A nova lista Global Power Players da Billboard confirmou o que o mercado já percebe há algum tempo: o Brasil tem se tornado cada vez mais relevante nas decisões que movimentam a música no mundo. Nomes como Pedro Kurtz (Deezer), Leila Oliveira (Warner Music Brasil), Sandra Jimenez (YouTube) e Arthur Fitzgibbon (ONErpm) aparecem entre os executivos mais influentes de 2025, reconhecidos por liderar estratégias que impactam o setor em escala global.
Pedro Kurtz, diretor de conteúdo e operações das Américas na Deezer, figura entre os citados pela atuação em inovações tecnológicas e políticas de remuneração mais justas. Já Leila Oliveira, presidente da Warner Music Brasil, foi reconhecida pelo trabalho com artistas latino-americanos e pela recente inauguração de um novo hub criativo no Rio de Janeiro. Sandra Jimenez, diretora de música para América Latina e U.S. Latin no YouTube, e Arthur Fitzgibbon, diretor-geral da operação brasileira da ONErpm, também integram a lista por suas contribuições ao fortalecimento do ecossistema musical digital.
Destaque para a atuação estratégica de brasileiros em nível global
Na Deezer, Pedro Kurtz integra a liderança das operações nas Américas em um momento em que a plataforma aposta em iniciativas para combater os impactos da inteligência artificial. A empresa anunciou recentemente uma ferramenta que identifica e rotula faixas criadas por IA, buscando mais transparência para os usuários e proteção aos direitos de criadores. Segundo a Deezer, mais de 10% das faixas entregues diariamente já são geradas por IA e, por isso, deixaram de ser incluídas em recomendações algorítmicas.
Já na Warner Music Brasil, Leila Oliveira liderou uma série de ações voltadas à descoberta e promoção de novos talentos latino-americanos. Em 2024, artistas como Yami Safdie, Elena Rose e Blessd ganharam espaço internacional, com faixas em destaque em diversos mercados. No Brasil, a empresa inaugurou uma nova sede no Rio de Janeiro que reúne áreas da Warner, Warner Chappell e ADA, reforçando o foco no desenvolvimento local com alcance global.
YouTube fortalece papel no ecossistema latino
Sandra Jimenez, head de música para a América Latina e U.S. Latin no YouTube, foi destacada pela atuação em iniciativas que ampliam a visibilidade de criadores e fortalecem a integração entre música, vídeo e formatos como os Shorts. Ela tem sido uma voz ativa no debate sobre inteligência artificial, valorização da arte e sustentabilidade da cadeia produtiva.
Já Arthur Fitzgibbon foi reconhecido pelo trabalho à frente de uma das maiores distribuidoras independentes do país: a ONErpm. Sob sua liderança, a empresa tem fortalecido parcerias locais, impulsionado lançamentos de artistas nacionais e ampliado a presença da música brasileira em mercados internacionais.
Outros brasileiros citados

Além dos quatro destaques principais, a lista inclui outros executivos brasileiros. Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil, aparece pelo segundo ano seguido. A Universal também foi destacada pela abordagem global e foco em novos talentos, e a Billboard cita nomes como Ela Taubert, Felipe e Rodrigo e Morat.
Outro nome reconhecido foi Roni Maltz Bin, fundador e CEO da Sua Música Group, que ampliou a atuação da plataforma com a criação de selos próprios na Argentina e na Colômbia. Roni também iniciou a operação do estúdio Único Música em Buenos Aires e reforçou o compromisso com artistas regionais independentes.
Fernando Cabral de Mello, recém-nomeado CEO da Sony Music Brasil, estreia na lista da Billboard em um momento de transição estratégica da gravadora no país. Com trajetória sólida na indústria, ele assume a liderança com foco na diversificação do repertório, ampliação da presença digital e fortalecimento de parcerias com artistas locais, mantendo a competitividade da Sony em um mercado cada vez mais impulsionado por dados e inovação.
Renato Vanzella, diretor-geral da FUGA na América Latina, completa o grupo de brasileiros na lista. À frente de uma das principais empresas de distribuição digital independente do mundo, ele tem contribuído para expandir a presença da FUGA na região, oferecendo suporte técnico, estratégico e comercial para selos e artistas que buscam alcançar novos mercados de forma autônoma e profissionalizada.
Crescimento do mercado latino e os desafios da IA em escala global
A escolha dos executivos foi baseada em critérios como impacto comercial, alcance em plataformas, performance em vendas e streaming, e trajetória profissional. Segundo o relatório da IFPI, o mercado fonográfico brasileiro cresceu 21,7% em 2024, impulsionado por streaming, novos selos e profissionalização do setor.
Apesar dos resultados positivos, o uso de IA generativa permanece como uma das maiores preocupações da indústria. A Billboard ressalta que muitos dos executivos citados apontaram os riscos do uso de obras protegidas para treinar algoritmos e defenderam a necessidade de políticas que garantam remuneração justa e proteção aos direitos autorais.
A presença cada vez maior de brasileiros na lista evidencia o fortalecimento do país como player estratégico no cenário fonográfico em contexto internacional. Em um mercado em transformação, marcado por novas tecnologias e modelos de consumo, esses executivos seguem tendo um papel central no equilíbrio entre inovação e valorização da criatividade humana.
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