
O filme “Por Outros Olhos” também chama atenção para a força do canto coletivo. Diferente de um coral tradicional, que geralmente trabalha com grandes formações e repertórios eruditos ou religiosos, um grupo vocal é formado por um número menor de integrantes que exploram arranjos sofisticados, muitas vezes sem instrumentos, combinando harmonias, ritmo e percussão vocal. Esse formato valoriza a coletividade e, ao mesmo tempo, evidencia as personalidades individuais dentro da música.
O Vocal Livre atua nesse campo ao unir arranjos autorais e releituras de sucessos da música brasileira em apresentações que transitam entre o popular e o contemporâneo. Cada voz cumpre uma função específica na construção das harmonias (baixos, tenores, contraltos e sopranos), criando texturas sonoras que podem soar como uma banda completa.
O Brasil conta com outros grupos vocais reconhecidos, como o Barbatuques, que utiliza o corpo como instrumento, o Quarteto em Cy, referência histórica desde os anos 1960, o Ordinarius, que aposta em arranjos ousados e contemporâneos, e a Banda de Boca, da Bahia, que recria instrumentos apenas com as vozes.
Com 105 minutos de duração, “Por Outros Olhos” ficará em cartaz por duas semanas e combina o registro integral do show em Recife com depoimentos inéditos, oferecendo um recorte técnico da trajetória de 15 anos do Vocal Livre a partir de seus arranjos, repertório e experiências coletivas. Confira datas, horários e locais de exibição.
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