A partir de setembro, os usuários do Spotify Premium em diversos mercados fora dos Estados Unidos passarão a pagar mais pela assinatura do plano individual. A mudança foi comunicada oficialmente pela plataforma em um e-mail enviado aos assinantes e publicado em seu site oficial, e envolve um reajuste de €10,99 para €11,99 por mês em países europeus como Itália e Espanha.
De acordo com o anúncio global, o aumento valerá para assinantes em América Latina, Europa, Sul da Ásia, Oriente Médio, África e Ásia-Pacífico. Nos países afetados, a justificativa do Spotify é a necessidade de continuar investindo em inovações e melhorias no serviço.
“Estamos aumentando o preço do Premium Individual para continuar inovando em nossos produtos e oferecer a melhor experiência possível”, diz o comunicado oficial.
Mercado indiano também é impactado
O aumento de preços chama atenção também pela inclusão do mercado indiano, onde a plataforma ainda busca consolidar sua presença. Na Índia, o plano individual subirá 17%, chegando a 139 rúpias (cerca de US$ 1,58), enquanto o plano familiar terá um reajuste de quase 28%. Esta é a primeira mudança de preços no país desde o lançamento da plataforma por lá.
A medida vem na esteira dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025, quando a empresa reportou crescimento no número de assinantes, mas queda na receita média por usuário (ARPU). Ao todo, o Spotify alcançou 276 milhões de assinantes pagos, com destaque para o desempenho na Europa, América Latina e América do Norte.
EUA ficam de fora do aumento

O mercado norte-americano, responsável por parte importante da receita global da empresa, não será afetado nesta rodada de ajustes. Essa decisão acompanha um momento de estabilidade no crescimento de assinantes pagos nos Estados Unidos, enquanto outras regiões ainda mantêm taxas mais expressivas de expansão.
A ausência dos EUA no reajuste também reflete a sensibilidade da empresa em relação ao comportamento do consumidor americano, especialmente após uma série de críticas recentes à ausência de áudio de alta qualidade na plataforma, recurso já presente em concorrentes como Apple Music e Amazon Music sem custo adicional.
Impacto no mercado e reação dos usuários
Apesar de críticas nas redes sociais e ameaças de migração para outras plataformas, o mercado financeiro reagiu positivamente ao anúncio. As ações do Spotify na bolsa de Nova York (NYSE: SPOT) subiram 5% no dia do anúncio, sendo negociadas a aproximadamente US$ 659. Foi uma recuperação parcial da queda de 11,5% registrada após a divulgação do balanço trimestral anterior.
A valorização reflete a percepção de que os aumentos de preço podem ajudar a empresa a melhorar suas margens de lucro, em um momento de pressão por rentabilidade no setor de streaming. Com a competição acirrada e os custos operacionais em alta, a estratégia de reajustes deve continuar sendo adotada gradualmente.
Tendência de mercado e novos desafios
Essa é a terceira alta de preços promovida pelo Spotify nos últimos três anos, encerrando um longo período em que a empresa evitava reajustes para priorizar o crescimento da base de usuários. A nova postura atende a uma cobrança antiga de gravadoras e editoras, que argumentavam que os preços defasados prejudicavam a remuneração de artistas e detentores de direitos.
Mesmo com os reajustes recentes, a assinatura do Spotify ainda custa menos do que serviços de vídeo como Netflix, e o comportamento dos usuários mostra uma taxa relativamente baixa de cancelamento. Dados da consultoria Antenna, por exemplo, indicam que assinantes do Spotify estão entre os menos propensos a encerrar a assinatura em comparação com outras plataformas de áudio e vídeo.
Além disso, a empresa começou a se beneficiar de uma decisão judicial que obriga a Apple a permitir redirecionamentos para sites externos dentro da App Store nos EUA. A mudança já resultou em um “aumento significativo” na conversão de usuários gratuitos em pagantes no mercado norte-americano, segundo o Spotify.
Ainda assim, o desafio da monetização em mercados emergentes e a pressão por lançar novos recursos, como o tão aguardado áudio lossless, permanecem no radar da empresa. O sucesso da estratégia de aumento de preços dependerá da capacidade do Spotify de sustentar a proposta de valor percebida por seus assinantes.
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