Exclusivo: Festival MANA celebra protagonismo feminino amazônico e anuncia programação completa em Belém

Festival MANA reúne shows, painéis, oficinas e mostras entre 24 e 28 de setembro, em Belém, com foco no protagonismo feminino e em diálogo com a COP30.
Foto de Nathália Pandeló
Nathália Pandeló
Festival MANA divulga sua programação
Festival MANA divulga sua programação (Crédito: Divulgação)

O Festival MANA retorna ao formato presencial entre 24 e 28 de setembro, em Belém, com uma programação que integra música, debates, formação e economia criativa em torno do protagonismo feminino na Amazônia. Criado em 2017, o evento se consolida como conferência cultural, somando shows, painéis, oficinas, feira gastronômica e de empreendedorismo, além de mostras de artes visuais e audiovisual. Após três anos sem edições, a retomada ocorre em um momento em que a COP30 coloca a região no centro das discussões climáticas e de desenvolvimento, reforçando a vocação do festival como ponto de encontro entre artistas e o mercado.

A edição 2025 terá abertura paga na casa Cabôca, com ingressos a preços populares, e acesso gratuito em todas as demais atividades no Parque da Residência, onde os dois palcos, o Petrobras e o Teatro Gasômetro, recebem shows e conversas. A curadoria destaca artistas amazônidas e convida nomes de outros estados para ampliar conexões. 

No line-up aparecem Viviane Batidão, Juliana Linhares, Suraras do Tapajós, Charme do Choro, Mariza Black e o show inédito “As Amazônias”, que reúne Patrícia Bastos, Aíla e Djuena Tikuna. A programação inclui ainda presenças como Célia Sampaio e Núbia, referências do reggae maranhense, além de DJs e novas vozes da região.

Conferência, formação e encontros

Mais do que um calendário de apresentações, o MANA estrutura sua agenda em formato de conferência, com oficinas e painéis que abordam mercado, circulação, diversidade e clima. Entre os painéis previstos estão “Tecnobrega, a música eletrônica do Pará”, que reúne DJ Méury, Keila e Viviane Batidão com mediação de Claudia Assef, e “A música da Amazônia não é só o Pará”, com Djuena Tikuna e Gabriê. O encontro “As Mestras da Música são Mestras da Vida” valoriza guardiãs da cultura popular, com Mestra Iolanda do Pilão, Mestra Bigica e Dona Onete.

O diálogo sobre práticas profissionais aparece em “Estratégias para o lançamento de um álbum”, com Raidol, Zaynara e Rebeca Lindsay. Em “A música da Amazônia no mundo: festivais internacionais para ficar de olho”, Priscila Melo e Ana Paula Paulino discutem caminhos de internacionalização, com mediação de Gil Sóter

Já “Cultura e Clima: Como a arte pode ter papel fundamental neste debate” reúne Joelma Klaudia, Vall Munduruku e Karla Martins, com mediação de Mary Tupiassu, enquanto o painel “Todos querem falar de Amazônia na COP30, mas os amazônidas estão liderando esse debate?” traz Ursula Vidal, Roberta Carvalho e Juma Xipaia, mediadas por Aíla.

Ana Paula Teixeira Paulino (Crédito: Divulgação)
Ana Paula Teixeira Paulino (Crédito: Divulgação)

Mostras e ocupação do Parque da Residência

A experiência imersiva no Parque da Residência se amplia com uma mostra de artes visuais que ocupa o espaço com um cubo de LED, exibindo obras de criadoras amazônidas como Evna Moura, Elza Lima, Yaka Hunikuin, Irene Almeida e Roberta Carvalho. Trabalhos impressos espalhados pelo parque e pelo coreto conectam arte contemporânea, tecnologia e a paisagem cultural local, criando um percurso aberto ao público ao longo dos dias de festival.

A mostra audiovisual, com curadoria de Zienhe Castro, apresenta longas, curtas e videoclipes que dialogam com música, Amazônia e protagonismo feminino. Entre os destaques está “Mestras”, documentário que recupera trajetórias de nomes importantes da cultura paraense, do samba de cacete ao carimbó. O tema retorna aos palcos no painel específico com a presença de Iolanda do Pilão e Bigica, além de Dona Onete, em conversa mediada por Jalília Messias.

Abertura, acesso e circulação

A abertura em 24 de setembro, na Cabôca, terá LEOA, o Grupo de Carimbó Sereia do Mar convidando Iolanda do Pilão e discotecagem de Nat Esquema. Nos dias seguintes, todas as atividades no Parque da Residência serão gratuitas, com programação distribuída entre o Palco Petrobras, o Teatro Gasômetro, a aparelhagem e espaços externos para oficinas e rodas. O festival informa que os ingressos da noite de abertura estão disponíveis via Sympla, reforçando a proposta de preços populares para ampliar o acesso.

A presença de plataformas e articuladoras do mercado fortalece a dimensão de conferência. O Women’s Music Event participa com suas cofundadoras Claudia Assef e Monique Dardenne, que também conduzem uma oficina de pitch para festivais. A circulação de DJs como Marara Kelly, Miss Tacacá, Pedrita e a própria Claudia Assef cria pontes entre a tradição das aparelhagens e a pista contemporânea, compondo um recorte plural da música urbana e popular da região.

“A força do festival está na soma de saberes, trajetórias e talentos. Quando colocamos lado a lado artistas, produtoras, técnicas, jornalistas e tantas outras mulheres, criamos um espaço de resistência e inspiração que reverbera para além da Região Amazônica. Queremos que essa energia continue ecoando ano após ano, fazendo de Belém um polo de referência na música e na cultura protagonizada por mulheres”, diz Aíla, cantora, compositora, pesquisadora, diretora artística e cofundadora do Festival MANA.

