30e é a única brasileira no top 10 global da Pollstar entre promotoras de shows

Com mais de 1,3 milhão de ingressos vendidos no semestre, 30e supera gigantes regionais da América Latina.
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Nathália Pandeló
Turnê Tempo Rei, de Gilberto Gil, é realizada pela 30e - Crédito @pridiabr
Turnê Tempo Rei, de Gilberto Gil, é realizada pela 30e - Crédito @pridiabr

A 30e acaba de atingir um marco inédito para o mercado de shows brasileiro. A empresa aparece como a 10ª maior promotora de entretenimento ao vivo do mundo no ranking Mid-Year Top 100 Promoter Tickets, publicado pela revista norte-americana Pollstar, referência global no setor. Entre janeiro e junho de 2025, a companhia vendeu cerca de 1,35 milhão de ingressos, sendo a única empresa com sede no Brasil a figurar no top 10 da publicação graças a um faturamento de US$ 92,7 milhões apenas nos primeiros seis meses do ano.

O levantamento considera os ingressos vendidos por promotoras e produtoras de shows em todo o mundo, refletindo o desempenho do setor na primeira metade do ano. Em uma lista dominada por gigantes multinacionais como Live Nation, AEG Presents, SJM Concerts e Semmel Concerts, a presença da 30e chama atenção tanto pela representatividade nacional quanto por sua escalada rápida no mercado internacional.

Expansão internacional com DNA brasileiro

Criada com o objetivo de fortalecer a presença do Brasil no mapa global da música ao vivo, a 30e vem estruturando seu crescimento com estratégias voltadas à realização de turnês internacionais de grande porte e projetos nacionais com forte apelo popular. 

Entre os destaques recentes da companhia estão os shows do System Of A Down na América do Sul, que totalizaram 500 mil ingressos vendidos, a turnê Tempo Rei, de Gilberto Gil, e shows de nomes como Paul McCartney, Lana Del Rey, Kendrick Lamar e The Killers.

Segundo o CEO Pepeu Correa, o reconhecimento é resultado de um trabalho contínuo de posicionamento global e valorização do mercado brasileiro. 

“A 30e nasceu com uma ambição clara: colocar o país no centro do mapa global da música ao vivo. Esse reconhecimento mostra que estamos no caminho certo. É mais do que um marco individual, é a consolidação do Brasil como uma força no mercado mundial de shows”, afirmou.

Disputa com gigantes do entretenimento mundial

Pepeu Correa, CEO da 30e (Crédito: Divulgação)
Pepeu Correa, CEO da 30e (Crédito: Divulgação)

No topo do ranking aparece a norte-americana Live Nation, com mais de 23 milhões de ingressos vendidos e faturamento superior a US$ 2,3 bilhões no período. Em seguida, estão a mexicana OCESA (também parte do grupo Live Nation), a britânica AEG Presents e a LiveCo, com sede nos EUA. Todas essas companhias contam com operações em múltiplos continentes, estruturas consolidadas e parcerias globais de longa data com artistas, festivais e patrocinadores.

A SJM Concerts, baseada no Reino Unido, aparece na 5ª posição, demonstrando a força do mercado britânico na indústria musical. Na Alemanha, a Semmel Concerts ocupa o 6º lugar, e a sul-coreana HYBE, conhecida por gerenciar nomes como BTS, aparece na 7ª posição. 

O ranking ainda inclui a australiana Frontier Touring (18º lugar), a italiana Vivo Concerti (13º) e a argentina Dale Play Live (14º), mostrando que, embora dominado por players americanos e europeus, há espaço crescente para empresas de outras regiões.

Força local com ambição global

A presença da 30e entre as dez maiores representa um sinal de amadurecimento da indústria brasileira de shows, que tem demonstrado capacidade de executar projetos de padrão internacional. O Brasil já vinha se destacando como destino prioritário para turnês globais, mas a ascensão de uma promotora nacional à elite do setor consolida uma nova etapa dessa trajetória.

De acordo com a 30e, a empresa realiza mais de 200 eventos por ano e prevê impactar cerca de 4 milhões de pessoas até o fim de 2025. Sua atuação da também se destaca pelo foco em inovação e experiência de público, com projetos que vão além do show tradicional, envolvendo marcas, conteúdos digitais e formatos proprietários. Entre os cases mais citados estão a “SUPERTURNÊ” de Jão, o “Titãs Encontro” e a despedida dos palcos do grupo Natiruts.

Liderança regional consolidada

Em um contexto de alta competitividade e custos cada vez maiores no setor de eventos ao vivo, ter uma empresa brasileira entre os dez maiores players do mundo sinaliza uma mudança no equilíbrio global do mercado de entretenimento. Com essa performance, a 30e fortalece seu nome junto a artistas e investidores internacionais e ainda abre caminho para novos formatos e modelos de negócios desenvolvidos a partir do Brasil.

Além da 30e, o ranking de 2025 inclui outras promotoras da América Latina, como a mexicana Zignia Live (17ª posição) e a chilena Lotus Producciones (46ª), além da colombiana Breakfast Live (51ª). No entanto, nenhuma delas figura entre as dez primeiras, reforçando o protagonismo do Brasil no contexto regional de grandes shows.

A publicação do ranking da Pollstar considera os dados de ingressos vendidos entre 1º de janeiro e 15 de junho de 2025, contabilizando também as vendas de subsidiárias das companhias, quando aplicável.

Confira o Top 10 da Pollstar

1. Live Nation (EUA) – US$ 2,3 bilhões

    2. OCESA (México / LN) – US$ 489 milhões

    3. AEG Presents (EUA) – US$ 401.287.926,00

    4. LiveCo (EUA) – US$ 480,1 milhões

    5. SJM Concerts (Reino Unido) – US$ 101,5 milhões

    6. Semmel Concerts Entertainment GmbH (Alemanha) – US$ 111,9 milhões

    7. HYBE Co. Ltd. (Coreia do Sul) – US$ 214,3 milhões

    8. Feld Entertainment (EUA) – US$ 55,2 milhões

    9. Outback Presents, LLC (EUA) – US$ 93,3 milhões

    10. 30e (Brasil) – US$ 92,7 milhões

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