“Com a COP30 colocando a Amazônia no centro das discussões, o festival retoma agora seu protagonismo, buscando se consolidar como um evento anual. Nosso maior desafio, e também nosso compromisso, é dar continuidade a essa rede de potência e pluralidade construída por mulheres da Amazônia. A cada edição, fica mais evidente o quanto esses trabalhos movimentam não só a cena musical, mas todo um ecossistema criativo que precisa ser fortalecido”, diz Roberta Carvalho, artista visual, diretora artística e co-criadora do Festival MANA.

O festival conta com patrocínio da Petrobras, é apresentado pelo Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura, e pelo Governo Federal. O evento foi um dos 140 contemplados entre mais de oito mil participantes na Chamada Petrobras Cultural Novos Eixos.

Programação: 

Djuena Tikuna e Viviane Batidão são alguns dos destaques da programação do Festival MANA
Djuena Tikuna e Viviane Batidão são alguns dos destaques da programação do Festival MANA (Crédito: Divulgação)

24/setembro – quarta-feira (abertura) | Local: Cabôca

  • 20h – DJ Nat Esquema
  • 21h – Show: Grupo de Carimbó Sereia do Mar convida Mestra Iolanda do Pilão 
  • 22h – DJ Nat Esquema
  • 23h – Show: LEOA (ex-integrante da banda Luísa e Os Alquimistas)

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25/setembro – quinta-feira | Local: Parque da Residência 

Palco Teatro Gasômetro

  • 11h – Painel: Tecnobrega, a música eletrônica do Pará – com DJ Méury, Keila, Viviane Batidão. Mediação: Claudia Assef
  • 14h – Painel: A música da Amazônia não é só o Pará – com Nat Esquema, Djuena Tikuna, Gabriê. Mediação: Trisha Guimarães
  • 16h – Painel: As Mestras da Música são Mestras da Vida – com Mestra Iolanda do Pilão, Mestra Bigica, Dona Onete e Lívia Duarte. Mediação: Jalília Messias 
  • 20h – Show: Célia Sampaio & Núbia

Sala Externa

  • 14h – Oficina: Como montar seu pitch para festivais – com Monique Dardenne e Claudia Assef (WME) 

Palco Petrobrás

  • 18h – Show: DDD 91 com Aíla, Amanda De Paula, Julia Passos, Naieme, Raidol, Juliana Sinimbú

Aparelhagem 

  • 19h15 – DJ Claudia Assef 

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26/setembro – sexta-feira | Local: Parque da Residência

Palco Teatro Gasômetro

  • 14h – Painel: Festivais de música falam de diversidade, mas na prática é verdade? – com Flor de Mururé, Fernanda Paiva, Monique Dardenne. Mediação: Renata Simões
  • 16h – Painel: Estratégias para o lançamento de um álbum – com Raidol, Zaynara, Rebeca Lindsay.
  • 20h30 – Show: As Amazônias – Aíla, Djuena Tikuna e Patrícia Bastos 

Sala Externa

  • 09h – Oficina: Criação de storytelling e narrativas amazônicas para projetos de música – com Karla Martins
  • 14h – Mostra Audiovisual com longas, curtas e clipes musicais – curadoria de Zienhe Castro (Amazônia Fi-Doc).

Palco Petrobrás 

  • 18h30 – Show: Mãeana

Aparelhagem 

  • 18h – DJ Marara Kelly
  • 20h – DJ Marara Kelly

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27/setembro – sábado | Local: Parque da Residência 

Palco Teatro Gasômetro

  • 11h – Painel 6: A música da Amazônia no mundo: festivais internacionais pra ficar de olho – com Priscila Melo (Liniker), Ana Paula Paulino. Mediação: Gil Sóter
  • 14h – Painel 7: Cultura e Clima: Como a arte pode ter papel fundamental neste debate – com Joelma Klaudia, Vall Munduruku, Karla Martins. Mediação: Mary Tupiassu
  • 16h – Painel 8: Todos querem falar de Amazônia na COP30, mas os amazônidas estão liderando esse debate? – com Ursula Vidal, Roberta Carvalho, Juma Xipaia. Mediação: Aíla
  • 20h30 – Show: Juliana Linhares

Sala Externa

  • 10h – Oficina: Como criar uma marca forte na música? – com Fernanda Paiva 
  • 14h – Oficina: As músicas estão prontas, e agora? Como colocar nas plataformas? – com Renata Gomes (OneRPM)

Palco Petrobrás 

  • 18h30 – Show: DJ Méury 

Aparelhagem 

  • 18h – DJ Miss Tacacá
  • 20h – DJ Miss Tacacá

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28/setembro – domingo (encerramento) | Local: Parque da Residência

Palco Teatro Gasômetro 

  • 17h – Show: Tocaia

Palco Petrobrás

  • 13h – Show: Suraras do Tapajós convida Amanda Pacífico 

Aparelhagem

  • 12h – DJ Shayra Brotero
  • 15h – DJ Pedrita 

Roda Externa

  • 11h – Show: Charme Do Choro E Mariza Black

Data: 24 a 28 de setembro de 2025

Local: 24/set: Cervejaria Cabôca – Boulevard Castilhos França, 550 – Campina, Belém – PA, 66010-020

25 a 28/set: Parque da Residência – Avenida Gov. Magalhães Barata, 830 – São Brás, Belém – PA, 66063-240

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